FORMAÇÃO CONTINUADA COMO PROPOSTA DE PESQUISA E INOVAÇÃO RESPONSÁVEIS: A EXPERIÊNCIA NO QUILOMBO DO MEL EM MACAPÁ-AP

Autores

  • Elivaldo Serrão Custódio Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)

DOI:

https://doi.org/10.23925/1809-3876.2018v16i2p252-285

Palavras-chave:

Educação escolar quilombola. Formação continuada. Pesquisa e inovação responsáveis. Amapá.

Resumo

O presente artigo objetiva refletir sobre formação continuada como proposta de pesquisa e inovação responsáveis em comunidade quilombola. Trata-se do resultado de uma pesquisa realizada no Quilombo do Mel da Pedreira em Macapá-AP. O estudo adotou a pesquisa bibliográfica, a análise documental, a entrevista semiestruturada e uma ação colaborativa por meio de Oficina Pedagógica como forma de investigação. Os resultados apontam possibilidades de enriquecimento do currículo e da prática escolar por meio de formação continuada para a educação das relações étnico-raciais, em especial para a educação escolar quilombola. A pesquisa revela que a implementação da maioria das políticas educacionais para a efetivação da educação para as relações étnico-raciais tem ficado somente no papel, ou seja, no discurso e nos documentos oficiais, pois na prática, isso não tem se efetivado de fato e de direito. O estudo revela ainda que apesar das políticas públicas para a educação quilombola caminharem em passos muito lentos na região, pois são normalmente ações pontuais e fragmentadas, sem articulação com a realidade local, apresentando-se muitas vezes de maneira genérica e superficial, há iniciativas positivas após a realização da Oficina Pedagógica. Diante desse contexto, acreditamos que a formação continuada seja uma das possibilidades de inovações responsáveis em educação para contribuir com a qualidade da educação quilombola no Amapá.

Biografia do Autor

Elivaldo Serrão Custódio, Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)

Pós-doutorando em Educação pela Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). Doutor em Teologia pela Faculdades EST, em São Leopoldo/RS. Mestre em Direito Ambiental e Políticas Públicas pela UNIFAP. Pedagogo, Matemático e Teólogo. Docente da Secretaria de Estado da Educação do Amapá (SEED). Editor Associado da Revista Identidade da Faculdades EST. Atualmente é coordenador e professor do curso de Pedagogia da Faculdade Madre Tereza em Santana-Amapá-Brasil. Membro do Grupo de Pesquisa Educação e Religião (Serviços Educacionais – GPER), do Grupo de Pesquisa Identidade (Faculdades EST), do Grupo de Pesquisa Centro de Estudos Políticos, Religião e Sociedade (CEPRES-UNIFAP) e do Grupo de Pesquisa Educação, Interculturalidade e Relações Étnico-Raciais (UNIFAP/CNPq). E-mail: elivaldo.pa@hotmail.com

Referências

ALVES, Nilda (Org.). Formação de Professores: pensar e fazer. 3. ed. São Paulo: Cortez, 1995. Coleção Questões da Nossa Época.

BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. Trad. Maria Ermantina Galvão e revisão por Marina Appenzeller. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 10 jan. 2003. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm>. Acesso em: 10 jul. 2014.

BRASIL. Lei nº 1.196 de 19 de fevereiro de 2008. Institui a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana no currículo da Educação Básica e dá outras providências. Publicada no Diário Oficial do Estado do Amapá n° 4210 de 14 de março de 2008. Autor Deputado Camilo Capiberibe.

BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação. Texto-referência para a elaboração das Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação escolar quilombola. Brasília, DF: CNE, 2011.

BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Conselho Nacional de Educação. Resolução nº 08, de 20 de novembro de 2012. Define diretrizes curriculares nacionais para educação escolar quilombola na educação básica. Brasília: CNE, 2012. Disponível em: <http://www.seppir.gov.br/portal-antigo/arquivos-pdf/diretrizes-curriculares>. Acesso em: 19 jan. 2016.

BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CEB nº 16/2012. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola. Publicado no D.O.U. de 20/11/2012, Seção 1, página 8. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=11091-pceb016-12&category_slug=junho-2012-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 10 jul. 2015.

BRONCKART, Jean-Paul. Atividade de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sócio-discursivo. Trad. Anna Rachel Machado e Péricles Cunha. 2. Reimpressão. São Paulo: EDUC, 2003.

CARREIRA, Denise. Guia metodológico - educação e relações raciais: apostando na participação da comunidade. São Paulo: Ação Educativa, 2013. Disponível em: <http://www.acaoeducativa.org.br/relacoesraciais/wp-content/uploads/2013/12/Guia_Metodológico.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2016.

CANDAU, Vera Maria. Direitos humanos, educação e interculturalidade: as tensões entre igualdade e diferenças. In: Revista Brasileira de Educação, v. 13, n. 37, p.45-56, jan./abr.,2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v13n37/05.pdf>. Acesso em: 08 jun. 2016.

CANDAU, Vera Maria Ferrão. A formação continuada de professores: tendências atuais. In: REALI, Aline Maria de Medeiros Rodrigues; MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti (Orgs). Formação de professores: tendências atuais: São Carlos: EDUFSCar, 1996. p. 139-152.

CANDAU, Vera Maria et al. Oficinas pedagógicas de direitos humanos. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.

CAVALLEIRO, Eliane dos Santos. Do silencio do lar ao silencio escolar: racismo, preconceito e descriminação na educação infantil. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2003.

CHIZZOTTI, Antônio. Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.

CONTRERAS, José. A autonomia de professores. São Paulo: Cortez, 2002.

CUSTÓDIO, Elivaldo Serrão. Comunidade Quilombola do Mel da Pedreira no Amapá: protestantismo como eixo de identidade religiosa. 2017. Tese (Doutorado em Teologia) – Faculdades EST, São Leopoldo-RS, 2017.

FELDMANN, Marina Graziela. Questões Contemporâneas: mundo do trabalho e democratização do conhecimento. In: SEVERINO, Antônio Joaquim; FAZENDA, Ivani Catarina Arantes (Org.). Políticas Educacionais: o ensino nacional em questão. Campinas: Papirus, 2003, p. 127-150.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 8. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.

GATTI, Bernardete Angelina et al. Formação de professores para o Ensino Fundamental: instituições formadoras e seus currículos. In: Estudos & pesquisas educacionais – nº 1. Estudos realizados em 2007, 2008 e 2009. São Paulo: Fundação Victor Civita, 2010.

IBIAPINA, Ivana Maria Lopes de Melo. Pesquisa Colaborativa: investigação, formação e produção de conhecimentos. Brasília: Líber Livro Editora, 2008.

NÓVOA, Antônio. Os professores e a sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1992.

SILVA, Jorge Luiz da; LONGAREZI, Andréa Maturano. Pesquisas de intervenção no campo da formação de professores: limites e possibilidades. XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino. UNICAMP - Campinas – 2012. Disponível em: <http://www.infoteca.inf.br/endipe/smarty/templates/arquivos_template/upload_arquivos/acervo/docs/2573c.pdf>. Acesso em: 18 out. 2014.

TEODORO, Maria de Lourdes. Identidade, cultura e educação. In: Cadernos de Pesquisa, n° 63, 1987, p. 46-50.

VALENTE, Ivan. Plano Nacional de Educação. Rio de Janeiro: DP&, 2001.

WARSCHAUER, Cecília. A Roda e o Registro: uma parceria entre professor, alunos e conhecimento. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.

Downloads

Publicado

2018-07-01

Edição

Seção

Dossiê Temático: "Pesquisa e Inovação Responsáveis na Educação"