Teoria da religião: dois exemplos de crítica ao uso do conceito de cultura no estudo da religião em Leo Strauss e Franz Rosenzweig

Autores

  • Luis Felipe Pondé Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências da Religião

Palavras-chave:

Straus, Rosenzweig, cultura, religião, revelação, teoria, D'us, Natureza, teologia, ateísmo

Resumo

Este ensaio busca discutir a tensão existente na redução do conceito de religião ap conceito de cultura. Para tal, parto de cinco textos: dois artigos de Leo Strauss, um artigo e duas cartas de Franz Rosenzweig - ambos teóricos do judaísmo (em diálogo com o cristianismo). Em Strauss encontramos uma discussão acerca da inexistência da idéia de "Natureza" suficiente no pensamento bíblico hebraico e uma contundente crítica às raízes da "solução sionista" como modo de compreender a condição religiosa judaica na virada dos sécs XIX e XX. Para ele, este caso ilumina claramente o erro categorial na redução de religião à cultura. Em Rosenzweig encontramos uma recusa frontal da "humanização de Jesus", traço específico da teologia liberal protestante alemã de raíz romântica, e da "teologia do povo judeu" (redução,  inclusive buberiana, da Revelação à idéia de mito), responsável pela transformação da Revelação em produção do "espírito judeu". Rosenzweig defenderá a idéia de que compreender o judaísmo é praticar o judaísmo e, assim, sua teoria do judaísmo acaba por se transformar num projeto de Paidéia (erudição e prática). Desenvolvo uma série de considerações ontológicas, pedagógicas e epistemológicas a partir desses dois teóricos, ao mesmo tempo em que aponto para o que seria uma teoria da religião eurudita.

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Publicado

2019-02-14

Edição

Seção

Artigos