<strong>CRÍTICA DA EDUCAÇÃO INDECISA: A PROPÓSITO DA PEDAGOGIA DA AUTONOMIA DE PAULO FREIRE</strong>

Autores

  • Licínio C. Lima Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho, Portugal

Palavras-chave:

educação democrática, pedagogia da decisão, participação para a autonomia

Resumo

O autor propõe neste artigo, como possível pista de leitura do último livro publicado em 1997 por Paulo Freire - Pedagogia da Autonomia -, e também como possível eixo temático central ao pensamento do autor, a ideia de que a sua obra pode, globalmente, ser interpretada como uma crítica veemente à educação indecisa. Neste sentido, o livro Pedagogia da Autonomia bem poderia ter sido intitulado Pedagogia da Decisão, versando sobre os saberes necessários à prática da educação como deliberação individual e colectiva, por parte de educadores e também de educandos, em processo de construção da sua própria autonomia. Uma pedagogia da decisão exige, segundo Freire, a prática democrática da decisão, não apenas enquanto processo político de democratização dos poderes educativos e de exercício da autonomia democrática, mas também enquanto processo pedagógico: aprender democracia pela prática da participação na decisão. Ao contrário, a não participação no processo de tomada de decisões em educação, a passividade e acomodação, o medo da liberdade, são elementos típicos da alienação dos professores e dos alunos, contra a concepção de Freire de educação como prática da liberdade.

Biografia do Autor

Licínio C. Lima, Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho, Portugal

PhD em Educação Professor Catedrático do Departamento de Ciências Sociais da Educação e Pesquisador do CIEd, Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho, Portugal