Fede, ragione, università

Resumo

Este artigo questiona três problemas fundamentais: a fé, a razão e a universidade, que estavam também no coração do discurso de Bento XVI que não foi pronunciado em janeiro na Universidade de Roma. Sustenta a idéia de que fé e razão são diferentes muito embora não sejam forças hostis, senão que devem cooperar de modo a alcançar a verdade. Ao longo de vários caminhos, elas desejam conhecer e nisso reside a nobreza do homem. Não obstante, isto requer uma abertura do intelecto que, atualmente, encontra-se confrontado pela opinião amplamente difundida de que apenas as ciências empíricas podem nos fornecer um conhecimento confiável. O artigo segue para introduzir algumas considerações acerca de um assunto tão importante quanto negligenciado, qual seja, a questão do niilismo jurídico. Ela surge quando uma cultura nega que o justo e o injusto existam em si mesmos. Assim, todas as decisões humanas e legais baseiam-se não em algum tipo de direito natural, mas tão-somente na decisão da vontade, principalmente da vontade de poder. Neste sentido, qualquer lei é suspensa não em nome da razão mas da decisão, e tal é a essencia velada do positivismo jurídico absoluto. Por fim, o artigo explora o propósito fundamental da universidade em relação àquelas medievais assim como às da Renascença. A universidade moderna, em que os propósitos úteis são predominantes, visa a formação de especialistas. Assim, a universidade deixa de se dirigir à unidade do saber, de modo que a fragmentação das disciplinas é a regra.