n. 17 (2010): Verve

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no fluxo, em movimento e livre, verve se faz 17. afirma e potencializa práticas e problematizações que nos são caras, ousando lançar-se em metamorfoses para seguir incontida, surpreendente e interessada pelas potências libertárias das vidas em invenção.

é vital ao se deixar atravessar, com poesia e contundência, pelas relações entre amigos liberadas dos transcendentais, na companhia de émile armand e rené char; ao escancarar a atualidade da subversão pelo sexo em tempos conservadores; ao dizer francamente que a anarquia não compactua com tiranos, jaulas e condutores de consciência; ao saber, junto a pietro ferrua, da coragem de anarquistas que, com rebeldia, enfrentaram a ditadura militar; ao notar, com josé oiticica e colin ward, que a obediência à autoridade superior pode cessar pela produção de novos costumes liberadores; ao estar atento às singularidades anarquistas presentes no misticismo libertário de tolstoi, nas lembranças incompletas do arquivista edgar rodrigues e nas rebeldias impressas nas páginas como resistências.

verve experimenta, pela primeira vez, páginas únicas que trazem dois recentes hypomnematas produzidos pelo nu-sol no combate tanto a torturadores quanto à vingança que leva o nome de justiça: páginas afirmativas de um abolicionismo libertário interessado na exposição pública de seus atos, sabendo que a verdade é forjada no calor das lutas, na guerra incessante da política; verdades moldadas nos embates de força que são imprescindíveis para o exercício de poder político, como apresenta michel foucault, na segunda aula do curso “do governo dos vivos”, de 1980, que publicamos em tradução inédita.

verve 17 mostra-se em novo projeto gráfico que é um tanto de nossa existência estética libertária, propícia às experimentações preciosas: outros espaços, saudáveis respiros e novas intensidades.

verve é INTEMPESTIVA

no inacabado das lutas

Publicado: 2011-11-01