Teste da abordagem de Benjamin Graham para Investidores Defensivos no mercado de ações brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/cafi.71.65982

Palavras-chave:

ações, análise de demonstrações financeiras, estratégia de investimento, investimento em valor, mercado de capitais brasileiro

Resumo

Graham acreditava que os investidores que desejassem empenhar pouco tempo na avaliação de ativos poderiam ser bem-sucedidos se adquirissem ações de companhias que atendessem a sete critérios que medem a qualidade de seu desempenho financeiro e atratividade de preço. Apesar de diversos estudos brasileiros demonstrarem a efetividade da filosofia de Graham, de nosso conhecimento, nenhum aplica as recomendações da exata forma publicada pelo autor. Este artigo, portanto, tem como objetivo verificar se a estratégia destinada a Investidores Defensivos apresentada por Benjamin Graham em O Investidor Inteligente é eficaz no mercado acionário brasileiro. Para atingir tal objetivo, construímos carteiras de ações que atendiam os critérios de Graham em abril de cada ano entre 2011 e 2020. Posteriormente, avaliamos seu desempenho com base no Modelo de Três Fatores Fama-French em intervalos de 2, 4, 6, 8 e 10 anos de investimento. Por fim, utilizamos a técnica dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) para estimar os coeficientes do Modelo. Os resultados revelam que as carteiras apresentaram retorno excedente ao mercado nos intervalos de oito e dez anos de investimento. Assim, a estratégia se mostra eficaz para o mercado de ações brasileiro.

Referências

Almeida, V. G. A., Oliveira, P. H. M., Botrel, P. C. M. G. G., & Martins, M. G. (2011). Teste da aplicação de critérios de análise fundamentalista às ações negociadas na Bovespa: 1997-2011. Anais Do XIV SemeAD – Seminários Em Administração. São Paulo, SP, Brasil. Recuperado de: http://sistema.semead.com.br/14semead/resultado/trabalhosPDF/1066.pdf

Artuso, A. R., & Chaves Neto, A. (2010). O uso de quartis para a aplicação dos filtros de Graham na Bovespa (1998-2009). Revista Contabilidade & Finanças, 21(52), 1–20. Recuperado de: https://www.scielo.br/j/rcf/a/YcKZRzbBng7sn7GPBgXJpwf/

Assaf Neto, Alexandre. (2021). Mercado Financeiro (15th ed.). São Paulo: Atlas.

Barberis, N., & Thaler, R. (2003). A survey of behavioral finance. Em G. M. Constantinides, M. Harris, & R. M. Stulz (Eds.), Handbook of the Economics of Finance (pp. 1053–1128). North Holland.

Bildersee, J. S., Cheh, J. J., & Zutshi, A. (1993). The performance of Japanese common stocks in relation to their net current asset values. Japan and the World Economy, 5(3), 197–215. Recuperado de: https://doi.org/10.1016/0922-1425(93)90011-R

Bloomfield, T., Leftwich, R., & Long, J. B. (1977). Portfolio strategies and performance. Journal of Financial Economics, 5(2), 201–218. Recuperado de: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/0304405X77900186?via%3Dihub

Buffett, W. E. (1984). The superinvestors of Graham-and-Doddsville. Hermes, 4–15.

Chang, D. (2011). Testing some of Benjamin Graham’s Stock Selection Criteria: A Case of the FTSE Bursa Malaysia EMAS Index from Year 2000 to 2009. Jurnal Manajemen Dan Kewirausahaan, 13(2), 99–106. Recuperado de: https://doi.org/10.9744/JMK.13.2.99-106

Damodaran, A. (2003). Investment Philosophies: Successful Strategies and the Investors Who Made Them Work. Library Technology Reports, 37(3), 5–8.

DeMiguel, V., Garlappi, L., & Uppal, R. (2009). Optimal Versus Naive Diversification: How Inefficient is the 1/N Portfolio Strategy? Review of Financial Studies, 22(5), 1915–1953. Recuperado de: https://doi.org/10.1093/rfs/hhm075

Domingues, C. H. S., Aronne, A. V., Pereira Júnior, F. de P., & Pinho, F. M. (2020). Piotroski, Graham and Greenblatt: An Empirical Approach to Value Investing in the Brazilian Stock Market. Congresso Internacional de Administração. Ponta Grossa, PR, Brasil. Recuperado de https://admpg.com.br/2020/anais/arquivos/08142020_170817_5f36f09977df8.pdf

Fabozzi, F. J., & Pachamanova, D. A. (2016). Portfolio Construction and Analytics. Hoboken, New Jersey: John Wiley & Sons, Inc.

Fama, E. F. (1970). Efficient Capital Markets: A Review of Theory and Empirical Work. The Journal of Finance, 25(2), 383–383x. Recuperado de: https://www.jstor.org/stable/2325486 Fama, E. F., & French, K. R. (1993). Common Risk Ractors in the Returns on Stocks and Bonds. Journal of Financial Economics, 33(1), 3–56. Recuperado de: https://doi.org/10.1016/0304-405x(93)90023-5

Graham, B. (2016). O Investidor Inteligente (1st ed.). Rio de Janeiro: HarperCollins Brasil.

Graham, B., & Dodd, D. L. (2008). Security Analysis (6th ed., pp. 1–818). McGraw-Hill.

Klerck, W. G., & Maritz, A. C. (1997). A test of Graham’s stock selection criteria on industrial shares traded on the JSE. Investment Analysts Journal, 26(45), 25–33. Recuperado de: https://doi:10.1080/10293523.1997.11082374

Oppenheimer, H. R. (1984). A test of Ben Graham’s stock selection criteria. Financial Analysts Journal, 40(5), 68–74.

Palazzo, V., Savoia, J. R. F., Securato, J. R., & Bergmann, D. R. (2018). Análise de carteiras de valor no mercado brasileiro. Revista Contabilidade & Finanças, 29(78), 452–468. Recuperado de: https://doi:10.1590/1808-057X201804810

Passos, V. C. S., & Pinheiro, J. L. (2009). Estratégias de Investimento em Bolsa de Valores: Uma Pesquisa Exploratória da Visão Fundamentalista de Benjamin Graham. Revista Gestão & Tecnologia, 9(1), 1–16. Recuperado de: https://doi:10.20397/2177-6652/2009.v9i1.233

Rea, J. B. (1977). Remembering Benjamin Graham — Teacher and Friend. The Journal of Portfolio Management, 3(4), 66–72. Recuperado de: https://doi:10.3905/jpm.1977.66

Santiago, D. C., & Leal, R. P. C. (2015). Carteiras Igualmente Ponderadas com Poucas Ações e o Pequeno Investidor. Revista de Administração Contemporânea, 19(5), 544–564. Recuperado de: https://doi:10.1590/1982-7849rac20151794doi:10.1111/j.1540-6261.1964.tb02865.x

Shleifer, A. (2000). Inefficient Markets: An Introduction to Behavioural Finance. New York: Oxford University Press Inc.

Singh, J., & Kaur, K. (2014). Testing Ben Graham’s Stock Selection Criteria in Indian Stock Market. Management and Labour Studies, 39(1), 43–62. Recuperado de: https://doi:10.1177/0258042X14535156

Terzi, N. (2015). An Assessment on Graham’s Approach for Stock Selection: The Case of Turkey. International Journal of Financial Research, 7(1). Recuperado de: https://doi:10.5430/ijfr.v7n1p50

Testa, C.H.R. (2011). Aplicação da estratégia de investimento de Graham à BM&FBovespa para o pequeno investidor. Anais Do XIV SemeAD – Seminários Em Administração.

Testa, C.H.R., & Lima, G. A. S. F. (2012). O Canto da Sereia: Aplicação da Teoria de Graham na BM&FBOVESPA. Amazônia, Organizações e Sustentabilidade, 1(1), 79–93. Recuperado de: https://doi:10.17800/2238-8893/aos.v1n1p79-93

Thomé Neto, C., Leal, R. P. C., & Almeida, V. S. (2011). Um índice de mínima variância de ações brasileiras. Economia Aplicada, 15(4), 535–557. Recuperado de: https://doi:10.1590/S1413-80502011000400002

Xiao, Y., & Arnold, G. C. (2008). Testing Benjamin Graham’s Net Current Asset Value Strategy in London. The Journal of Investing, 17(4), 11–19. https://doi.org/10.3905/JOI.2008.17.4.011

Zakaria, N., & Hashim, F. (2017). Emerging Markets: Evaluating Graham’s Stock Selection Criteria on Portfolio Return in Saudi Arabia Stock Market. International Journal of Economics and Financial Issues, 7(2), 453–459.

Downloads

Publicado

2024-05-01

Como Citar

Santos, A., & Carazza, L. (2024). Teste da abordagem de Benjamin Graham para Investidores Defensivos no mercado de ações brasileiro. CAFI, 7(1), 40–60. https://doi.org/10.23925/cafi.71.65982