<strong>CONTRIBUIÇÕES DE BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS PARA A REFLEXÃO CURRICULAR: PRINCÍPIOS EMANCIPATÓRIOS E CURRÍCULOS PENSADOSPRATICADOS</strong>

Autores

  • Inês Barbosa de Oliveira UERJ

Palavras-chave:

currículos pensadospraticados - educação e emancipação social - estudos do cotidiano - Boaventura e a educação

Resumo

O caráter político das noções e discussões sociais, sociológicas e educativas e a crença na democracia como forma de relacionamento entre sujeitos sociais individuais e coletivos na constituição daquilo que chamo de “democracia social” (Oliveira, 2009a) são as premissas que animam as escolhas dos temas tratados neste texto, que as selecionou da obra de Boaventura de Sousa Santos e suas possibilidades de uso nas reflexões educativas. Considerando os currículos como tudo aquilo que se passa nas escolas, envolvendo os conteúdos formais de ensino, relações sociais, manifestações culturais e conjuntos de conhecimentos não escolares, a discussão proposta visa a evidenciar os modos pelos quais alguns dos princípios da emancipação social – notadamente a noção de conhecimentoemancipação, a ideia de que “quanto mais globais forem os problemas, mais locais são as soluções” e a perspectiva ampliada de compreensão da racionalidade estético-expressiva – contribuem para a reflexão curricular fornecendo elementos potencializadores de compreensão ampliada das questões e soluções que envolvem os currículos pensadospraticados nos diferentes cotidianos escolares. A conclusão a que chegamos é a de que é por meio do desenvolvimento de práticas sociais radicalmente locais, cujo sentido global está na luta emancipatória e no reconhecimento da interdependência local/global em todas as dimensões sociais que a luta emancipatória ganha seu sentido político. Essas práticas existem e precisam ser reconhecidas em seu status político e epistemológico. Nesse sentido, é possível afirmar que a desinvisibilização dessas práticas curriculares emancipatórias já em andamento, cuja busca é pela construção do conhecimento-emancipação – que aceita certa dose de caos e considera a solidariedade como saber –, contribui decisivamente para a recuperação da esperança em “um mundo melhor”, esperança além da espera, ativa na construção da possibilidade efetiva de sua realização, conforme anunciada por Boaventura.

Biografia do Autor

Inês Barbosa de Oliveira, UERJ

Doutora em Sciences Et Théories de Léducation- Université de sciences Humaines de Strasbourgo Professora associada da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-graduação em Educação da UERJ Membro do GT Currículo da ANPEd Secretária-geral da Associação Brasileira de Currículo (ABdC)

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Publicado

2012-08-31

Edição

Seção

Dossiê Temático - "CURRÍCULO: POLÍTICAS E COTIDIANOS"