Bakhtiniana. Revista de Estudos do Discurso https://revistas.pucsp.br/index.php/bakhtiniana <p>Em formato eletrônico, é um periódico bilíngue - português e inglês -, criado em 2008 pelo Programa de Estudos Pós-Graduados em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem /LAEL-PUCSP e pelo Grupo de Pesquisa /CNPq Linguagem, Identidade e Memória, com o objetivo de promover e divulgar pesquisas produzidas no campo dos estudos do discurso.<br />Desde 2019 publica quatro números por ano, constituídos sobretudo de artigos inéditos e resenhas redigidos por pesquisadores e/ou professores vinculados a instituições de ensino superior e pesquisa nacionais ou internacionais.</p> <p>Recebe artigos em fluxo contínuo.</p> <p>A partir de 2023, adotou a publicação contínua, tendo seus textos (apresentações, editoriais, artigos e resenhas) publicados simultaneamente no ScieLO em seus quatro números anuais que ficam abertos até o fechamento de sua periodicidade. A opção por essa modalidade de publicação é consoante ao empenho da <em>Bakhtiniana</em>. Revista de Estudos do Discurso em acelerar o processo de comunicação das pesquisas de qualidade e, com isso, contribuir para a sua disponibilidade para leitura e citação.</p> <p><br />Em sintonia com as atuais e boas práticas de comunicação científica nacionais e internacionais, <em>Bakhtiniana</em>. Revista de Estudos do Discurso, em 2020, iniciou o seu processo de adesão à Ciência Aberta.</p> <p> </p> <h3>Política de Acesso Livre</h3> <p>Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento. Simultaneamente, não é cobrada qualquer taxa dos autores referente à submissão e/ou à publicação dos artigos.</p> <p> </p> <h3>Propriedade Intelectual</h3> <p>Todo conteúdo de <em>Bakhtiniana</em>. Revista de Estudos do Discurso está sob Licença Creative Commons CC - By 4.0</p> <p><a href="https://revistas.pucsp.br/index.php/bakhtiniana/about/#apresentacao">sa</a><a href="https://revistas.pucsp.br/index.php/bakhtiniana/about/#apresentacao">iba mais..</a></p> Pontifícia Universidade Católica de São Paulo pt-BR Bakhtiniana. Revista de Estudos do Discurso 2176-4573 Os autores concedem à revista todos os direitos autorais referentes aos trabalhos publicados. Os conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores. Presença da cosmovisão religiosa na construção discursiva de mundo https://revistas.pucsp.br/index.php/bakhtiniana/article/view/64327 <p>Editorial 19.1</p> Pedro Farias Francelino Beth Brait Maria Helena Cruz Pistori Bruna Lopes-Dugnani Paulo Rogério Stella Carlos Gontijo Rosa Copyright (c) 2023 Bakhtiniana. Revista de Estudos do Discurso https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-11-30 2023-11-30 19 1 Mito e religião na tríplice fronteira Roraima, Guiana e Venezuela: o Areruya e o entre-lugar https://revistas.pucsp.br/index.php/bakhtiniana/article/view/61875 <p>Este artigo sobre a religião Areruya dos Ingarikó da aldeia Manalai, localizada no estado de Roraima, compara o discurso de dois mitos sobre a origem do atual Areruya. Um dos mitos foi transcrito por Audrey Butt Colson (1960) na década de 1950 e o outro pela antropóloga Maria Virgínia do Amaral (2019) entre 2014 e 2017. O objetivo da comparação entre os dois discursos foi apresentar as articulações de cada um para uma nova configuração cosmológica e social, a partir da chegada do colonizador. Para tanto, fizemos uso da ideia de entre-lugar oriunda dos estudos de Homi Bhabha (2001) – em<em> O local da cultura</em> –, porque ela permite utilizar o método de análise de textos como discurso sem fixar algum sentido intrínseco a eles, criando um espaço deslizante.</p> Adriana Helena Oliveira Albano João Paulino Silva Neto Copyright (c) 2023 Bakhtiniana. Revista de Estudos do Discurso https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-11-30 2023-11-30 19 1 “Metamorfoses decoloniais”: o inconsciente animista e transmutações como cosmovisão nas Literaturas Africanas https://revistas.pucsp.br/index.php/bakhtiniana/article/view/62376 <p>“Metamorfose” é um termo inerente à realidade colonial, em que os paradigmas e concepções ontológicas e identitárias descortinam uma questão recorrente na literatura africana: Quem sou eu? A partir disso, este artigo objetiva analisar o fenômeno da metamorfose/transmutação como uma das características do texto real-animista, consequência estética advinda da concepção animista de ver o mundo. Para tanto, discutiremos como a presença do imaginário da religiosidade tradicional africana se traduz em recorrentes episódios insólitos – como a transmutação –, através da obra de escritores africanos, como o nigeriano Amós Tutuola, o angolano Décio Bettencourt e o moçambicano Mia Couto. Por fim, veremos que a presença deste fenômeno traduz não só um imaginário mítico, mas os devires homem e nação em sociedades fragmentadas identitariamente pelo colonialismo.</p> Silvio Ruiz Paradiso Copyright (c) 2023 Bakhtiniana. Revista de Estudos do Discurso https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-11-30 2023-11-30 19 1 Presença de São Tomás de Aquino na construção da narrativa medieval sobre o dinheiro https://revistas.pucsp.br/index.php/bakhtiniana/article/view/60905 <p>Limitando-se à ordenação moral do comércio defendida por Aquino, afirma-se que, como efeito inverso de estancar a interpretação, a <em>Suma teológica </em>tanto motivou a alimentação do imaginário cristão em narrativas como <em>A divina comédia</em>, de Dante Alighieri, de modo a ampliar a reflexão sobre as categorias dos pecadores pelo dinheiro, como também forneceu subsídios para a construção de antimodelos em parte das narrativas emolduradas da obra <em>Contos da Cantuária</em>, de Geoffrey Chaucer, recheada de tipos avarentos, simoníacos e fraudadores. Este artigo objetiva apresentar as instruções de Aquino a respeito dos usos do dinheiro, cotejando, em alguns momentos, com textos literários. Para isso, passagens bíblicas, comentadores da Bíblia de tradição católica e textos de economistas são trazidos à medida que o texto da <em>Suma teológica </em>é analisado. Teóricos do pensamento cristão, como Agostinho e Boécio, e do pensamento econômico, como Molina e Robbins, são utilizados. </p> Thiago Martins Prado Copyright (c) 2023 Bakhtiniana. Revista de Estudos do Discurso https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-11-30 2023-11-30 19 1 Notas dialógicas sobre as origens da ambivalência do conceito de inferno na cultura ocidental: a simultaneidade sagrado-prosaico https://revistas.pucsp.br/index.php/bakhtiniana/article/view/63330 <p>Neste artigo, o objetivo é identificar as condições verboideológicas pelas quais valores judaico-cristãos em tensão na conceituação de <em>inferno </em>se instalam como memória coletiva ocidental mesmo fora do segmento religioso e, assim, emolduram uma cosmovisão. Teoricamente, a discussão se fundamenta preponderantemente numa leitura dialógica (Círculo BMV) da noção halbwachiana de memória coletiva e numa abordagem sociocognitivista de polissemia. Metodologicamente, vale-se da apocrificidade como recurso de levantamento de textos-fonte para rastreamento do percurso conceitual constitutivo da semiose de <em>inferno</em> em diálogo com textos canônicos. O artigo demonstra que <em>inferno</em>, ao comprimir o trânsito entre culturas e fazer permear valores cristãos em outros campos da criação ideológica, ativa um domínio moral-causal que, a um só tempo, faz deferência a esses valores e nega-lhes os princípios religiosos tornando o sagrado e sublime também prosaico. A ambivalência sagrado/prosaico que se dá não alternativamente, mas simultaneamente, como próprio da tensão dialógica, configura estrutura coletiva de memória.</p> Anderson Salvaterra Magalhães Carlos Eduardo de Araújo de Mattos Copyright (c) 2023 Bakhtiniana. Revista de Estudos do Discurso https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-11-30 2023-11-30 19 1 O evangelho de Mateus e a história da leitura em edições bíblicas brasileiras https://revistas.pucsp.br/index.php/bakhtiniana/article/view/63484 <p>O evangelho de Mateus é um dos mais queridos e estudados evangelhos do cristianismo, possuindo uma rica história de recepção. Este artigo estuda sua leitura no Brasil a partir de intertítulos selecionados em duas versões bíblicas. A pesquisa procura identificar como o evangelho tem sido recebido por editores e leitores brasileiros e como intertítulos editoriais podem fornecer indícios de tal recepção. Para tanto, são utilizados como referenciais teóricos a história da leitura e a história do livro segundo as obras de Roger Chartier (2001, 2002, 2022), Robert Darnton (2010), Lucien Febvre e Henri-Jean Martin (2017), Gerard Genette (2009) e D. F. Mckenzie (2018).</p> João Cesário Leonel Ferreira Copyright (c) 2023 Bakhtiniana. Revista de Estudos do Discurso https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-11-30 2023-11-30 19 1 Análise do gênero epístola bíblica à luz dos estudos linguísticos contemporâneos https://revistas.pucsp.br/index.php/bakhtiniana/article/view/63539 <p>O artigo busca verificar como a teoria de gêneros discursivos contemporâneos se comporta na análise de epístolas paulinas. Concebe-se o gênero carta em seu propósito comunicativo original, limitado a emissor e receptores, enquanto a epístola se refere à carta lida longe do contexto original, como literatura. O <em>corpus</em> da pesquisa, composto por I e II Coríntios, epístolas aceitas como de autoria de Paulo, é escolhido por estar voltado ao mesmo público, possibilitando a comparação de aspectos de contexto de produção nos escritos do apóstolo ao longo do tempo. São resultados de pesquisa: as cartas, ao se tornarem epístolas, com número de leitores ampliado, assumem novos sentidos; o gênero epístola, apesar das muitas modificações sofridas, mantém-se reconhecível pelo leitor atual devido à sua macroestrutura; o papel social e o propósito de comunicação do emissor resultam na alternância do uso de linguagem formal e informal e de variação de pessoas do discurso.</p> Abner Eslava da Silva Willian Freitas Rodrigues Caroline Kretzmann Rosane de Mello Santo Nicola Copyright (c) 2023 Bakhtiniana. Revista de Estudos do Discurso https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-11-30 2023-11-30 19 1 Sobre incompatibilidade e estranhamento: o enunciado da cristofobia e suas escalas de sentido em charges online https://revistas.pucsp.br/index.php/bakhtiniana/article/view/63356 <p>Neste artigo proponho uma análise dialógica de cinco charges online tematizadas pelo termo cristofobia, que reverberam o discurso na ONU do ex-presidente do Brasil (2019-2022) em setembro de 2020. Nele o mandatário conclamava a comunidade internacional a combater a cristofobia. Nas charges, o sentido de perseguição a cristãos é tensionado, apresentando um quadro de antagonismo interdiscursivo entre posicionamentos cristãos e dos fanáticos seguidores do ex-presidente. Partindo da premissa de que a charge é um gênero discursivo privilegiado para compreender as ressonâncias dialógicas entre interlocutores e discursos, a cristofobia é trabalhada como enunciado que responde a escalas de sentido que se revelam na relação entre as enunciações observadas. Percebe-se nas charges um jogo discursivo de incompatibilidade e estranhamento que produz um Outro cristofóbico em oposição a um “nós minoritário” e perseguido, apresentado no discurso da ONU. Nesse arranjo enunciativo, ressalta-se uma percepção sobre intolerância religiosa como resultado da agenda política do alinhamento ideológico-religioso do ex-presidente do Brasil. </p> Carolina Cavalcanti Falcão Copyright (c) 2023 Bakhtiniana. Revista de Estudos do Discurso https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-11-30 2023-11-30 19 1 Figurações da ressurreição em O pai da menina morta, de Tiago Ferro https://revistas.pucsp.br/index.php/bakhtiniana/article/view/61945 <p>Este artigo propõe uma leitura do romance <em>O pai da menina morta</em>, de Tiago Ferro, vinculada à temática da ressurreição cristã materializada no Evangelho segundo João. Os episódios bíblicos acerca da ressurreição de Lázaro e de Jesus Cristo são postos em diálogo com a narrativa do autor brasileiro, bem como os símbolos dessa temática condizentes ao pelicano e à própria celebração da Páscoa cristã, figuras pertencentes à ossatura da obra em exame. As análises postas em discussão promovem o entendimento de que Tiago Ferro, ao indicar o discurso religioso, refrata-o à constituição de sua voz narrativa, realocando-o ao nível secular, profano, próprio da condição humana. A fundamentação teórica que sustenta a leitura deste trabalho destaca-se nas contribuições de Mikhail Bakhtin e seu Círculo, de Frederico Lourenço, de Northrop Frye, dentre outros.</p> Camila Concato Thiago Cavalcante Jeronimo Copyright (c) 2023 Bakhtiniana. Revista de Estudos do Discurso https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-11-30 2023-11-30 19 1