Abraão e o Absurdo – Dos olhares da fé e da razão quedada

Autores

  • Jimmy Sudario UFJF
  • Rafael de Castro Lins Universidade Federal de Juiz de Fora

DOI:

https://doi.org/10.19143/2236-9937.2016v6n11p238-263

Palavras-chave:

Temor e Tremor, Suicídio filosófico, Crítica à razão, Mito de Abraão, Caim

Resumo

Tendo em vista o aprofundamento existencial pertinente à narrativa bíblica do mito de Abraão, Kierkegaard, além de fitar o significado medular desta história, também elabora diversas perspectivas pelas quais aquele ato dramático pode ser visto. Este artigo atenta-se a estes pressupostos da obra Temor e Tremor, fazendo correlações e enfrentamentos com o pensamento filosófico de Albert Camus, no que toca os termos da fé, da ética, e da metafísica cristã. Para este fim, prerrogativas camusianas, tal como o suicídio filosófico, receberam assentos a partir dos próprios comentários de Camus a respeito deste que o antecedeu numa extensa tradição de crítica à razão moderna, Kierkegaard. E, neste ínterim, uma perspectiva camusiana do mito de Abraão foi ilustrada, à luz e sob auxílio do romance Caim de José Saramago. Dessa forma, perpassando entre Temor e Tremor, O Mito de Sísifo e Caim, três gradações distintas de percepção da metafísica cristã foram tocadas ligeiramente neste artigo.

Biografia do Autor

Jimmy Sudario, UFJF

Doutor em Teologia pela PUC Rio.

Prof. Adjunto do Departamento de Ciências da Religião da UFJF

Rafael de Castro Lins, Universidade Federal de Juiz de Fora

Teólogo e Mestrando em Ciência da Religião pela UFJF

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Publicado

2016-07-07

Como Citar

Sudario, J., & Lins, R. de C. (2016). Abraão e o Absurdo – Dos olhares da fé e da razão quedada. TEOLITERARIA - Revista De Literaturas E Teologias, 6(11), 238–263. https://doi.org/10.19143/2236-9937.2016v6n11p238-263