ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO: TÁTICA, ESTRATÉGIA E POLÍTICA

Autores

  • Ivan Ramos Estevão
  • Clarissa Metzger

DOI:

https://doi.org/10.5546/peste.v7i2.30483

Resumo

Resumo: Este artigo sustenta que o acompanhamento terapêutico
(AT) pode ser entendido como uma modalidade tática e estratégica
da psicanálise, sendo, portanto, orientado pela política da psicanálise.
Partindo do referencial lacaniano, o AT deve se orientar pela política
da psicanálise que, como aponta Lacan, coincide com a sua ética. A
partir do artigo “A direção do tratamento e os princípios de seu poder”
(LACAN, 1958/1998), afirmamos que a tática comporta a dimensão
da interpretação, na qual Lacan (1958/1998, p. 594) nos lembra que o
analista é livre “quanto ao momento, ao número e também escolha de
minhas intervenções, a tal ponto que a regra parece ter sido inteiramente
ordenada para não atrapalhar em nada meu trabalho de executante”.
Essa liberdade da tática permite que consideremos o AT como uma
tática da psicanálise, mas somente na medida em que ela seja norteada
pela política da psicanálise. No âmbito da estratégia, o psicanalista
também é livre, embora em menor medida, já que a estratégia implica o
manejo da transferência, com vistas a fazer surgir o inconsciente em suas
manifestações. Tal como a tática, também a estratégia tem sua liberdade
subordinada à política da psicanálise. Do mesmo modo que ocorre em
um consultório de psicanálise, o AT implica o manejo da transferência que tem como norte ético o sujeito do inconsciente.
Palavras-chave: acompanhamento terapêutico; psicanálise; Jacques
Lacan; política.

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Publicado

2016-11-22

Edição

Seção

Artigos