Bairro Amigo do Idoso no Brás: percepções sobre os migrantes internacionais

Autores

  • Bibiana Graeff
  • Marisa Accioly Domingues
  • Maria Luisa Trindade Bestetti

DOI:

https://doi.org/10.23925/2176-901X.2012v15iEspecial13p177-196

Palavras-chave:

Cidade Amiga do Idoso, Brás, São Paulo, Migrantes, Envelhecimento

Resumo

A metodologia proposta no quadro do programa Cidade Amiga do Idoso (OMS, 2007) pode ser adaptada e estendida a espaços bastante diversificados, a exemplo do tradicional bairro do Brás, na cidade de São Paulo. Através dos grupos focais, é possível chegar-se em pistas de análise sobre temáticas não inicialmente previstas, que se impõem de maneira transversal ao longo das discussões. Isso ocorreu em nossa pesquisa, com relação à presença de migrantes internacionais no Brás. O assunto foi suscitado diversas vezes em todos os quatro primeiros grupos focais organizados, envolvendo pessoas idosas, mas também profissionais que atuam no bairro. Os primeiros resultados revelam a existência de uma visão bastante negativa com relação a populações de imigração recente (como os bolivianos e os chineses). Esses migrantes são associados a diversos problemas do bairro como a sujeira das ruas, a insegurança dos espaços públicos ou a alta dos aluguéis para a habitação. Embora os participantes sejam eles mesmos, em sua maioria, migrantes (internos), não demonstram solidariedade para com os migrantes internacionais, pois é possível que não façam qualquer relação entre sua própria condição e aquela dos “outros”, os “estrangeiros”. Esses resultados parciais nos levam a um questionamento sobre a visão que estes migrantes internacionais teriam sobre essas mesmas questões, e nos conduzem a cogitar a realização de grupos focais com essas populações. Se uma cidade amiga do idoso é uma cidade amiga de todos, deve também ser amiga do migrante, seja qual for sua origem, etnia ou nacionalidade.

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Como Citar

Graeff, B., Domingues, M. A., & Bestetti, M. L. T. (2013). Bairro Amigo do Idoso no Brás: percepções sobre os migrantes internacionais. Revista Kairós-Gerontologia, 15(Especial13), 177–196. https://doi.org/10.23925/2176-901X.2012v15iEspecial13p177-196