Joana T. Puntel
Jornalista, doutora em Ciências da Comunicação pela Simon Fraser University (Canadá) e Universidade de S. Paulo (USP). Docente no Curso de Especialização Comunicação, Teologia e Cultura (SEPAC/ITESP). Membro da Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação – INTERCOM. Membro da Equipe de Reflexão de Comunicação da CNBB (GRECOM). Pesquisadora, conferencista na área da cultura, Igreja-comunicação e Pastoral. joana.puntel@gmail.com
Resumo:
O artigo apresenta as principais referências no percurso da relação Igreja e comunicação a partir do Concílio Vaticano II, como gerador de novas perspectivas para uma evangelização em diálogo no campo da comunicação. A estrutura do artigo traz, na Introdução, uma visão panorâmica de pontos que antecederam e prepararam o Vaticano II, demonstrando a necessidade de aggiornamento para o diálogo com as exigências da sociedade contemporânea. O artigo se divide em duas partes: O Concílio com o Inter Mirifica; e o Magistério pós-conciliar com o destaque para mensagens dos Pontífices para o Dia Mundial das Comunicações. O objetivo é demonstrar a linha de continuidade, a firmeza e a abertura do Magistério da Igreja para a complexidade do mundo digital e apontar sempre para a primazia do ser humano. Nesse contexto, os desafios são múltiplos. Daí o incentivo para reiventar-se, inovar e comunicar profeticamente.
Palavras chave: Comunicação, Igreja, diálogo, cultura digital, Bento XVI, Francisco, pastoral
Abstract:
The article presents the main references in the course of the relationship between Church and communication since the Second Vatican Council, as a generator of new perspectives for an evangelization in dialogue in the field of communication. The structure of the article brings, in the Introduction, a panoramic view of points that preceded and prepared Vatican II, demonstrating the need for aggiornamento to dialogue with the demands of contemporary society. The article is divided into two parts: The Council with Inter Mirifica; and the post-conciliar Magisterium with an emphasis on messages from the Pontiffs for World Communications Day. The objective is to demonstrate the continuity, firmness and openness of the Church's Magisterium to the complexity of the digital world and always point to the primacy of the human being. In this context, the challenges are multiple. Hence the incentive to reinvent, innovate and communicate prophetically.
Keywords: Communication, Church, Dialogue, Digital Culture, Benedict XVI, Francis, Pastoral
O caminho da Igreja Católica em relação à comunicação, embora seja pontuado por pequenas/grandes iniciativas que compõem a história de uma relação por vezes sofrida, conturbada, é também caracterizado pelo esforço, esperança e concretização de significativos avanços. Ao longo do percurso, a história nos ilustra e revela muitos exemplos, marcando as diversas fases da trajetória. Este artigo apresenta uma visão panorâmica de acontecimentos significativos que antecederam o Concílio Vaticano II e demonstram, também, a crescente necessidade de maior abertura para o diálogo com uma sociedade que se transforma rapidamente, especialmente no campo da comunicação. O percurso que fazemos aqui é, portanto, mostrar como, a partir do Vaticano II, novas perspectivas se apresentaram para a evangelização -- o Concílio e o documeto Inter Mirifica; o Magistério pós-conciliar também com o destaque para mensagens dos Papa para o dia Mundial das Comunicações e, finalizando, as exigências recentes para uma pastoral que necessita ser mais profética, na cultura digital, hoje.
No contexto panorâmico de referências significativas na relação Igreja e comunicação está o jornal L’Osservatore Romano, publicado pela primeira vez em 1861, jornal diário político-religioso (em várias línguas) e que enfrentou, também ao longo do tempo, profundas transformações, atualizando-se conforme as épocas e com os ensinamentos do magistério da Igreja. Em 1928 a criação de três organizações com o objetivo de que, sobretudo profissionais católicos fossem cristãos atuantes no campo da mídia: Organização Católica Internacional de Prensa (UCIP), para impressos; Organização Católica Internacional de Cinema (OCIC), para cinema e vídeo; União de Radiodifusão Católica (UNDA), para rádio e televisão. Hoje, essas organizações, seguindo um processo de convergência, existem como uma Associação Católica de Comunicação (SIGNIS). Outra iniciativa significativa foi a fundação da Rádio Vaticano pelo papa Pio XI em 1931, com forte relevância no quadro das iniciativas da Igreja Católica, na década de 1930.
Entretanto, foi com o Concílio Vaticano II (1962-1965) que o “querer” do Espírito se manifestou profusamente. Década de 1960. A sociedade vivia grandes e profundas transformações. Nascia a exigência de um novo olhar, um novo diálogo da Igreja com a sociedade. Seguindo a inspiração do Espírito, o papa São João XXIII abriu as portas da Igreja para uma evangelização em diálogo com o mundo moderno, o diálogo entre fé e cultura, convocando toda a Igreja para um “aggiornamento” (atualização) que se concretizou como Concílio Vaticano II. Era urgente que a Igreja se inserisse na história e fosse a Igreja de todos os povos com um anúncio do Reino de Deus renovado e ao encontro das necessidades do homem contemporâneo, este foi o desejo de João XXIII, já no discurso de abertura do Concílio Vaticano II (1962) quando usou as palavras-chave diálogo e aggiornamento.
Nas diversas etapas da realização do Vaticano II, os participantes aprofundaram e “iluminaram” o significado teológico e pastoral da nova evangelização, percebendo, conhecendo e incentivando possíveis iniciativas ligadas à nova evangelização. Toda a reflexão resultou na elaboração de 16 documentos. E é com um dos seus documentos, a Constituição pastoral Gaudium et Spes (1965), que a Igreja começa a ter uma visão completamente nova sobre a relação Igreja e mundo, de aproximação e não de distanciamento. Tal visão é um marco fundamental no aggiornamento que a Igreja se propusera. Adota, então, uma postura de diálogo para cumprir sua missão de “salvar a pessoa humana, de edificar a sociedade humana” (GS 3). Surge aí uma exigência: escutar o mundo, compreender os seus problemas, os seus caminhos de esperança e aí anunciar ao mundo a palavra do Evangelho, que é Cristo. Dessa mudança de postura, decorre que a pedagogia de evangelização e de ação pastoral não deveria ser de imposição, mas de um diálogo com toda a sociedade humana, em especial com a ciência, para contribuir principalmente na dignidade da pessoa humana em sua integralidade. E mesmo após 56 anos de sua publicação (1965), o diagnóstico feito pela Gaudium et Spes continua válido e ponto de apoio para novas leituras em nossos dias, pois embora as mudanças se sucedem, o eixo de abertura para o mundo moderno, mediante o diálogo é aquele que permanece como eixo principal para realizar a evangelização.
Nesse contexto de abertura para o aggiornamento e para o diálogo da Igreja com o mundo, desejos expressos pelo papa João XXIII e desenvolvido nas seções de três anos, que foi a duração do Concílio Vaticano II (1962 a 1965), sem ousar ou desenvolver interpretação “pretensiosa” e unilateral, pensamos que uma das grandes conquistas do Concílio Vaticano II foi interessar-se e dedicar um documento à comunicação, o decreto Inter Mirifica. Refletindo sobre a temática dos documentos do Vaticano II, era óbvio que a Igreja iria tratar de temas como, por exemplo, a sua própria identidade (Lumen Gentium); sua atuação no mundo (Gaudium et Spes); sobre o culto, liturgia (Sacrosanctum Concilium); sobre a Palavra de Deus (Dei Verbum). A conquista diferencial se iniciava com a introdução da temática da comunicação na pauta de um Concílio, seja pela participação na Comissão que preparou o documento, seja na perspicácia de quem percebeu uma Igreja não dialogante ainda com o mundo da comunicação. Daí o incentivo para o início de uma reflexão mais apurada, a criação de estratégias e mecanismos para que a comunicação fosse pensada, refletida e incluída na evangelização ao ponto de Paulo VI dizer em um documento mais tarde (Evangelii Nuntiandi) que a “A Igreja viria a sentir-se culpável diante do seu Senhor, se ela não lançasse mão destes meios potentes que a inteligência humana torna cada dia mais aperfeiçoados” (EN n.72). A proclamação da Boa Nova “sobre os telhados” deve servir-se também dos meios de comunicação. “Neles encontra uma versão moderna e eficaz do púlpito. Graças a eles consegue falar às multidões” (EN n.45). Nessa conquista diferencial, destacam-se personagens de talento e pessoas inundadas do Espírito como o Papa São João XXIII, o jesuíta Pe. Enrico Baragli, Monsenhor Deskur, (Secretário do Pontifício Conselho para as comunicações, no Vaticano) e o Papa São Paulo VI.
Quando se fala em conquista é porque houve uma batalha, ou pelos menos houve um esforço relevante para que se conquistasse algo. Assim aconteceu com o Decreto Inter Mirifica. Foi um divisor de águas. Ou seja, uma mentalidade de magistério da Igreja que, não raro, através de vários Pontífices, viam a comunicação (geralmente e, sobretudo dos meios de comunicação) como algo negativo ou até “ameaçador” ao poder, ao ponto de se posicionarem contra a liberdade de expressão; censura em nível interno da Igreja, índice dos livros proibidos, etc.
É preciso que se diga isto para perceber o quanto significou o Inter Mirifica entre os 16 documentos do Concílio. O fato importante reside na introdução e começo da discussão sobre a temática. Pois os outros documentos tratavam de “aggiornarsi”, revê-los, embora fossem fundamentais para a Igreja. Mas em termos de novidade na pauta conciliar foi a comunicação.
O decreto Inter Mirifica é o segundo dos dezesseis documentos publicados pelo Vaticano II. Aprovado a 4 de dezembro de 1963, assinala que, pela primeira vez, um documento universal da Igreja assegura a obrigação e o direito de ela utilizar os instrumentos de comunicação social. Além disso, o Inter Mirifica também apresenta a primeira orientação geral da Igreja para o clero e para os leigos sobre o emprego dos meios de comunicação social. Havia agora uma posição oficial da Igreja sobre o assunto.
Para entender melhor como era a compreensão da Igreja para com o tema da comunicação, faz-se necessário observar que o decreto Inter Mirifica foi preparado antes da primeira sessão do Vaticano II pelo Secretariado Preparatório para a Imprensa e Espetáculos (novembro de 1960 a maio de 1962). E o esboço do documento foi aprovado pela Comissão Preparatória Central do Concílio. Já na primeira sessão do Concílio, em novembro de 1962, o documento foi debatido e o esquema aprovado, mas o texto foi considerado muito vasto. Houve uma drástica redução do texto que deixa margem para conotações e variadas conclusões, pois o texto de 114 artigos foi reduzido para 24 artigos e apresentado novamente à segunda sessão do Concílio - novembro de 1963. Foi o documento do Vaticano II aprovado, segundo Baragli, com o maior número de votos contrários (BARAGLI, 1969).
O alto nível de oposição ao decreto, ainda conforme o estudioso Baragli, foi atribuído à publicação simultânea de várias críticas ao documento, feitas por jornalistas, algumas vezes teólogos, em diversos jornais influentes da Europa e dos Estados Unidos. Três foram as correntes de crítica: uma francesa, outra Americana e uma terceira alemã. Algumas delas apontavam que o documento não trazia mudanças significativas, uma vez que o texto “não continha posições inovadoras (BARAGLI, 1969, p.144). Alguns desses grupos lançaram circular, folhetos mimiografados e distribuídos na Praça São Pedro momentos antes da sessão conciliar. Julgavam o documento vago e trivial, falando de uma imprensa inexistente. Chegaram a alertar que o decreto, “assim como está agora” demonstrava à posteridade a incapacidade do Vaticano II de enfrentar os problemas do mundo atual.
Entretanto, apesar de tantas controvérsias e que o texto original do Inter Mirifica tenha sido tão reduzido, o documento foi mais positivo e mais matizado do que os demais documentos pré-conciliares. A Introdução do Decreto revela uma riqueza ímpar. O primeiro ponto importante é que a Igreja celebra pela primeira vez a aceitação “oficial” da comunicação, denominada, ainda como “instrumentos de comunicação”. Tal importância refere-se ao fato da “aceitação oficial” da comunicação social e pode ser entendida como uma “legitimação” para o uso dos meios pela Igreja. Somente este fato corresponde ao valor imprescindível do decreto, pois este se apresenta como uma espécie de “divisor de águas”, se levarmos em conta a trajetória anterior da relação Igreja-comunicação, desenvolvida em diferentes épocas e, praticamente, sem diálogo com a cultura em muitas áreas, como a da comunicação.
Embora o documento se refere aos instrumentos de comunicação, como imprensa, rádio, televisão, cinema e outros meios semelhantes, que também podem ser propriamente classificados como meios de comunicação social, o decreto usa a terminologia “comunicação social”, preferindo-a a “mass media”, ou “comunicação de massa”. Tal preferência baseou-se no fato de que o decreto queria referir-se a todas as tecnologias de comunicação; mas também usou um conceito de tecnologia que não se ativesse apenas às técnicas ou à difusão destas, mas incluía os atos humanos decorrentes, que são, no fundo, a principal preocupação da Igreja em seu trabalho pastoral. A comunicação não pode reduzir-se a simples instrumentos técnicos de transmissão, mas deve ser considerada como um processo de relacionalidade entre as pessoas.
Em meio às limitações e “decepção” por parte de quem esperava mais inovação com o Inter Mirifica, observamos que os dois capítulos do documento encerram princípios importantes que abriram o caminho para o desenvolvimento do diálogo na relação Igreja/comunicação. Sintetizando alguns pontos de avanço do Inter Mirifica, destacamos:
• primeiramente, trata-se de um documento do Concílio Vaticano II. Assim, na consideração de Ismar Soares (SOARES, 1988), podemos dizer que o tema da comunicação ganhou cidadania e independência na Igreja. O Inter Mirifica pode ser considerado um divisor de águas no universo dos discursos da Igreja sobre o tema comunicação.
• A Igreja reconheceu o direito à informação, n. 5. Houve o reconhecimento também do dever de todos contribuir para a formação das retas opiniões públicas, n. 8.
• Diante do conteúdo duvidoso, deu preferência à escolha livre e pessoal, em vez da censura proibitiva, n. 9.
• Incluiu na prática pastoral o dever da formação pessoal do receptor (n. 9), com a consequente indicação das formas para consegui-la (n. 16). Tal recomendação abriu caminho para a ênfase de documentos posteriores sobre a comunicação incentivarem a necessidade de formação para a comunicação, ultrapassando o reducionismo do uso dos meios, isto é, levando em consideração a cultura, o diálogo entre a fé e a cultura, com novos paradigmas, novos processos comunicativos na sociedade contemporânea.
• Elevou os meios, da categoria de subsídios acessórios ao lugar privilegiado de meios indispensáveis ao magistério ordinário e ao serviço da evangelização (n. 13, 14 e 17).
• A formação da reta consciência, incluída no n. 9, substituiu a cega obediência exigida nos documentos do passado.
• O incentivo para estabelecer um Dia anual para o estudo, a reflexão, análise, ação e oração no que concerne à comunicação (n.18). É a primeira vez que um Concílio atua dessa forma. E o papa Paulo VI foi o primeiro a colocar em prática tal incentivo, iniciando por escrever a mensagem para o dia mundial das comunicações. Iniciativa continuada por João Paulo II, Bento XVI e, atualmente, por Francisco, demonstrando, através de seus conteúdos, uma grande atualização do Magistério, no mundo das comunicações e qual deveria ser o comportamento cristão.
• O documento encerra com uma determinação que estabelece a elaboração de uma nova orientação pastoral sobre comunicação, “com a colaboração de peritos de várias nações”, sob a coordenação de um secretariado especial da Santa Sé para a comunicação social (IM n. 23). Criou-se, assim, por Paulo VI, em 1964, uma Comissão mundial, que, de Secretariado, passou a chamar-se Pontificio Conselho para as Comunicações Sociais. Hoje, a sua estrutura passou por transformação, criando-se em 2015 o Dicastério da Comunicação para atender as exigências do contexto comunicativo que está em constante mudança.
Na estrada do diálogo aberto pelo Concílio Vaticano II, sobretudo à luz do documento Gaudium et Spes, verifica-se o inegável esforço da Igreja expresso nos documentos sobre Comunicação: evangelizar levando em conta o contexto de cada sociedade, segundo as épocas sócio-culturais. Na sequencialidade dos principais textos (PUNTEL, 2011), o foco das diretrizes do Magistério da Igreja revela esforço, progresso e também limites, por vezes, omissão na visão da realidade no desenvolvimento da sociedade à época. Mas há um crescendo na compreensão da comunicação e seus vários conceitos. É o exame desta sequencialidade que nos autoriza a tal afirmação quanto à evolução do pensamento da Igreja (em termos de diretrizes).
Por outro lado, é preciso ressaltar, também, que pouco se refletiu sobre tais diretrizes, e a prática, especialmente pastoral, ficou em geral fascinada e envolvida muito mais pela técnica do que por um estudo solicitado, já no Inter Mirifica (IM n. 15) e ressaltado em documentos iniciais como na Communio et Progressio (CP) do Pontifício Conselho para as Comunicações, e em muitos documentos subsequentes. No estudo dos documentos da Igreja sobre a comunicação, fica evidente a progressiva insistência da Igreja para estudar e compreender a comunicação e, assim, agir na pastoral de maneira competente para desenvolver o diálogo entre fé e cultura. É neste contexto que a Igreja pede que as universidades e institutos católicos criem e desenvolvam cursos de comunicação social, cujos trabalhos e investigações devem ser dirigidos competentemente:
As Universidades e Institutos Católicos criarão e desenvolverão cursos de comunicação social, cujos trabalhos de investigações devem ser dirigidos competentemente. Publicarão trabalhos e sínteses dessas investigações, para maior desenvolvimento do ensino cristão... (Communio et Progressio, n.113).
O que não poderíamos deixar de considerar, entretanto, é o fundamental aspecto inovador, a grande “reviravolta” da reflexão do magistério eclesial em relação ao mundo da comunicação e que nos solicita atenção, particularmente, neste momento da história Igreja-sociedade. Pois, nos pronunciamentos do magistério sobre as comunicações sociais, uma significativa evolução de pensamento começa a tomar corpo. Mesmo no que diz respeito aos new media, a Igreja progride no esforço por compreender e expressar seu desejo de inculturar-se nos novos espaços dos processos comunicativos, a cultura midiática. A Igreja já não concebe mais a comunicação de forma restrita ou simplesmente como “meios” ou “instrumentos” a serem usados ou dos quais precaver-se. Agora, ela se esforça para prosseguir na mudança de mentalidade, tentando compreender, na prática (porque nos documentos ela já o fez) como modificar seus métodos pastorais para que tenham em conta que a comunicação vai além do “manipular” máquinas de comunicação. Trata-se de uma cultura. A cultura midiática.
E esta nova compreensão sobre comunicação, nós a encontramos no novo enfoque de missão da Igreja no mundo atual, na encíclica Redemptoris Missio (JOÃO PAULO II, 1990 RM), que, ao se referir aos novos “areópagos” modernos como lugar de evangelização (missão), coloca o mundo da comunicação em primeiro lugar e insiste no novo contexto comunicativo como uma “nova cultura”. Além de mencionar que
talvez se tenha descuidado um pouco este areópago: deu-se preferência a outros instrumentos para o anúncio evangélico e para a formação, enquanto os mass-media foram deixados à iniciativa de particulares ou de pequenos grupos, entrando apenas secundariamente na programação pastoral (RM n.37c).
O documento sobre a missão da Igreja, a respeito da comunicação, afirma algo que toca o processo unilateral da comunicação (unilinear), incentivando a própria Igreja a entrar nos processos comunicativos atuais, quando diz “não é suficiente, portanto, usá-los para difundir a mensagem cristã e o Magistério da Igreja, mas é necessário integrar a mensagem nesta «nova cultura», criada pelas modernas comunicações” (RM n.37 c).
Tal referência do magistério eclesial é sinal de uma “mudança” na compreensão da relação entre Igreja e mídia: não mais desconfiança, nem simples lógica instrumental. A Igreja afirma o modo de comunicar de forma inculturada “na” e “pela” “cultura midiática”. É uma expressão que carrega um novo conceito seja para o esforço e o estímulo em usar os mídia, como a disponibilizar cursos de formação para aprender a usar os new media. Trata-se, porém, de algo mais, um ir além: depois do período do “uso” (e do desprezo e rejeição por parte de alguns), chegou o momento de adquirir mais profundamente a cultura e a linguagem que possibilite uma interação com a sociedade contemporânea.
O ano 2002, foi a época em que a Igreja nos brindou com dois excelentes documentos Igreja e Internet e Ética na Internet, também do Pontifício Conselho para as Comunicações. Com um estilo fluido e colocando-se em uma atitude de quem dialoga com o mundo da comunicação, a Igreja coloca-se como aprendiz, embora ela reconheça os benefícios e os riscos que a Internet possa trazer. O importante é constatar como a Igreja, nestes documentos, não impõe, mas propõe reflexões, deixando e respeitando a escolha do usuário da internet. Com sua solicitude, entretanto, faz recomendações, segundo critérios cristãos, e afirma: “... a comunicação é mais do que um simples exercício na técnica...” (Igreja internet, n.5). Segundo o documento, a educação e a formação constituem uma grande área de oportunidade e de necessidade
(...) Hoje, todos precisam de algumas formas de educação midiática permanente, mediante o estudo pessoal ou a participação num programa organizado, ou ambos. Mais do que meramente ensinar técnicas, a educação midiática ajuda as pessoas a formarem padrões de bom gosto e de verdadeiro juízo moral, um aspecto da formação da consciência. Através de suas escolas e programas de formação, a Igreja deve oferecer uma educação midiática deste gênero. (Igreja e Internet n. 7).
As sábias palavras de João Paulo II, na sua última Carta Apostólica Rápido Desenvolvimento (2005) sintetizam a compreensão do Magistério até aquele momento: “O fenômeno atual das comunicações sociais leva a Igreja a uma espécie de revisão pastoral e cultural de tal forma que esteja em condição de enfrentar adequadamente a passagem histórica que estamos vivendo” (n.8). A seguir, o Papa enfatiza que as novas tecnologias podem criar muitas oportunidades para a evangelização, quando a comunicação é “entendida como serviço ao governo pastoral e à organização de múltiplos deveres da comunidade cristã... Do mesmo modo, é importante garantir a formação e atenção pastoral aos profissionais da comunicação” (n.9).
Na complexidade das transformações no campo da mídia, especialmente nos últimos anos, provocando a mudança não somente nas organizações administrativas e de mercado, mas alterações na convivência do humano, a Igreja cresce na consciência de que comunicação e evangelização não podem trilhar seus caminhos de forma paralela, sem realizar um estreito e efetivo diálogo com a sociedade contemporânea. Isto vai se explicitando nos artigos referentes à comunicação nas Conferências Latino-americanas e Caribenhas: Medellín (1968), Puebla (1979); Santo Domingo (1992); Aparecida (1967). A Igreja assume, então, o desafio de desenvolver uma comunicação adequada aos nossos tempos, organizando suas pastorais, entre as quais a Pastoral da Comunicação que, no Brasil, tem suas diretrizes no Diretório de Comunicação na Igreja do Brasil (2014).
Hoje já não se trata de dirigir uma comunicação à sociedade, segundo o modelo de transmissão, mas uma comunicação a partir e entre os mundos sociais, seguindo um modelo de participação, colaboração, intercâmbio, diálogo, interatividade -- característica primordial do mundo digital. Assim que todas as recentes transformações no mundo da comunicação impulsionam a Igreja a desenvolver uma maneira nova de dialogar com a sociedade. Por exemplo, a expressão meios de comunicação social, usada pela Igreja no Inter Mirifica, pertence já a um vocabulário desatualizado, pois hoje, todos os meios se integram em uma realidade mais complexa - há um caráter multimidiático, crossmidia e interativo. As rápidas e contínuas transformações obrigam a revisar a clássica divisão entre emissores (operadores) e receptores dos meios, dada a interatividade e o progressivo desaparecimento das fronteiras. Isto "toca" de maneira especial o que chamamos de "processo de comunicação". Trata-se de atentar para a mudança do processar a comunicação. E isto convida a Igreja a revisar especialmente os seus métodos pastorais. Exige mudança de mentalidade para estabelecer o diálogo atual entre fé e cultura. Um grande e necessário desafio para a atualidade da Igreja.
Para além da gradual e progressiva compreensão da Igreja sobre comunicação, e inspirando suas práticas evangelizadoras, em seus documentos, o seguimento de uma nova recepção do Vaticano II é condensada no Magistério da Igreja expresso nas mensagens anuais para o Dia Mundial das Comunicações. Há cinquenta e cinco anos o Magistério da Igreja, através das mensagens dos Papas Paulo VI, João Paulo II, Bento XVI e Francisco acompanha o desenvolvimento e as contínuas mudanças que ocorrem no âmbito da comunicação, um fenômeno em contínua transformação, na explosão de sua criatividade, de suas articulações e de suas consequências na sociedade contemporânea. O primado de tais mensagens, segundo a missão fundamental da Igreja, tem sido sempre colocar a pessoa humana como centro do papel histórico e da função que os meios de comunicação têm na construção do viver humano, segundo a sua vocação basilar de ser humano e filho de Deus.
Na era digital, o Papa Bento XVI dedica cinco mensagens, num caminho progressivo de reflexão e envolvimento, pedindo que se povoe o “continente digital”, com diálogo, respeito, amizade e presença cristã. A mídia digital tem sua linguagem própria e também suas armadilhas, por isso é preciso entrar nessa cultura e saber “escutar a rede”, dialogar com os internautas, tendo em mente os grandes monopólios de empresas que detêm o controle dessas mídias. O Magistério da Igreja avança no esforço e no incentivo de que a Igreja seja um sinal que aponte Jesus Cristo, mas na “ágora moderna”. É ali que a Igreja deve também ser e estar, segundo Bento XVI: “Este é um dos caminhos onde a Igreja é chamada a exercer uma “‘diaconia da cultura’ no atual continente digital” (2009). E continua o Papa
“... quero convidar os cristãos a unirem-se confiadamente e com criatividade consciente e responsável na rede de relações que a era digital tornou possível; e não simplesmente para satisfazer o desejo de estar presente, mas porque esta rede tornou-se parte integrante da vida humana” (Papa Bento, 2011).
Reforça-se, assim o imperativo para uma mudança de mentalidade no realizar (processar) a comunicação. Um grande e necessário desafio para a atualidade da Igreja, porque está nascendo “uma nova maneira de aprender e ensinar” afirma Bento XVI (2011). O interesse da Igreja pela comunicação nas redes sociais digitais, também como espaço de evangelização, manifesta sua capacidade de acompanhar o desenvolvimento humano, cultural e científico da comunicação, o desejo permanente de dialogar e participar ativamente, da ambiência que envolve o processo de criação das novas expressões de relacionamento. E Bento XVI compreendeu que
as novas tecnologias estão a mudar não só o modo de comunicar, mas a própria comunicação em si mesma, podendo-se afirmar que estamos perante uma ampla transformação cultural. Com este modo de difundir informações e conhecimentos, está a nascer uma nova maneira de aprender e pensar, com oportunidades inéditas de estabelecer relações e de construir comunhão. (Papa Bento, 2011)
Na sequência de pensamento (Magistério) o papa Francisco continua, nas suas mensagens para o dia Mundial das Comunicações, incentivando a reflexão e o diálogo iniciado com o Concílio Vaticano II.[1] Em sua pedagogia própria, vai tecendo cada vez mais elementos essenciais para uma cultura do encontro, gerando processos comunicacionais que se apresentam cada vez mais complexos na sociedade contemporânea.
É possível já perceber alguns pontos importantes nas mensagens de Francisco. O primeiro é a unidade temática do papa, diríamos até de uma perspectiva pedagógica, que revela um dos aspectos mais importantes do pensar convergente para chegar a um determinado fim. É quando convergimos que sentimos a força da luz que se projeta na ação evangelizadora, a mensagem profunda do evangelho que nos converge para Jesus, o protótipo da comunicação. Como exemplo, por causa do Sínodo sobre a família em 2015, o Papa Francisco apresentou a mensagem Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor. Em 2016, dentro desse quadro de unidade temática, o Ano da Misericórdia. O convite foi para refletirmos sobre a comunicação dentro do âmbito da misericórdia: Comunicação e Misericórdia: um encontro fecundo.
Um segundo ponto é o tipo de abordagem que o Papa Francisco apresenta: toda a mensagem não deriva de premissas prontas ou frases feitas ou conhecimento cognitivo a respeito da comunicação. Ela se centra naquilo que é humano, nas relações, na cotidianidade das pessoas. O enfoque que perpassa suas mensagens é sempre permeado pela antropologia, fundamentação bíblica, sócio-cultural, teológica, eclesial, o mundo da cultura digital. Assim, Francisco aborda o tema da internet, das redes sociais (dos fake news), do jornalismo de verdade, de paz, um jornalismo que precisa buscar as pessoas “como são e onde elas estão” -- tema do Dia Mundial 2021.
Um outro destaque dentro da “pedagogia” de Francisco é o pensamento sobre a cultura digital ser disseminado convergindo para a reflexão, para o incentivo na pastoral, na vivência da fé. E conclui sempre as suas mensagens afirmando que a comunicação tem o poder de criar pontes, favorecer o encontro e a inclusão. Daí a responsabilidade de todos. E na sua mensagem para o Dia Mundial de 2016, disse:
Não é a tecnologia que determina se a comunicação é autêntica ou não, mas o coração do homem e a sua capacidade de fazer bom uso dos meios a seu dispor. As redes sociais são capazes de favorecer as relações e promover o bem da sociedade, mas podem também levar a uma maior polarização e divisão entre as pessoas e os grupos. O ambiente digital é uma praça, um lugar de encontro, onde é possível acariciar ou ferir, realizar uma discussão proveitosa ou um linchamento moral (2016).
E continua Francisco:
Em rede, também se constrói uma verdadeira cidadania. O acesso às redes digitais implica uma responsabilidade pelo outro, que não vemos mas é real, tem a sua dignidade que deve ser respeitada. A rede pode ser bem utilizada para fazer crescer uma sociedade sadia e aberta à partilha (2016).
Sem deixar, entretanto, o olhar positivo sobre o que a comunicação digital pode e deve construir (pontes, por exemplo), e na continuidade de Bento XVI, Francisco chama a atenção, na Fratelli Tutti (n.43) para o fato de que quando não existe responsabilidade, as redes podem também se tornar uma plataforma de desrespeito, ódio. Por isso, ele adverte que “a [simples] conexão digital não é suficiente para construir pontes, não é capaz de unir a humanidade”. Neste caso, a comunicação se tornaria “uma ilusão”.
Hoje a “complexificação” no mundo digital chegou a altos níveis. A questão que se coloca sempre é a centralidade da evangelização. Pelo fascínio e encantamento das possibilidades que o mundo digital nos oferece, há uma exigência para o reinventar, inovar e educar para viver o ressignificado de novas relações, consigo mesmo, na família, nas comunidades, no trabalho... E aqui o reinventar, inovar a nossa produção no mundo digital deve ser evangelizar para que o ser humano viva uma nova realidade de sentir-se interligado uns aos outros de maneira que a fraternidade e a solidariedade não fiquem canceladas pelo isolamento. Daí que, seguindo os apelos do Concílio Vaticano II, realizar a comunicação não é simplesmente noticiar, mas é envolver as pessoas em uma nova humanização, que perpassa a educação – uma comunicação das relações humanas e evangélicas. Isto passa pelos novos métodos, pelo esvaziamento de nós mesmos para poder obter uma mudança de mentalidade. Os critérios são sempre a Boa Nova de Jesus Cristo. Não é a produtividade baseada unicamente no profissionalismo, no número de likes, no mercado, mas os critérios do Reino de Deus, afirma d. Joaquim G. Mol.
O inovar é ser convocado para uma evangelização mais profética, que toca temas candentes na sociedade, pois é preciso falar não para agradar as pessoas, mas o que elas precisam ouvir. O que emerge dessa realidade de pandemia? A solidão, a dor, a fraternidade, o perdão, a compaixão, a morte, a cidadania, as políticas públicas, a ética, dar-nos conta que estamos vivendo um novo ethos.[2] A evangelização profética precisa descobrir, refletir e alimentar a esperança, solidariedade, porque somos construtores de esperança, na comunicação. Diz o papa Francisco “Precisamos de ternura. O mundo da mídia tem de se preocupar com a humanidade”, disse ele. “O mundo digital pode ser um ambiente rico em humanidade, uma rede não só de fios, mas de pessoas” (2014). É um chamado para produzir conteúdos, usar métodos que nos diversos campos (inclusive educação) levem as pessoas a uma nova humanização.
A partir do Concílio Vaticano II, a relação da Igreja com a comunicação percorreu um progressivo e crescente diálogo com a sociedade, seguindo a abertura e o incentivo para o aggionarmento que o caracterizou para uma nova evangelização. Novas perspectivas se abriram, foram trabalhadas e assumidas à luz do pensamento do Magistério da Igreja. Em base aos documentos e diretrizes contidas nas mensagens para o Dia Mundial das Comunicações as práticas pastorais têm condições de “voltar à raiz” ou de elaborar seus projetos pastorais “a partir da raiz” que é comunicar a Boa Nova, centralidade da missão da Igreja-evangelizar. Nutrir-se dos princípios elucidados nas reflexões das mensagens torna-se um dever imperioso para os cristãos, especialmente no complexo e maravilhoso mundo hodierno da comunicação. Assim se expressa Francisco, em sua mensagem de 2014: “A internet pode oferecer maiores possibilidades de encontro e de solidariedade entre todos; e isto é uma coisa boa, é um dom de Deus”. Segundo ele, “a rede digital pode ser um lugar rico de humanidade...”. É preciso, no entanto, exercer uma comunicação profética que se reinventa, inova e ajude a construir uma nova humanização.
BARAGLI, Enrico. L´Inter Mirifica. Roma: Studio Romano della Comunicazione Sociale, 1969.
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[1] Palavras do Papa Francisco, (30 de janeiro 2021, em audiência com o gabinete de catequeses da Conferência Episcopal Italiana (CEI): “Ou você está com a Igreja e, portanto, segue o Concílio, ou o interpreta do seu modo e não está na Igreja. O Concílio não pode ser negociado”. Disponível em https://istoe.com.br/quem-nao-segue-concilio-vaticano-esta-fora-da-igreja-diz-papa/ . Acesso 13/3/2021.
[2] Há uma preocupação da Igreja, bem como abertura ao diálogo sobre a questão da Inteligência artificial. Papa Francisco insiste sobre a primazia do ser humano. Artigos sobre a temática estão presentes especialmente no IHU, com particular atenção para o teólogo Paolo Benanti.