O livro de Jó e o desafio da verdadeira religião

Autores

  • Tiago de Fraga Gomes Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.23925/2177-952X.2016v10i18p220-232

Palavras-chave:

Jó, Justiça, Religião, Retribuição, Sofrimento

Resumo

O problema capital do livro de Jó corresponde à questão de como conjugar os males de um inocente com a justiça de Deus. Para a doutrina corrente das retribuições terrestres, tal caso seria paradoxal. Se cada um deve ser tratado segundo suas obras, como um justo pode sofrer? Há uma ligação entre o sofrimento e o pecado pessoal. Contra essa rigorosa correlação, Jó se levanta com toda a força de sua inocência. Luta desesperadamente para reencontrar Deus que se esquiva e em cuja bondade ele continua crendo. Deus intervém apenas para revelar a transcendência de seu ser e de seus desígnios e reduzir Jó ao silêncio. Esta é a mensagem religiosa do livro de Jó: o homem deve persistir na fé até mesmo quando seu espírito não encontra sossego. O livro de Jó nos questiona: existe religião gratuita, ou ela é sempre um comércio interesseiro? De rico e próspero, Jó se torna pobre e sem futuro. Apesar disso, Jó continua fiel e reconhece que Deus tem o direito absoluto de dispor de tudo o que lhe havia dado. Jó diz: “se aceitamos de Deus os bens, não devemos também aceitar os males?” (Jó 2,10). Jó demonstrou que é capaz de religião gratuita, sem qualquer sombra de recompensa.

Biografia do Autor

Tiago de Fraga Gomes, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Doutorando em Teologia pela PUCRS. Mestre e Bacharel em Teologia. Bacharel em Filosofia.

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Publicado

2016-12-26

Edição

Seção

ARTIGOS