O corpo, a semente e o fruto: a antropologia paulina entre o simbólico e o conceitual em seu discurso sobre o ser humano e sua ressurreição

Autores

  • Rodrigo Portella
  • Carlos Queiroz

DOI:

https://doi.org/10.23925/rct.i91.35923

Palavras-chave:

Paulo de Tarso, Ressurreição, Antropologia paulina, Escatologia

Resumo

A modernidade, e particularmente a pós-modernidade, tem colocado em crise a identidade humana, seu porquê e para quê. Diante de sociedades ocidentais cada vez mais descritianizadas e secularizadas, se faz necessário ao teólogo e ao cientista da religião o debruçar-se sobre as tradições religiosas para verificar o que veiculam em sua antropologia. No caso específico do presente artigo, a intenção é esclarecer como o cristianismo, particularmente o apóstolo Paulo, compreende o ser humano. Contudo, sendo esta tarefa que se encontra para além de um artigo, resta-nos esclarecer a visão de Paulo a respeito do ser humano a partir de um ponto que consideramos chave para sua antropologia: a ressurreição, o ser humano novo, particularmente descrito em 1Co 15. Entendemos que Paulo constrói muito de sua antropologia a partir da visão que tem sobre o futuro escatológico do ser humano, pois nele estaria a verdadeira medida do ser humano unido a Deus, isto é, sua realização plena. Contudo, para se chegar a esta visão prenunciada por Paulo, será preciso antes, ainda que de forma célere, percorrer alguns de seus conceitos ao referir-se ao ser humano, em várias situações, e compreender como tais conceitos constroem a antropologia paulina e apontam para sua concepção de ressurreição / novo ser humano. Por fim, a intenção do presente artigo é apresentar uma possível interpretação sobre o ser humano, e seu futuro, a partir da visão cristã paulina. Entendemos que tal intento, feito com precisão conceitual, ajuda a compreender a visão antropológica de uma das grandes religiões em um tempo carente de perspectivas sintéticas e de sentido sobre quem é o ser humano, e a que se destina.

Biografia do Autor

Rodrigo Portella

Doutor em Ciência da Religião (UFJF) com estágios de pós-doutoramento na PUC-Rio e Universidade do Minho, Portugal. Professor de Ciência da Religião na UFJF.

Carlos Queiroz

Mestre em Ciência da Religião pela UFJF

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Publicado

2018-07-07

Edição

Seção

Artigos