John Dewey e o Evolucionismo: Contribuições do Pragmatismo para o Estudo da Ação Habilidosa

Autores

  • Mariana C. Broens Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Campus de Marília - Brasil
  • Adelheid M. L. Chiaradia Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Campus de Marília - Brasil

Palavras-chave:

Evolucionismo, Conhecimento, Pragmatismo, Ação, Filosofia da Mente

Resumo

Neste trabalho, investigamos, num viés pragmatista, algumas teses evolucionistas e sua possível contribuição para nosso entendimento do conceito de ação habilidosa na Filosofia da Mente e da Ação. Em The Influence of Darwinism on Philosophy, John Dewey apresenta várias considerações a respeito do possível impacto do evolucionismo darwiniano na concepção de conhecimento. Primeiramente, observa Dewey que a tradição filosófica ocidental está fortemente influenciada pela intuição de que conhecer é apreender a forma imutável ou idéia de um objeto. Para Dewey, a concepção de eidos, que os escolásticos traduziram como espécie, forma permanente para além e acima do fluxo natural das coisas, se tornou o princípio central tanto do conhecimento quanto da natureza, tornando-se a própria lógica da ciência. A noção de eidos remete a uma doutrina metafísica muito forte na filosofia nos últimos dois mil anos: a de que há uma constância formal no fluxo natural das coisas que o conhecimento científico deve apreender. Segundo Dewey (1909/2009), na Biologia essa doutrina teve forte influência na noção de espécie como a manifestação viva de diferentes formas de ser que transcendem os indivíduos. A observação da permanência de traços gerais de geração em geração fortaleceu a idéia de que haveria uma essência da espécie de que o indivíduo seria apenas um portador temporário. Por isso, a simples palavra do título da obra de Darwin “origem” combinada à palavra “espécie” provoca no pensamento filosófico uma revolução que, segundo Dewey, se compara à revolução copernicana, algumas de cujas implicações procuramos investigar.

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