“POR MAIS AULAS DE HISTÓRIA PARA ESSA GENTE...”:  a crença no conhecimento científico como antídoto à ideologia

Valci Melo; Lavoisier Almeida dos Santos

doi:10.23925/1982-6672.2020v13i39p99-121

Autores/as

Valci Melo Universidade Federal de Alagoas (UFAL)/Professor substituto
Lavoisier Almeida dos Santos Universidade Federal de Alagoas (UFAL)/Doutorando

DOI:

https://doi.org/10.23925/1982-6672.2020v13i39p99-121

Palabras clave:

Ciência, Ideologia, Comportamento político, Análise do Discurso

Resumen

o artigo analisa o discurso do conhecimento científico como antídoto a posições políticas reacionárias ou conservadoras. Para tal, retoma-se a relação entre ciência e ideologia e, por meio da Análise do Discurso filiada a Michel Pêcheux, procede-se a uma análise discursiva de materialidades que atribuem determinadas posições ideológicas à falta de conhecimento sócio-histórico. Ao longo do texto, argumenta-se em favor da ideologia como conjunto de ideias, crenças e valores com caráter prático-operativo e, portanto, para além da noção corrente que a identifica à falsa consciência. Por fim, conclui-se que, embora a ideologia seja, assim como o conhecimento, uma forma de consciência social, não há incompatibilidade entre elas, uma vez que cumprem funções sociais diferentes.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Métricas

Cargando métricas ...

Biografía del autor/a

Valci Melo, Universidade Federal de Alagoas (UFAL)/Professor substituto

Licenciado em Pedagogia (UNEAL, 2011) e em Ciências Sociais (UFAL, 2017), Mestre (2016) e Doutorando em Educação pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Professor, poeta e escritor.

Lavoisier Almeida dos Santos, Universidade Federal de Alagoas (UFAL)/Doutorando

Estudou filosofia no Seminário Arquidiocesano de Maceió, tendo como pesquisa para conclusão de curso o tema "A ideologia Ufanista do governo ditatorial de Medici em uma perspectiva Marxista" que lhe rendeu a publicação de seu primeiro Livro, em 2009, sobre o "Ufanismo Ideológico de Médici." Graduou-se em Letras, em 2011, com principal interesse na questão discursiva e suas relações significativas de poder. Especialista em “Docência do Ensino Superior”, Mestre em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Alagoas (PPGE-UFAL), doutorando do Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística da Universidade federal de Alagoas (PPGLL-UFAL), é professor das redes estaduais de Sergipe (SEE-SE) e de Alagoas (SEE-AL) e, atualmente, participa do Grupo de Estudos em Discurso e Ontologia Marxiana (GEDOM) e do projeto de pesquisa "Discurso, classes sociais e resistência: o fazer histórico do sujeito contemporâneo".

Citas

BOTTOMORORE, T. Ideologia. In: ______. Dicionário do pensamento marxista. 1. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1993.

CHAUÍ, M. O que é ideologia? 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 2008.

COURTINE, J. J. Analyse du discours politique: le discours comuniste adressé aux chrétiens. Langages, Paris, n. 62, Larousse, 1981.

DESCARTES, R. Discurso do método. 2. ed. São Paulo: Abril cultural, 1979.

DURKHEIM, E. As regras do método sociológico. 2. ed. São Paulo: Abril cultural, 1983.

HEBERT, T. [1966]. Reflexões sobre a situação teórica das ciências sociais e, especialmente, da psicologia social. In: ORLANDI, E. Análise do Discurso: Michel Pêcheux. 4. ed. Campinas, SP: Pontes, 2015.

______. [1967]. Observações para uma teoria geral das ideologias. Revista Rua. Campinas, vol. 1, 1995 (p. 63-89).

IASI, M. L. Alienação e ideologia: a carne real das abstrações ideais. In: ______. Política, estado e ideologia na trama conjuntural. São Paulo: ICP, 2017.

LÉVI-STRAUSS, C. Critérios científicos nas disciplinas sociais e humanas. In: ______. Antropologia estrutural dois. 4. ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1993.

LÖWY, M. As aventuras de Karl Marx contra o Barão de Münchhausen: marxismo e positivismo na sociologia do conhecimento. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2000.

LUKÁCS, G. O ideal e a ideologia. In: LUKÁCS, G. Para uma ontologia do ser social II. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2013 (p. 355-575).

MARX, K. Introdução à contribuição à crítica da economia política. In: ______. Contribuição à crítica da economia política. 2. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2008.

______.; ENGELS, F. A ideologia alemã. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2007.

MÉSZÁROS, I. O poder da ideologia. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2004.

PAULO NETTO, J. O método em Marx. Curso no Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade Federal de Pernambuco. Recife: UFPE, 2002, DVD 1, aula 4.

______. Introdução ao estudo do método de Marx. São Paulo: Expressão Popular, 2011.

PÊCHEUX, M. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. 2. ed. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1995.

PIERUCCI, A. F. A ciência como vocação. In: ______. O desencantamento do mundo: todos os passos do conceito em Max Weber. São Paulo: Ed. 34, 2003 (p. 150-166).

PLATÃO. Fédon. In: ______. Diálogos. São Paulo: Abril cultural, 1972.

REALE, G.; ANTISERI, D. Sócrates e os socráticos menores. In: REALE, G.; ANTISERI, D. História da Filosofia: Antiguidade e Idade Média. São Paulo: Paulus, 1990.

SANTOS, L. A. A ideologia ufanista do governo ditatorial de Médici: em uma perspectiva marxista. São Paulo: Biblioteca 24x7, 2009.

SARTRE, J.P. L’Existentialisme est un Humanisme. Les Editions Nagel: Paris, 1970.

SILVA SOBRINHO, H. F. O sujeito e a processualidade histórico-social. In: ______. Discurso, Velhice e Classes Sociais. Maceió: Edufal, 2007.

WEBER, M. A “objetividade” do conhecimento na ciência social e na ciência política. In: ______. Metodologia das Ciências Sociais. 4. ed. Campinas: Cortez Editora; Editora da Unicamp, 2001.

______. A ciência como vocação. In: WEBER, M. Ciência e política: duas vocações. 14. ed. São Paulo: Cultrix, 2007.