RAPUNZEL E ENROLADOS: APROXIMAÇÕES E DISTANCIAMENTOS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/1809-3876.2020v18i1p372-390

Palavras-chave:

Infância, Produção cultural, Identidade.

Resumo

O presente artigo analisa dois produtos culturais dirigidos ao público infantil: o conto de fadas Rapunzel, escrito pelos irmãos Grimm no século XIX, e o filme Enrolados, baseado no mesmo conto, produzido pela Disney em 2010. Para tanto, discorremos acerca da produção cultural infantil, com base em Zilberman (1981) e Eco (1976), assim como discutimos a linguagem fílmica e a literária, levando em consideração os estudos de Paz Gago (2001); Jost (1992); Metz (1973); Gaudrealut e Jost (1995); Genette (s/d); Bakhtin (1997; 2003); Lajolo e Zilberman (1996), nos aspectos em que se assemelham e se diferenciam. A relação simbiótica entre cinema e literatura ultrapassa a organização narrativa, pois envolve igualmente aspectos relativos às linguagens verbal e visual, o que confere sentidos aos textos. Assim, por meio de análise comparativa, o artigo discute a construção discursiva e simbólica do conto de fadas original e do filme. Entre os resultados, aponta-se a interdependência entre os dois produtos no que se refere ao modo de representar as relações humanas: o envelhecimento é visto como algo a ser rejeitado e a figura feminina ainda permanece sem voz.

 

Biografia do Autor

Flávia Brocchetto Ramos, Universidade de Caxias do Sul

Dr. em Letras pela PUCRS. Pos-doutorado em Educação pela FaE/UFMG. Atua como docente no PPGEd e PPGLet e nos cursos de graduação em Letras, Bibioteconomia e Pedagogia na Universidade de Caxias do Sul – UCS.

Lovani Volmer, Dr em Letras pela UCS Professora na FEEVALE

Professora na Universidade FEEVALE.

Dr em Letras pela UCS.

Mestre em Letras pela UNISC.

Verônica Bohm, Professora na Universidade de Caxias do Sul

Dr em Educação pela UFRGS.

Graduada em Psicologia.

Professora na Universidade de Caxias do Sul nos cursos de Psicologia e no PPG em Psicologia.

 

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Publicado

2020-03-31

Edição

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Artigos