As primeiras respostas à epidemia de aids no Brasil: influências dos conceitos de gênero, masculinidade e dos movimentos sociais

Autores

  • Renato Caio Silva Santos Universidade de São Paulo
  • Néia Schor Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

HIV/aids, homossexualidade, masculinidade(s), gênero, políticas públicas

Resumo

Este ensaio caracteriza-se por ser uma reflexão teórica sobre as concepções de gênero e masculinidade e, como estas influenciaram a formulação de uma identidade de grupo e de movimentos que marcaram as primeiras respostas do Estado brasileiro à epidemia de aids. Sendo assim, o artigo apresenta, além das teorias de gênero e masculinidade, um panorama sobre a formulação das ‘redes de solidariedade’ e de grupos e organizações não governamentais, focados na luta pelos direitos das pessoas vivendo com HIV/aids e no apoio à aqueles que viviam com a doença, a expansão da homofobia, por parte daqueles que utilizaram o HIV como bode expiatório de fobias e preconceitos e, a formulação de Políticas Públicas em reação às inquietações de representantes da comunidade homossexual. Conclui-se que o fato de as primeiras pessoas identificadas como portadoras do HIV serem homens gays marcou profundamente as respostas dadas à epidemia, os rumos do movimento LGBT e levou a uma inegável estigmatização das pessoas com a síndrome. Por outro lado, a aids foi responsável por trazer os ‘desvios sexuais’ à tona e fez a homossexualidade, assim como outras formas dissidentes da heterossexualidade e da masculinidade hegemônica tornarem-se realidades cotidianas. Considera-se que a sociedade civil representou um importante e decisivo elemento no enfrentamento da epidemia e uma nova forma de pensar e de construir políticas públicas, devido ao resultado de esforços de grupos e movimentos sociais.

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Biografia do Autor

Renato Caio Silva Santos, Universidade de São Paulo

Psicólogo. Especialista em Sexualidade Humana. Mestrando em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da USP. Departamento de Saúde Materno Infantil.

Néia Schor, Universidade de São Paulo

Professora Titular da Faculdade de Saúde Pública da USP. Departamento de Saúde Materno Infantil.

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Publicado

2015-08-10

Como Citar

Santos, R. C. S., & Schor, N. (2015). As primeiras respostas à epidemia de aids no Brasil: influências dos conceitos de gênero, masculinidade e dos movimentos sociais. Psicologia Revista, 24(1), 45–59. Recuperado de https://revistas.pucsp.br/index.php/psicorevista/article/view/24228

Edição

Seção

Artigos Teóricos