Efeitos da intubação orotraqueal na voz e deglutição de adultos e idosos

Resumo

Objetivo: descrever as alterações vocais e de deglutição em pacientes submetidos à intubação orotraqueal e compará-las entre idosos e adultos. Métodos: estudo transversal observacional descritivo constituído por 30 pacientes internados no Centro de Terapia intensiva, que foram intubados por período de 24 horas a 14 dias. A amostra foi composta por 15 participantes adultos, de idades entre 18 e 59 anos, e 15 pacientes idosos com idades entre 60 e 79 anos. Todos foram submetidos à avaliação fonoaudiológica da deglutição e da voz, realizadas aproximadamente 24 horas após a extubação, e análise da auto-percepção das alterações vocais. Realizou-se análise descritiva por meio de porcentagem. Resultados: o período médio de intubação orotraqueal foi maior nos pacientes idosos. Na avaliação estrutural da deglutição os idosos apresentaram resultados piores se comparados aos adultos, assim como via oral mais restrita. A média do tempo máximo de fonação de ambos os grupos encontrou-se bastante reduzida, e a avaliação perceptivo-auditiva demonstrou maior impacto nos idosos. Na avaliação da auto-percepção vocal, em ambos os grupos, os sujeitos, classificaram sua disfonia como de grau superior ao atribuído pelos fonoaudiólogos. Conclusão: comprometimentos fonoaudiológicos após extubação foram mais frequentes nos idosos, caracterizados por alteração vocal e via de alimentação pior quando comparada aos adultos. O tempo máximo de fonação reduzido e a auto-percepção vocal negativa foram encontrados independentemente da faixa etária. A avaliação fonoaudiológica precoce deve ser rotina, pois, por meio dela, pode-se obter o diagnóstico precoce de alterações laríngeas, diminuindo a taxa de complicações sistêmicas advindas.