Entre o sensível e o inteligível: uma leitura semiótica do episódio Hino nacional, do Seriado Black Mirror
Palavras-chave:
Sociossemiótica, Regimes de interação e sentido, Regimes de visibilidade, Black MirrorResumo
O presente trabalho propõe uma articulação entre os modelos teóricos de regimes de interação e sentido e de regimes de visibilidade e, de forma complementar, aciona os conceitos de união e contágio – todos eles advindos da sociossemiótica de Eric Landowski – com o intuito de compreender as relações entre o sensível e o inteligível no engendramento da significação do episódio Hino nacional, do seriado britânico Black Mirror. Tal proposta revela-se profícua por demonstrar as passagens e sobreposições de um regime baseado no inteligível (manipulação) para um regime baseado no sensível (ajustamento). A partir da sintaxe do ver, instaura-se um novo regime de interação, pelas várias possibilidades entre o querer-ver/querer-ser-visto. O artigo levanta, ainda, a problemática do ponto de vista acerca do acidente e da programação. É possível observar que a presença do espectador num dado ponto da cadeia sintagmática, ou seja, o poder-ver ou o poder-não-ver, no caso desses dois regimes, pode fazer emergir um ou outro regime de interação e sentido, marcados, respectivamente, pelo sensível e pelo inteligível.