Revisitando o homem cordial
uma análise crítica da concepção de Sérgio Buarque de Holanda
DOI:
https://doi.org/10.23925/ddem.v.2.n.14.70336Palavras-chave:
Escravidão, Corrupção, Homem cordial, Racismo , multidimensional, OpressãoResumo
O presente artigo tem como objetivo realizar uma análise crítica do conceito do homem cordial de Sérgio Buarque de Holanda, conforme apresentado em sua obra Raízes do Brasil. Inicialmente, o texto explora o conceito de homem cordial, que se refere à figura de um brasileiro caracterizado pela cordialidade nas relações sociais, mas que, ao mesmo tempo, carrega um traço de submissão, resultante da herança cultural portuguesa. Esse conceito, segundo o autor, estaria na raiz de práticas corruptas na política brasileira, onde eleitores e políticos compartilham uma responsabilidade mútua pela corrupção. Ao associar a corrupção à população mais pobre, predominantemente composta por negros e mestiços, o conceito do homem cordial obscurece as dimensões mais amplas do racismo no Brasil, invisibilizando o papel das elites e empresários na manutenção das estruturas de poder e opressão. O racismo racial disfarçado, assim, torna-se uma forma de segregação oculta, validada pela própria construção social que marginaliza certos grupos em nome da "cordialidade". O homem cordial não apenas desvia a atenção das responsabilidades das elites, mas também perpetua uma visão distorcida da realidade social brasileira, ocultando o racismo estrutural e suas formas disfarçadas. Para a realização deste estudo, adota-se o método de abordagem hipotético-dedutivo, que permite partir de situações previamente formuladas e testadas por meio de uma análise crítica da literatura existente. A pesquisa bibliográfica é utilizada como principal técnica de investigação, possibilitando uma reflexão embasada e contextualizada sobre as questões levantadas.
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Revista DD&EM - ISSN 2675-7648












