Aprendendo a falar com Marie – o uso de objetos como intérpretes na relação com uma criança autista

Autores

  • Ivone C. Dias Gomes Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Faculdade de Fonoaudiologia

Palavras-chave:

autismo, terapia fonoaudiológica, objetos intermediários.

Resumo

O objetivo deste trabalho é compartilhar com os colegas fonoaudiólogos que atendem pacientes autistas, questões e hipóteses de trabalho que emergiram da experiência de sois anos e nove meses de atendimento de uma menina autista, que iniciou quando ela estava com 4 anos de idade. Considerando uma compreensão teórica sobre o autismo e uma noção sobre uma relação transferencial possível na terapia de crianças autistas, busquei demonstrar com exemplos retirados de sessões terapêuticas, uma forma de trabalho que consistiu em expressar minhas idéias para a paciente através de objetos intermediários que chamei de objetos intérpretes. Pretendi destacar, particularmente, os momentos do processo terapêutico nos quais, graças aos usos destes objetos e na vigência de uma relação onde predominava a ilusão fusional, conseguimos um contato não autístico.