MENSURAÇÃO DE PROBABILIDADE DEFAULT E QUALIDADE DE CRÉDITO: UMA APLICAÇÃO NO MERCADO BRASILEIRO

Autores

  • Marcela Saldanha Ozon Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP
  • João Luiz Chela Fundação Getúlio Vargas - SP
  • Daniel Reed Bergmann Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Modelo de Merton, Probabilidade de Default e Modelo Estrutural

Resumo

Este artigo procura aplicar um modelo estrutural para cálculo de probabilidade de inadimplência de empresas brasileiras que apresentaram deterioração por um determinado período, afim de analisar sua capacidade de detectar e até prever a piora, tomando como referência as alterações de ratings dados por agências externas no mesmo período (de 2010 a 2016). Foi utilizado o modelo de Merton (1974) para cálculo de probabilidade default (PD) ou de inadimplência de nove empresas brasileiras de capital aberto no período entre início de 2010 e final de setembro de 2016, para confronto com as alterações de rating de agências externas. Através de dados de mercado coletados, foram estimados o valor do ativo e a volatilidade do ativo, através de resolução de sistema não linear para atingir o valor do parâmetro PD com a de otimização não-linear para cada observação. É possível concluir que o modelo ajuda a prever downgradesdados pelas agências externas, através da piora da PD detectada, mesmo na realidade brasileira atual. Todas as empresas analisadas apresentaram previsão de piora da classificação de ratingde agências para maioria da amostra coletada, com antecedência de 2 e 3 meses. Dentre as implicações práticas deste estudo, estão a demonstração que o modelo estrutural de Merton é capaz de prever a piora ou a melhora de uma empresa, inclusive mensurando assertivamente a probabilidade default na realidade brasileira, e que antecipa a alteração de classificação de rating de agência externa. A correta mensuração da capacidade financeira, ilustrada na probabilidade de inadimplência de uma empresa, apresenta-se importante para a correta avaliação e precificação de operações, o que acaba reduzindo o risco de quebra do sistema financeiro.

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Publicado

2018-10-08

Edição

Seção

Artigos