Caráter Sinfônico das Representações Semióticas

Autores

  • Lauro Frederico Barbosa da Silveira

Palavras-chave:

Semiose, Objeto, Interpretante, Teoria, Verdade

Resumo

A função mediadora da representação, representando alguma coisa para a conduta, implica a possibilidade de infinitas teorias igualmente válidas cuja escolha depende de uma afinidade primeira entre o objeto, o signo e a conduta. Nenhum objeto impõe uma teoria, mas ao atrair o espírito, suscita nele a produção original e poética de um representamen. Se devidamente trabalhada no desenvolvimento a representação do objeto, haverá tantas teorias sobre ele quantas hipóteses originárias. Por outro lado, nenhum signo se confundirá coextensivamente com o objeto que representa, não lhe cabendo, pois, pretender-se único e exclusivo representamen do objeto. A escolha da teoria depende não somente do contexto concreto que a enseja, como da originalidade com que se expressa il lume naturale em cada síntese mental. Depende, igualmente, do destino que, potencialmente presente na representação, é procurado como um ideal e se concretiza na vicissitude dos atos concretos. A pluralidade de teorias, em grande sinfonia, é sob os mais diversos aspectos a expressão mesma de uma razão livre e originariamente poética, de natureza irredutivelmente cósmica e social.