A FORMAÇÃO DO ADMINISTRADOR ATRAVÉS DO ESPELHO: NOTAS PARA ESTRANHAMENTOS E PRÁTICAS OUTRAS.

Authors

  • Laura Henrique Corrêa Instituto de Ciências sociais aplicadas da Universidade federal de Alfenas - campus Varginha.

Keywords:

Educação, administração, organizações, heterotopias, práticas outras.

Abstract

É notável que o modelo de gestão hegemônico privilegia padrões e esse aspecto se replica na formação dos administradores, onde a totalidade deixa de ser considerada. Nesse contexto, defende-se a formulação de práticas outras, a partir dos sujeitos que habitam os espaços e a inserção de uma problematização da vida na prática formativa. Assim a formação do administrador se dá em frente ao espelho, abrindo-se à junção entre razão e imaginação, e seus inúmeros usos, instigando a potência heterotópica. Esse movimento forma linhas exploráveis, por onde foram deixadas sugestões para a expedição, onde o caso de ensino nasce dentro da reflexão dos espaços, mapeado, e tem a possibilidade de formar redes, estar contínuo e descontínuo em determinados pontos, e, então constituir seu coletivo de forças, com potencial clínico-político. Ao final, observa-se a urgência das práticas de estranhamento, que desnaturalizam olhares e podem lançar-se à novas interpretações e efeitos.

Author Biography

Laura Henrique Corrêa, Instituto de Ciências sociais aplicadas da Universidade federal de Alfenas - campus Varginha.

Mestranda em Gestão Pública e Sociedade no Instituto de Ciências sociais aplicadas da Universidade federal de Alfenas - campus Varginha - MG.

References

AKEMI IKEDA, Ana; MODESTO VELUDO-DE-OLIVEIRA, Tânia; CORTEZ CAMPOMAR, Marcos. O caso como estratégia de ensino na área de Administração. Revista de Administração-RAUSP, v. 41, n. 2, 2006.

AMBRÓZIO, Aldo. Empresariamento da Vida: discurso gerencialista e processos de subjetivação. 2001. Tese (Doutorado em Psicologia Clínica) – Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2011.

AMÉRICO, Bruno Luiz; CARNIEL, Fagner; FANTINEL, Letícia Dias. A noção de cultura nos estudos contemporâneos de Aprendizagem Organizacional no Brasil: desvendando a rede com o uso da inscrição literária. Cadernos EBAPE. BR, v. 15, n. 1, p. 21-39, 2017.

ANDRADE, Luís Fernando Silva et al. Desvelando o Campo da Estratégia como Prática e suas Relações. IberoamericanJournalofStrategic Management (IJSM), v. 15, n. 1, p. 06-26, 2016.

BARROS, A.; CARRIERI, A. de P. O cotidiano e a história: construindo novos olhares na Administração. RAE-Revista de Administração de Empresas, v. 55, n. 2, março-abril, p.151-161, 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-759020150205

BARROS, Amon. Antecedentes dos cursos superiores em Administração brasileiros: as escolas de Comércio e o curso superior em Administração e Finanças. Cadernos EBAPE. BR, v. 15, n. 1, p. 88-100, 2017.

BOLZAN, Larissa Medianeira; ANTUNES, Elaine Di Diego. O que Clamam as Vozes dos Pesquisadores e sobre o que Elas se Calam ao Abordarem o Ensino em Administração no Brasil? Revista ADM. MADE. Rio de Janeiro: Universidade Estácio de sá, 2015. Vol. 19, n. 3 (set./dez. 2015), p. 77-93, 2015.

BRETAS, Paula Fernandes Furbino; CARRIERI, A. P. Uma breve reflexão sobre epistemologias, teorias e métodos da prática social da resistência. Revista Espacios, v. 38, n. 27, p. 6-18, 2017.

BUTLER, Judith. Corpos em aliança e a política das ruas: Notas para uma teoria performativa de assembléia. Editora José Olympio, 2018.

CAPPELLE, Mônica Carvalho Alves; MELO, Marlene Catarina de Oliveira Lopes; DE BRITO, Mozar José. Relações de poder segundo Bourdieu e Foucault: uma proposta de articulação teórica para a análise das organizações. Organizações rurais & agroindustriais, v. 7, n. 3, 2005.

DA ESCÓSSIA, Liliana; TEDESCO, S. O coletivo de forças como plano de experiência cartográfica. Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2015.

DE MOURA, Ralf Luis; DINIZ, Bruna Demoner. Analisando Projetos através das Práticas: Um Ensaio Teórico. Revista de Gestão e Projetos-GeP, v. 7, n. 2, p. 34-41, 2016.

DE PÁDUA CARRIERI, Alexandre; ALVES PERDIGÃO, Denis; CAMILLO AGUIAR, Ana Rosa. A gestão ordinária dos pequenos negócios: outro olhar sobre a gestão em estudos organizacionais. Revista de Administração-RAUSP, v. 49, n. 4, 2014.

DE PAIVA, André Luiz et al. Em Busca das Práticas: Contribuições Epistemo-metodológicas das Teorias da Prática aos Estudos da Gestão Social. Administração Pública e Gestão Social, v. 10, n. 1, 2018.

DE PAULA, Ana Paula Paes. Repensando os estudos organizacionais: para uma nova teoria do conhecimento. Editora FGV, 2016.

DELEUZE, Gilles. Diferença e Repetição. 2ª ed. Rio de Janeiro: Graal, 2000.

DIAS, Almerinda Tereza Bianca BezBatti; ROSSETTO, Carlos Ricardo; MARINHO, Sidnei Vieira. Estratégia como Prática Social: um Estudo de Práticas Discursivas no Fazer Estratégia. RAC-Revista de Administração Contemporânea, v. 21, n. 3, p. 393-412, 2017.

DOHERTY, Robert. Uma política educacional criticamente formativa: Foucault, discurso e governamentalidade. In:PETERS, Michael A.; BESLEY, Tina. Por que Foucault?: novas diretrizes para a pesquisa educacional. Artmed Editora, 2008.

DOS REIS JUNIOR, Francisco Nunes. O panoptismo nos estudos organizacionais: uma perspectiva da economia política do poder. NEGÓCIOS EM PROJEÇÃO, v. 8, n. 1, p. 153-160, 2017.

FERREIRA, Fábio Vizeu. Potencialidades da análise histórica nos estudos organizacionais brasileiros. RAE-revista de administração de empresas, v. 50, n. 1, p. 37-47, 2010.

FISCHER, Tânia et al. Razão e sensibilidade no ensino de administração: a literatura como recurso estético. Revista de Administração Pública, v. 41, n. 5, p. 935-958, 2007.

FISCHER, Tânia. Alice através do espelho ou Macunaíma em Campus Papagalli? Mapeando rotas de ensino dos estudos organizacionais no Brasil. Organizações & Sociedade, v. 10, n. 28, p. 47-62, 2003.

FOUCAULT, Michel. Ditos e escritos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.

FOUCAULT, Michel. O corpo utópico, as heterotopias. São Paulo: n-1 edições, 2013.

FOUCAULT, Michel. Nascimento da Biopolítica: São Paulo: Martins Fontes, 2008.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. Rio de Janeiro: Vozes, 2014.

GALLO, Silvio. Pensar a escola com Foucault: além da sombra da vigilância. In: Repensar a educação, v. 40, p. 427-449.

GUATTARI, Felix; DELEUZE, Gilles. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. v.3. Editora 34, 1996.

HAN, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Editora Vozes Limitada, 2015.

HOLANDA, Luciana Araújo. Resistência ao management em organizações da cultura popular. Anais do Encontro Nacional de Estudos Organizacionais, 2010.

JÚNIOR, Alcides de Sousa Coelho. O homem pós-moderno e a metodologia de foucault. Revista Eletrônica de Filosofia, v. 1, n. 1, p. 137-157, 2017.

KASTRUP, Virgínia et al. O funcionamento da atenção no trabalho do cartógrafo. Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2015.

LAZZARATO, Maurizio. O governo das desigualdades: crítica da insegurança neoliberal. São Carlos: EdUFSCar, 2011.

MARSHALL, James D. Michel Foucault: pesquisa educacional como problematização. In: PETERS, Michael A.; BESLEY, Tina. Por que Foucault?: novas diretrizes para a pesquisa educacional. Artmed Editora, 2008.

MBEMBE, Achille. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. Tradução de Renata Santini. São Paulo: N-1 edições, 2018. 80 páginas.

REVEL, Judith. O pensamento vertical: uma ética da problematização. In GROS, F. (org) Foucault: a coragem da verdade. São Paulo: Parábola Editoria, 2004.

SIMONS, Maarten. MASSCHELEIN, Jan. somente o amor pela verdade pode nos salvar: falar a verdade na universidade (mundial)? In: PETERS, Michael A.; BESLEY, Tina. Por que Foucault?: novas diretrizes para a pesquisa educacional. Artmed Editora, 2008.

WEBER, Susanne. M. O “intra-empreendedor” e a “mãe”: estratégias de “fomento” e “desenvolvimento” do empreendedor de si no desenvolvimento organizacional e na ação afirmativa. In: PETERS, Michael A.; BESLEY, Tina. Por que Foucault?: novas diretrizes para a pesquisa educacional. Artmed Editora, 2008.

Published

2019-08-04

Issue

Section

Artigos