Cordis: Revista Eletrônica de História Social da Cidade

O que pode ainda a Literatura?

Diana Navas — 2024-06-18

Diante do contexto em que estamos inseridos, imediatista e com tudo tendo seu valor mensurado a partir de seu grau de utilidade, qual seria o papel das artes e, mais especificamente, da literatura? De que forma a literatura ainda pode encontrar espaço e valor no contexto contemporâneo?

Tributo a William Shakespeare

Francisco Carlos Ribeiro — 2024-05-31

Em 2024, o mundo literário está comemorando os 460 anos do nascimento do poeta e dramaturgo inglês William Shakespeare. Admirado como um dos maiores escritores de todos os tempos, sua obra é considerada um marco para todas as culturas e gerações artísticas que vieram depois dele. Suas peças e poetas impactaram não somente a literatura, como também o cinema, a televisão e outras mídias. Isso se deve a sua capacidade de investigar e compreender a natureza humana, tanto sob o ponto de vista da vida individual quanto da coletiva.

O objetivo deste texto é fazer uma homenagem especial a esse grande marco da cultura ocidental.

Estudos Clássicos no extremo oriente americano

Milton Marques Júnior — 2024-05-31

O exílio de crianças bascas no pós-Guerra Civil Espanhola (1936-1939)

Dolores Martín Rodriguez Corner — 2024-06-05

O presente artigo busca analisar o exílio de crianças bascas durante e no pós-Guerra Civil Espanhola, em especial, momentos em que milhares de crianças espanholas tiveram que partir em navios e trens a países estrangeiros como França, Rússia, Reino Unido, México e Bélgica, usurpadas de seus lares e afetos. Crianças, em sua maioria, órfãs, sem possibilidades de voz ou de ação, separadas de seus entes, muitas delas fugindo dos bombardeios aéreos que os alemães nazistas, aliados de Franco impuseram à cidade de Guernica, País Basco. Hoje, muito se percebe imortalizado na pintura de Picasso com o quadro homônimo, tristes memórias dos sentimentos que experienciaram. Desses atos infames, a história foi sendo narrada e muitos aspectos silenciados pelo horror da época. Após finalizada a Guerra Civil, a maioria delas foi repatriada, sendo que, cerca de mil crianças desapareceram, algumas faleceram no estrangeiro, e outras não retornaram. Para acolhê-las o País Basco desde 1937 preparou Centros de Auxílio Social, as chamadas “Casa de los niños”. Assim, busca-se metodologicamente analisar as fontes primárias como narrativas dessas crianças, hoje adultas, como entrevistas de retornados ao país, suas memórias da viagem, as formas de educação recebida, com especial atenção às experiências de exílio, valendo-se da História oral. Os resultados almejam compreender aspectos ainda não tratados sobre o exílio de crianças, fato que ficou obscurecido na historiografia, pelo volume expressivo do êxodo dos adultos, fugindo da perseguição empreendida pelo governo e das questões de incorporar os sentimentos e emoções das crianças, a partir das memórias dolorosas dessas experiências.

Curiosidade e conhecimento nas aulas de História

Daniel Valério Martins — 2024-06-06

O presente trabalho é parte da dissertação de mestrado em Antropologia de IberoAmérica defendida na Universidade de Salamanca (2019), intitulada “As armadilhas da memória: uma análise antropológica dos traços de identidade dos judeus sefarditas no Nordeste do Brasil”. O texto traz à tona, por meio de relatos nas aulas de história, culturas e identidades que estiveram ocultas nos livros didáticos, mas presentes no cotidiano do alunado.

Apresentação

Francisco Carlos Ribeiro — 2024-05-31

Créditos Editoriais

Os Editores — 2024-05-31

Desenvolvimento urbano e educação

Emily Kruger Bertazzo — 2024-05-31

O Escritor de literatura contemporânea

Cleidson Frisso Braz — 2024-05-31

Discute-se se o posicionamento político de um autor de literatura produz eco sobre a sua produção literária. Para tanto, adotamos como objeto de pesquisa algumas produções de Rachel de Queiroz (1910- 2003), que teria se envolvido com o regime militar de opressão instaurado no Brasil de 1964 a 1985. Em contrapartida, analisamos alguns contos do autor Caio Fernando Abreu que, ao contrário da autora, combateu diretamente a ditadura.

Histórias entrelaçadas

Ana Carolina Silva — 2024-06-04

O objetivo deste artigo é o de investigar as estratégias literárias manejadas pelo escritor escocês Arthur Conan Doyle (1859-1930) para representar os eventos relacionados ao motim indiano de 1857. Desse modo, a partir da leitura da trama e dos elementos narrativos de O Signo dos Quatro (1890), visa-se se pensar os vínculos entre cultura e imperialismo na segunda aventura protagonizada por Sherlock Holmes.

Deusas e mulheres nos epigramas amorosos de Rufino

Milton Luiz Torres — 2024-06-03

Este é um breve estudo de alguns epigramas de amor do quinto livro da assim chamada “Antologia Palatina”, especialmente os poemas em que Rufino, um dos poetas mais profícuos (embora pouco conhecido) daquela antologia, contrasta e compara suas musas com as deusas. Para isso, recorre-se a uma metodologia comparativa em que, após uma breve introdução ao epigrama como forma literária e ao quinto livro da “Antologia Palatina”, oferece-se a tradução dos oito poemas de Rufino (que é um representante ideal da variedade de temas e do tratamento dado ao amor na Antologia Palatina) em que ocorre a justaposição de figuras femininas, quer envolvendo deusas, quer não. Afrodite e Palas Atena são o principal objeto de comparação, explícita ou implícita. A análise aponta para a óbvia conclusão de que o poeta recorria a esse artifício quando queria exaltar certas qualidades de suas musas, mas revela também que o teor das comparações nem sempre é cavalheiresco.

O diabo nos contos A igreja do diabo, de Machado de Assis e em Cartas de um diabo a seu aprendiz, de C. S. Lewis

César Martins de Souza — 2024-06-04

O estudo da literatura como fonte permite analisar a sociedade por diferentes ângulos aprofundando olhares entre a estética, temporalidades e religiosidade. No presente artigo são analisadas obras de dois autores internacionalmente reconhecidos, Machado de Assis e C. S. Lewis, para problematizar a personagem Diabo, que se modifica ao longo de diferentes narrativas e temporalidades nas sociedades ocidentais.

Entre a rebeldia e a conformidade

Andrea Borelli — 2024-06-10

O mangá é um fenômeno global, e o interesse internacional pelo tema tem crescido ao longo dos anos, levando à tradução e publicação em diversas línguas ao redor do mundo. Isso permite a disseminação de imagens e valores da cultura japonesa, consolidando o Japão como uma potência cultural. É um mercado altamente competitivo, com novos títulos sendo lançados regularmente. Isso leva a uma busca constante por inovação na forma de contar histórias, na escolha do tema ou na composição de personagens pelos criadores para atrair e reter leitores. Portanto, é importante avaliar como as mulheres aparecem nessas publicações, pois representam valores que moldam os padrões de feminilidade para mulheres em todo o mundo.

Luanda Beira Bahia

Inara de Oliveira Rodrigues — 2024-06-06

Este artigo tem por objetivo analisar, no romance Luanda Beira Bahia (1971), do escritor baiano Adonias Filho, como são demarcadas as relações de trabalho no contexto histórico em que se insere a narrativa. O enredo, ambientado entre cidades portuárias da Bahia e do continente africano (Luanda, em Angola, e Beira, em Moçambique), orienta Adonias Filho, um conservador notório, a uma escrita carregada em elementos descritivos. Através de uma aventura trágica, são estabelecidas conexões entre essas cidades, que se engendram a partir de demandas comerciais, sociais e culturais vigentes naquele momento histórico. Tratamos, aqui, de apontar referentes que revelam propriedades/impropriedades no registro ficcional que o autor desenvolve sobre essas relações, destacando-se o modo como sua narrativa representa a história de homens e mulheres que viviam do trabalho no mar e portos do mundo.

Prometeu, coragem ou temeridade?

Dolores Puga Alves de Sousa — 2024-06-06

O presente artigo propõe-se a analisar o mito de Prometeu, criado por Hesíodo no século VII a.C. e presente em obras como Teogonia e Trabalhos e Dias, sob a visão aristotélica da ética das virtudes, a fim de responder à questão: Prometeu era um homem temerário ou de fato corajoso? Para tanto, o trabalho calca-se na leitura da principal obra de Aristóteles sobre a ética, a saber Ética a Nicômaco, e nas obras supracitadas de Hesíodo, nas quais é possível perceber a figura emblemática do ladrão de fogo. Embora os dois autores estejam situados em espaços temporários diferentes, busca-se fazer uma análise comparando essas nuances de olhar entre períodos históricos distantes, considerando o recorte temático da ética, especificamente; assim, o trabalho se propõe a fazer uma aproximação entre os dois escritos. O artigo estrutura-se com uma introdução, por meio da qual são relembrados conceitos importantes acerca da literatura e de sua relevância para a formação das sociedades; e com três seções subsequentes, a primeira tratando dos conceitos de vícios e virtudes para Aristóteles; a segunda versando sobre uma dessas virtudes, a coragem, e procura expor os dois vícios a ela atrelados: a covardia e a temeridade; e a terceira seção que finalmente se propõe a responder à questão primordial: Prometeu, temerário ou corajoso? Espera-se com este trabalho ser possível suscitar reflexões sobre a ética das virtudes e como elas se apresentam na literatura e na vida concreta.

A Guerra do Paraguai em pena, pincel e lente

Priscila Célia Giacomassi — 2024-06-08

O Visconde de Taunay participou como soldado e cronista em duas campanhas da Guerra do Paraguai: a do Mato Grosso (1864-1868) e a da Cordilheira (1869-1870). A partir de suas lembranças e anotações, o autor relatou, em um discurso que transita entre o literário e o histórico, os movimentos, feitos heroicos e padecimentos das tropas durante esses dramáticos capítulos de nossa história. Convém ressaltar que essa foi a primeira ação bélica brasileira que contou com registros fotográficos, recurso que tornava mais difícil a manipulação ufanista da pintura histórica, até então a grande responsável pela representação iconográfica do conflito.

Exílio e cegueira na literatura portuguesa do século XX

Carolina Borges da Silva Luiz — 2024-06-10

Este artigo propõe uma jornada pela literatura portuguesa do século XX, através de representações do exílio construídas a partir das metáforas do olhar, especialmente a cegueira. Imagens recorrentes passam por Fernando Pessoa, José Régio, Branquinho da Fonseca, Ferreira de Castro, José Rodrigues Miguéis, Jorge de Sena, Sophia de Mello Breyner Andresen, José Saramago e, no horizonte de todos eles, Camões, Vieira e a tradição cristã.

Mais apropriações e jagunçagens

Rafael Guimarães Tavares da Silva — 2024-06-11

Identificando um jogo intertextual traçável entre os poemas homéricos e o romance de Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas, pretendo indicar a riqueza interpretativa a ser explorada por uma leitura atenta aos diálogos e aos ecos evocados por essas possibilidades de intertextualidade, destacando a originalidade de certos deslocamentos e retomadas da tradição literária. Em termos rosianos, sugere-se a possibilidade de se entrever o princípio de adesão do mundo físico ao estado moral do homem em certas passagens dos poemas homéricos, por exemplo. Em que a pese a importância da tradição épica grega na composição de Grande Sertão: Veredas, nenhuma interpretação efetivamente atenta às especificidades dessa grande obra poderia exaurir sua multiplicidade a partir de um dos polos de seus diálogos intertextuais. Ao contrário do que propõem estudiosos importantes da fortuna crítica rosiana, cuja opinião considerarei na conclusão deste artigo, acredito que a dubiedade e a tensão características do romance de Rosa não sejam resolvidas com o encerramento da narrativa, mas se prolonguem para além de seu fim.

A Presença de Marcos Silva

Júlio César Pimentel Pinto — 2024-05-31

Marcos Silva

Olga Brites — 2024-06-01

O Império da Toalete

Bruno Miranda Braga — 2024-06-01

As cidades históricas do Nordeste brasileiro

Eduardo Cristiano Hass da Silva — 2024-06-11