EDUCAÇÃO DO CAMPO, ORGANIZAÇÃO ESCOLAR E CURRÍCULO: UM OLHAR SOBRE A SINGULARIDADE DO CAMPO BRASILEIRO.

Autores

  • Maria Aires de Lima Universidade Estadual do Ceará http://orcid.org/0000-0003-4463-1691
  • Frederico Jorge Ferreira Costa Universidade Estadual do Ceará
  • Karla Raphaella Costa Pereira Universidade Estadual do Ceará

DOI:

https://doi.org/10.23925/1809-3876.2017v15ip1127-1151

Palavras-chave:

Educação do Campo. Escola do Campo. Currículo. Organização Escolar.

Resumo

Este artigo tem como objetivo apresentar, de maneira introdutória, discussões sobre a organização escolar e as concepções de currículo engendradas na escola do campo, além discutir a necessidade histórica de construir um currículo que atenda aos interesses da escola do campo. Parte-se da compreensão de que a educação do campo atua no plano da particularidade, mediando a relação entre os indivíduos singulares do campo e a universalidade dos conhecimentos produzidos pela humanidade. Têm-se como fundamentos teóricos autores que auxiliam na discussão do papel da escola na sociabilidade atual e do papel da escola do campo, como Roseli Caldart e Miguel Arroyo. Utilizou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica, recorrendo à pesquisa documental, principalmente à legislação específica da educação do campo. Nesse sentido, estudou-se a organização escolar da educação do campo, as funções do projeto político pedagógico e do currículo na construção de uma educação que atenda aos interesses da comunidade escolar, já que deve ser erigida nos princípios da gestão democrática, garantidos pela Constituição de 1998, e da coletividade. Este estudo tornou possível aferir que há a necessidade histórica da construção de um currículo que atenda as reivindicações dos movimentos sociais do campo por uma escola do campo, vinculada à realidade em que está inserida. Partindo da compreensão de que cada escola é uma singularidade, há que se construir coletivamente currículos que expressem o movimento da realidade de cada escola do campo, levando em consideração aspectos como os tempos de plantar e colher, o modo de vida e as relações de trabalho presentes.

Biografia do Autor

Maria Aires de Lima, Universidade Estadual do Ceará

Pedagoga pela Universidade Federal do Ceará e Mestranda em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brasil. 

Frederico Jorge Ferreira Costa, Universidade Estadual do Ceará

Professor Doutor em Educação do Curso de Pedagogia e professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Ceará na Linha de Pesquisa Marxismo e Formação do Educador, Fortaleza, Ceará, Brasil.

Karla Raphaella Costa Pereira, Universidade Estadual do Ceará

Doutoranda em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Ceará. Mestre em educação e Graduada em Pedagogia pela mesma IES. Professora da Rede Estadual de Educação do Ceará. Fortaleza, Ceará, Brasil. 

Referências

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Publicado

2017-12-21

Edição

Seção

Dossiê Temático: "Democratização da escola em tempos de privação de direitos"