Arquitetura em Diagramas: Uma Análise da Presença do Raciocínio Dedutivo- Diagramático no Processo Projetivo em Arquitetura

Autores

  • Eluiza Bortolotto Ghizzi UFMS - Brasil

Palavras-chave:

Diagramas arquitetônicos. Raciocínio abdutivo. Raciocínio dedutivo. Ícone. Diagrama

Resumo

O presente texto aborda a hipótese de que os desenhos iniciais - do tipo croqui – utilizados no processo projetivo em arquitetura são da natureza de signos icônico-diagramáticos. Além disso, essa hipótese sugere que o processo projetivo no qual esses diagramas se inserem caracteriza, do ponto de vista da Lógica, um raciocínio dedutivo-diagramático. Usa-se como base teórica a filosofia de Charles S. Peirce (1839-1914), mais particularmente, a sua classificação dos modos de raciocínio e as idéias de “ícone” e de “diagrama”. Para tratar desta última este estudo toma por base, também, textos de Ivo Assad Ibri e de Leila Haaparanta, os quais analisam a concepção peirceana de diagrama. Com o auxílio desse referencial, observa-se e analisa-se: (1) as relações do processo projetivo em arquitetura tanto com as inúmeras variáveis (condicionantes) de um problema arquitetônico como com certos ideais; (2) o papel dos diagramas na síntese dessas variáveis e desses ideais; (3) a alteridade sígnica dos diagramas; (4) sua dinâmica no processo projetivo e, ainda, (5) as suas propriedades abdutivas e dedutivas nesse mesmo processo. As conclusões deste estudo apontam para (a) a confirmação da prática do processo projetivo como um diálogo evolutivo – no tempo - entre o arquiteto e seus próprios diagramas, conduzido por uma argumentação dedutiva que se atualiza em signos icônico-diagramáticos (os desenhos); (b) esse tipo de raciocínio como um fator central para a solução de problemas arquitetônicos, na medida em que permite e estimula observação, análise, experimentação e construção de diagramas gráficos que são idéias-síntese tanto entre as variantes do problema quanto entre essas e os ideais a ele associados. Mais do que isso, as conclusões levam a observar que (c) essa argumentação pelos diagramas tende para duas direções: a da descoberta (passo atrás) e a da criação (passo à frente), o que produz um efeito de parada no tempo, essencial à livre observação e experimentação de idéias que, além de serem adequadas à solução de problemas dados no início do processo, são altamente requeridas para a geração de possibilidades projetivas.

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