Conhecimentos práticos e tradição gestual: um estudo sobre os manuais de encadernação
DOI:
https://doi.org/10.23925/1980-7651.2020v25;p58-58Palavras-chave:
História da ciência, ciência e techné, história do livro, tradição dos ofícios, encadernação, manualResumo
A permanência da tradição gestual da encadernação, expressa na presença das imagens utilizadas em textos ao longo de séculos, mostram indícios de uma tradição que perdura, mesmo com a adaptação do ensino de um ofício para a formação de trabalhadores para a indústria. Nossa hipótese é que a tradição gestual da encadernação permanece representada em imagens impressas nos manuais utilizados para ensino ainda no século XX, mas seu significado enquanto arte (techné) se modifica, ao se configurar como ofício. O objetivo deste estudo é analisar as relações entre o gestual registrado nas imagens e textos da encadernação, percorrendo os caminhos da tradição do ofício nas técnicas utilizadas para a reprodução das imagens, adaptações de texto e na relação texto e imagem, apresentados nas descrições que expressam a tradição do gesto e da oralidade. Para isso analisamos o Manual do Aprendiz Encadernador, de autoria do irmão salesiano Jorge Menegazzi, publicado em 1944, o contexto de sua publicação e a presença salesiana no Brasil. Procuramos analisar também, aspectos do processo que levou a encadernação, uma arte (techné) que encerra um saber-fazer, a se tornar um ofício que viria a se ligar à indústria do livro no Brasil. Para isso, considerou-se o lugar da encadernação na classificação de conhecimentos desde o século XVIII, estudando diferentes textos referentes ao seu ensino publicados na França e na Itália, procurando traçar algumas linhas que conduziram a permanência da tradição gestual observadas no Brasil.Downloads
Publicado
2020-07-09
Edição
Seção
Resumos de Teses