Fatores associados ao óbito em pacientes submetidos à “Onda Vermelha”: ênfase na toracotomia de emergência

Autores

  • Rafael Valério Gonçalves Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Medicina
  • Ana Cecília Borges Universidade Federal de Minas Gerais Hospital Risoleta Tolentino Neves
  • Tatiane Rufino Vieira Universidade Federal de Minas Gerais Hospital Risoleta Tolentino Neves
  • Vinicius Rodrigues Taranto Nunes Universidade Federal de Minas Gerais Hospital Risoleta Tolentino Neves
  • Wagner Oseas Correa Universidade Federal de Minas Gerais Hospital Risoleta Tolentino Neves
  • Emanuelle Maria Sávio de Abreu
  • José Eduardo Magri Júnior Hospital Universitário São José / Hospital Universitário Ciências Médicas
  • Carla Jorge Machado Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Medicina Departamento de Medicina Preventiva e Social
  • Vivian Resende
  • Mario Pastore Neto Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Medicina Departamento de Cirurgia

DOI:

https://doi.org/10.23925/1984-4840.2017v19i4a4

Palavras-chave:

ferimentos e lesões, toracotomia, laparotomia, serviço hospitalar de emergência, tratamento de emergência

Resumo

Objetivo: Identificar e analisar os fatores associados ao óbito, com enfoque para a realização da laparotomia isolada ou associada à toracotomia de emergência. Método: Estudo longitudinal prospectivo de pacientes submetidos ao protocolo “Onda Vermelha”, após admissão no pronto-atendimento do Hospital Risoleta Tolentino Neves, de 2011 a 2015. Foram feitas análises descritivas, teste t de Student, teste do χ2, e regressão logística binária múltipla para identificação dos fatores preditores de óbito. Resultados: Foram estudados 132 pacientes, dos quais 47 (35,6%) morreram. A média de idade foi 28 anos. A maior parte era do sexo masculino (90,9%), predominando trauma penetrante (91,7%). Os escores de trauma foram compatíveis com moderada gravidade. Os tempos médios de internação e de permanência em unidade de terapia intensiva superaram 10 dias. A laparotomia e a toracotomia ocorreram em 72,7 e 28% dos casos, respectivamente. As complicações foram graves para 38,6% dos pacientes; e as lesões mais comuns foram gastrointestinais (48,5%) e em vasos abdominais (28,8%). A toracotomia, as complicações graves e a lesão dos vasos abdominais foram mais frequentes entre pacientes que morreram (p<0,001). Os fatores preditores para óbito foram toracotomia de emergência (OR=6,9; p=0,002), complicações severas (OR=6,1; p=0,010) e lesões em vasos abdominais e pélvicos (OR=16,8; p<0,001). Conclusão: A toracotomia de emergência está associada à maior chance de óbito, independente de outros fatores, assim como o mecanismo de trauma penetrante, as complicações e as lesões em vasos abdominais e pélvicos. A sobrevivência na presença da toracotomia foi de 25,7% para as vítimas de traumas penetrantes.

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Biografia do Autor

Emanuelle Maria Sávio de Abreu

Universidade Federal de Minas Gerais
Hospital Risoleta Tolentino Neves

Vivian Resende

Universidade Federal de Minas Gerais
Faculdade de Medicina
Departamento de Cirurgia

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Publicado

2018-01-29

Como Citar

1.
Gonçalves RV, Borges AC, Vieira TR, Nunes VRT, Correa WO, Abreu EMS de, Magri Júnior JE, Machado CJ, Resende V, Pastore Neto M. Fatores associados ao óbito em pacientes submetidos à “Onda Vermelha”: ênfase na toracotomia de emergência. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba [Internet]. 29º de janeiro de 2018 [citado 23º de abril de 2024];19(4):175-82. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/32140

Edição

Seção

Artigo Original