Dialogia e cronotopia no romance histórico Verde vale, de Urda Klueger

Autores

  • Vanilda Meister Arnold Universidade do Sul de Santa Catarina- Unisul
  • Silvânia Silbert
  • Maria Marta Furlanetto

DOI:

https://doi.org/10.1590/2176-4573p55664

Palavras-chave:

Discurso, Literatura, Romance, Cronotopia

Resumo

Este artigo aborda o gênero romance histórico e suas particularidades a partir dos estudos de Bakhtin. O trajeto se faz em torno do conceito de cronotopo, figurando a indissociabilidade de tempo e espaço. A materialidade de análise é a obra Verde vale, de 1979, da catarinense Urda Alice Klueger. A análise realizada destaca o cronotopo da transmigração como figura que alicerça a narrativa histórica; ele se desdobra em dois temas subordinados: o cronotopo da soleira e o da terra, simbolizando os movimentos observados na construção narrativa do romance. Vinculado a essas representações cronotópicas, o tema da terra, que implica enraizamento e remete também a origem, permite a ampliação da análise aproximando os fenômenos de toponímia e antroponímia, trabalhados como eventos de memória e identidade.

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Biografia do Autor

Silvânia Silbert

Doutora em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem, Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

Maria Marta Furlanetto

Doutora em Linguística Aplicada pela Universidade de Paris VIII, Vincennes, França. Docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL no período 2000-2020

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Publicado

2022-08-11

Como Citar

Meister Arnold, V., Silbert, S., & Furlanetto, M. M. (2022). Dialogia e cronotopia no romance histórico Verde vale, de Urda Klueger . Bakhtiniana. Revista De Estudos Do Discurso, 17(3), Port. 129–155 / Eng. 142. https://doi.org/10.1590/2176-4573p55664

Edição

Seção

Artigos