Derrame pleural como efeito adverso do tratamento da leucemia mielóide crônica com dasatinibe e seu manejo sem resposta satisfatória

Autores

  • Ivan Fernandes Filho
  • Marcelo Gil Cliquet
  • Raissa Negrelli da Silva Ferri
  • Murilo Bambini Mandola
  • Thays Brunelli Pugliesi

Palavras-chave:

leucemia mieloide crônica, derrame pleural recidivante, dasatinibe, pleurodese

Resumo

Introdução: A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) é uma desordem clonal de células hematopoiéticas com translocação t(9;22) (q34;q11) que culmina em proliferação maligna. No tratamento da LMC, o Dasatinibe pode causar derrames pleurais. Objetivos: relatar o caso de intolerância ao derrame pleural recidivante e ineficácia da pleurodese em usuário de Dasatinibe. Metodologia: as informações foram obtidas através de prontuários e revisão da literatura Relato de caso: Relatamos o caso de um paciente de 64 anos, com diagnóstico de LMC há 15 anos, tratava-se com Hidroxicarbamida. Foi introduzido o tratamento com Imatinibe (2003-2008) cujo término decorre da perda de resposta molecular. Este foi trocado pelo nilotinibe (18 meses), sendo substituído devido à obstrução vascular. O uso de Dasatinibe 100 mg/dia obteve resposta maior. Após 15 dias, apresentou derrame pleural, tratado com diuréticos, corticosteróides e suspensão do Dasatinibe, com pequena melhora. Porém, houve recidiva durante o tratamento que impediram o tratamento adequado e levaram a perda da resposta molecular. Em 2014, foi feita a pleurodese com melhora transitória, mas com aparecimento de derrame contra- lateral sintomatológico. O Dasatinibe foi suspenso e substituído por interferon- alfa. Ainda não dispomos do BCR-ABL quantitativo para a avaliação do último medicamento. Conclusão: O derrame pleural recidivante impediu o tratamento adequado. A pleurodese não foi tão eficaz pelo derrame pleural contra-lateral.