Filosofia da religião e ciências da religião impressões gerais

Resumo

O texto a seguir pretende ser mais um contributo à discussão contínua sobre as relações entre filosofia, filosofia da religião, teologia e a(s) ciência(s) da religião em sentido estrito. A partir de uma discussão contextual restrita ao ambiente brasileiro, busca-se tecer impressões gerais de uma impostação propositalmente polêmica, que, porém, quer servir a considerações teóricas mais qualificadas que algumas atualmente prevalentes, e menos caracterizadas por estratégias defensivas, não raro até corporativas, pois são motivadas pela urgência da sobrevivência política, institucional e acadêmica.

No arcabouça dessa discussão maior, retoma-se o debate em torno da suposta "obsolescência" da fenomenologia da religião, caso típico e exemplar a requerer atenção filosófica-reflexiva; e em torno da pertença possível da filosofia da religião e da teologia à(s) ciência(s) da religião enquanto campo de estudos maleável - conquanto não tolerante a frouxidões quanto a teoria ou objeto - e avesso a reducionismos metodológicos, sobretudo, mas não só, aqueles provenientes das ciências sociais.

Em tudo isso o objetivo é endossar, mais uma vez, a complexidade do estudo da religião, evitando simplificações muitas vezes típicas de estudos empíricos e descritivos, cuja riqueza é muitas vezes apenas aparente, já que afinal o leigo pode sempre se perguntar. "Em todo esse caos, trata-se ainda de estudos da religião, esse objeto específico prima facie reclamado por esta(s) ciência(s)?"