Pelas Bordas da Cidade: O PQP, Um Jornal Para Quem Pode
Resumo
O periódico semanal PQP, “um jornal pra quem pode”, promoveu durante as décadas de 70/80/90, em Belém do Pará, a ampliação simbólica de tessituras culturais forjadas nos “ires e vires” dos espaços públicos. De folhetim esquecido nas gavetas memoriais do Arquivo Publico Municipal para esse artigo, suas texturas múltiplas distribuídas, principalmente nas seções destinadas às Artes, ainda parecem “debochar” das exigências de um núcleo estável para as Amazônias. Ofegante na década de 90, deixando de ser um mosaico de contracantos, o jornal fazia a opção “mortal” de abrir mão do riso desencadeado pela zombaria e pelos exageros em favor de um humor asséptico, previsível e geometrizável. Para a viabilização do estudo proposto, foram ponderadas as seguintes premissas metodológicas: levantamento, no arquivo público municipal de Belém, de tabloides acolhendo práticas barrocas, além de leituras sob a luz da Teoria da Comunicação construída na América Latina (Martín-Barbero); da Semiótica Cultural Russa (Lótman, Bakhtin); do barroco e da mestiçagem (Severo Sarduy, Haroldo de Campos, Lezama Lima, Alejo Carpentier e Amálio Pinheiro) e do humor (Elias Saliba e Propp). Decantando o manancial de reflexões levantadas, espera-se fortalecer as ainda tímidas redes de reflexão dedicadas a esses artistas de escritura parodística, transcriadores, a todo tempo, nas praças, nas ruas e nas feiras das Amazônias, como também ampliar os olhares da academia para folhetins como o PQP, fazer jornalístico-cartográfico-etnográfico fiando e revelando outras Santas Marias de Belém do Grão Pará.
Palavras-chave: mestiçagem; barroco; jornal; cidade.
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