A aprendizagem ubíqua substitui a educação formal?

Autores

  • Lúcia Santaella PUC-SP

Palavras-chave:

inovações tecnológicas, educação formal, aprendizagem ubíqua

Resumo

Inovações tecnológicas e comunicativas moldam a organização social porque são estruturadoras das relações espaço-temporais às quais o pensamento e a sensibilidade do ser humano se conformam. Mais do que isso, tecnologias de linguagem produzem mudanças neurológicas e sensórias que afetam significativamente nossas percepções e ações. Tendo isso em vista, pode-se avaliar a intensidade das transformações sócio-culturais e psíquicas por que a humanidade vem passando nos dois últimos séculos, período que já deu andamento a cinco gerações de tecnologias de linguagem e de comunicação: as tecnologias da reprodução, as da difusão, as do disponível, e aquelas resultantes da revolução digital, a saber, as tecnologias do acesso e as da conexão contínua. Entre outros aspectos derivados das condições provocadas por estas duas últimas, notáveis são aqueles que afetam diretamente as formas de educar e de aprender. Assim, dentre as grandes questões que surgem, na conjuntura atual, uma das mais fundamentais é aquela que se reporta ao papel que a educação formal pode continuar a desempenhar no contexto das tecnologias móveis. Em suma: será que o acesso livre e ubíquo ao conhecimento, ou seja, àquilo que podemos chamar de aprendizagem ubíqua, tem poderes para substituir a educação formal? Este é o problema que este artigo visa abrir à discussão.

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