Waldir Souza
Doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUCRJ). Professor na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Contato: wacasouza@yahoo.com.br
Resumo: O significado do termo “esperança” junto a “missão cristã”, complementa-se no elo da fé entre o ser humano e Deus. A obra: “Teologia da Esperança” do teólogo alemão Jürgen Moltmann, é importante para que esta ressignificação dos termos: “esperança” e “missão cristã”, seja compreendido em um mundo de constantes conflitos políticos, religiosos e sociais. Assim, cabe a pergunta: qual a necessidade da esperança junto à missão cristã nos tempos em que vivemos? Em uma breve descrição sobre a vida e a obra de Jürgen Moltmann, descrevemos, com o intuito de despertar o conhecimento e importância do teólogo, escritor e ser humano, que Moltmann, se tornou para o mundo, contribuindo com uma vasta bibliografia no campo da Teologia Social e Sistemática. Moltmann é referência para estudos acadêmicos na área de educação e humanidades, bem como, para assuntos que estão intrinsecamente ligados às questões atuais, dentre eles, crises socioambientais. Em vista disso, foi utilizado analiticamente o método dedutivo em uma pesquisa qualitativa correspondente ao referencial bibliográfico. O caminhar teológico de Moltmann, convida-nos e sugere-nos ressignificações da palavra amor, missão cristã, esperança e fé em Deus, para que possamos enfrentar tudo o que possa ir contra a liberdade e o direito à toda graça que nos permite viver e esperançar-se de um futuro mais digno e justo em busca do equilíbrio humano e espiritual.
Palavras-chave: Esperança; Missão Cristã; Jürgen Moltmann
Abstract: The meaning of the term “hope” together with “Christian mission”, complements the link of faith between human beings and God. The work: “Theology of Hope” by the German theologian Jürgen Moltmann, is important for this redefinition of terms: “hope” and “Christian mission”, be understood in a world of constant political, religious and social conflicts. Thus, the question arises: what is the need for hope along with the Christian mission in the times in which we live? In a brief description of the life and work of Jürgen Moltmann, we describe, with the aim of awakening the knowledge and importance of the theologian, writer and human being that Moltmann became for the world, contributing with a vast bibliography in the field of Social and Systematic Theology. Moltmann is a reference for academic studies in the area of education and humanities, as well as for subjects that are intrinsically linked to current issues, among them; socioenvironmental crises. In view of this, the deductive method was used analytically in a qualitative research corresponding to the bibliographic reference. Moltmann's theological path invites us and suggests new meanings for the word love, Christian mission, hope and faith in God, so that we can face everything that could go against freedom and the right to all the grace that allows us to live and hope for a more dignified and fair future in search of human and spiritual balance.
Keywords: Hope; Christian Mission; Jürgen Moltmann
A trajetória da humanidade é marcada pela esperança. Não existe outra palavra ou ação que possa definir melhor a sua chegada e completude ao século XXI, talvez não tão perfeita como pudesse ser, mas persistiu e aqui chegou. Na história da humanidade, há um dos fatores predominantes que determinaram a perseverança do ser humano em viver, que foi a esperança de viver. Antes de qualquer instituição, o ser humano religa a vida a uma essência, a aquilo tudo que ele sente, e a esta essência que transcende a tudo é Deus. Acreditar realiza-se pela esperança e fé na revelação dos livros sagrados, promessas e cumprimento da vontade divina. Homens de boa fé, em nome de Deus, foram e ainda são seu principal instrumento de comunicação com o mundo. Para os cristãos, a força que permite esperançar-se em um futuro mais digno está diretamente ligada a Deus Pai, Filho e Divino Espírito Santo.
Jürgen Moltmann é um dos mais importantes teólogos da atualidade, conhecido como o fundador da “Teologia da Esperança”, influente na Teologia Sistemática e Social. A sua maneira de escrever e compartilhar sua experiência como teólogo está diretamente ligada à sua história como homem e ser humano, que superou as dificuldades da vida por intermédio da esperança e fé em Deus. Moltmann é um teólogo de confissão cristã reformada, respeitado e requisitado na Teologia Católica e demais áreas das Ciências Humanas. É um escritor contemporâneo e ativo em relação às causas sociais e ambientais. Perseverante em seu propósito com Deus e com o ser humano, Moltmann cumpre, como tantos outros teólogos, o seu papel na verdadeira missão cristã, que é orientar o homem a ser humano na graça da vida, identificando o outro como semelhante por intermédio da justiça e dignidade, equalizando os princípios cristãos no equilíbrio da racionalidade e espiritualidade.
Considera-se que a esperança junto à missão cristã, pode ressignificar, na atualidade e na prosperidade de um futuro próximo, uma orientação para os desafios que desequilibram a humanidade e toda vida que é necessária para que se haja vida, principalmente para a emergência dos problemas e crises socioambientais, mantendo e conservando o conceito da vida junto à graça que já nos foi permitida por Deus e reafirmada por Jesus Cristo. Portanto, cabe a nós questionarmos sobre qual a necessidade da esperança junto à missão cristã nos tempos em que vivemos? Trata-se de uma reflexão sobre a humanidade, mas também, e principalmente, uma reflexão introspectiva a respeito da nossa integridade com relação ao outro no mundo em que vivemos. Encoraja e incentiva o ser humano a ser um sujeito ativo, transformador do seu presente e protagonista do seu futuro. O que há é o intuito de trazer essas reflexões para a atualidade de nossos tempos, de modo que a obra de Moltmann em específico a Teologia da Esperança, possa servir como orientação teológica para o ecumenismo, dentro das comunidades religiosas, para o auxílio nos estudos acadêmicos e para a sociedade de modo geral. Dessa forma, o artigo convida todas e todos a serem participativos na graça e no amor de Deus, esperançosos na fé de um mundo melhor, mais justo e humano.
A humanidade é o resultado de toda esperança confiada no passado, esta persistência vem se desdobrando ao longo da existência do ser humano em seu meio ambiente. Deus é a essência da esperança que, pela fé e amor a ele, o ser humano busca encontrar-se nele. É por intermédio da revelação de suas palavras que compreendemos o verdadeiro significado do cristianismo, que compartilha sua graça e amor, na comunhão com o ser humano. Em toda a história da humanidade, sempre houve pessoas vocacionadas a transmitirem o que é revelado por Deus, realizando suas missões a partir de suas experiências de vida. Jürgen Moltmann é uma dentre tantas outras pessoas iluminadas, vocacionadas e devotadas a essa tarefa, que exige, além do dom missionário, respeito e responsabilidade, a capacidade, condição e superação do ser humano mediante a necessidade de sobrevivência.
Jürgen Moltmann é um teólogo de confissão cristã reformada, nasceu na Alemanha, na cidade de Hamburgo, no dia 8 de abril de 1926. Desde seu primeiro livro, “A Teologia da Esperança: estudos sobre os fundamentos e as consequências de uma escatologia cristã”, publicado em 1964 na Alemanha e em 1967 traduzido para o inglês, Moltmann nunca parou de produzir. O autor possui uma vasta bibliografia, colaborando com as diferentes vertentes teológicas.
Jürgen Moltmann viveu, em sua juventude, um dos períodos mais catastróficos do século XX: a Segunda Grande Guerra (1939 – 1945). Após sua convocação para a linha de frente no exército alemão, em 1943, Moltmann foi capturado pelo exército inglês e feito prisioneiro de guerra em campos de concentração na Holanda, Bélgica, Escócia e por fim na Inglaterra, retornando à Alemanha em 1948. Segundo o teólogo Cesar Kuzma, um grande especialista em Moltmann: “Este momento marcou também o encontro do jovem Moltmann com Deus, alguém que era desconhecido para ele, mas que aos poucos se revelava em esperança, para um novo começo, para uma nova vida” (KUZMA, 2013, p.17).
A fé e a esperança marcaram por definitivo sua sobrevivência, sua vida acadêmica e o ser humano no qual Jürgen Moltmann se tornou para o mundo. A partir do seu regresso à Alemanha, ele dá continuidade a seus estudos teológicos principiados nos campos de concentração, onde faziam parte, dentre outros pensadores, alguns professores de teologia. O pós-guerra na Alemanha e sua reconstrução foram acompanhadas por parte das forças aliadas que, observavam vigilantes os chamados 4Ds: descartelização; desmilitarização; desnazificação e democratização, porém, a reconstrução a qual nos referimos está diretamente ligada ao retomar a vida cotidiana das comunidades civis. Moltmann após sua formação acadêmica teológica, acompanhou e trabalhou como pastor e orientador espiritual, em 1952, em uma pequena comunidade rural na Alemanha chamada Bremen-Wasserhorst, bem ao norte do país, onde se dedicou ao trabalho pastoral junto ao povo que enfrentava dificuldades econômicas e sociais atreladas à história-memória de seus familiares que perderam a vida na guerra. Posteriormente, Moltmann se tornou professor de Teologia Sistemática na Universidade da Igreja de Wuppertal e, após o ano de 1967, tornou-se professor emérito na Universidade de Tübingen.
Jürgen Moltmann teve uma importante influência na maneira e forma de compreender a Teologia. Sua bibliografia permite uma rica hermenêutica bíblica, bem como, uma Teologia Social que busca igualdade, equidade e justiça por toda manifestação da vida em nosso planeta, e o respeito como reciprocidade na relação entre os seres humanos acolhidos na casa comum onde, na liberdade, nos é dado o direito e a vida pela graça de Deus. O teólogo louva a esperança, encorajando o mundo a ter fé nos momentos difíceis. Segundo suas próprias palavras: “Em minha juventude, fui salvo pela esperança de Cristo. Ele a planificou até hoje com a energia do Espírito divino. Ele me permite saudar todas as manhãs em que me é dado a viver, com a alegria adventícia do Reino de Deus” (MOLTMANN, 2005, p.09).
O teólogo visitou a América Latina pela primeira vez em 1977 quando, a convite, comparece em encontros teológicos sediados em faculdades e universidades. No ano de 2011, encontrou-se com um dos principais teólogos da Teologia da Libertação no Brasil, Leonardo Boff. Deste encontro, foi editado um pequeno livro chamado: “Há esperança para a criação ameaçada?”, em que ambos discutem questões sobre o ecossistema com relação ao homem. Toda descrição biográfica sobre Jürgen Moltmann que se possa fazer, ainda parece muito simplista pelo tamanho de sua obra e dedicação pela vida por intermédio da fé e da esperança. Aos 97 anos de idade, o teólogo continua em atividade, e é considerado um dos teólogos mais importantes da contemporaneidade, dentro e fora do ambiente acadêmico universitário, com uma grande aceitação e respeito na Teologia Católica.
A humanidade sempre se preocupou com a proximidade do seu próprio fim, e este fim dos tempos sempre esteve presente no imaginário popular, tanto no oriente quanto no ocidente. A formação, estrutura e desenvolvimento cultural de diferentes povos, está ligada à mitologia e à religião, em que buscam responder ao maior anseio da humanidade: o desejo pela vida eterna. Seja no mundo em que vivemos ou no mundo que esperamos viver, suas concepções podem ser definidas a partir do estudo das estruturas mentais, ou história das mentalidades, que parte de uma historiografia crítica do início do século XX, entre elas, a escola francesa dos “Annales”. Fundada a partir da revista dos “Annales” pelos historiadores franceses: Marc Bloch (1886-1944) e Lucien Febvre (1878-1956), que conforme Nilo Odália, na apresentação do livro “Escola dos Annales”, escreve: “...com o explicito objetivo de fazer dela um instrumento de enriquecimento da história, por sua aproximação com as ciências vizinhas...” (BURKE, 1997, p.8). Segundo o historiador medievalista brasileiro Hilário Franco Junior:
A História das Mentalidades, situa-se no ponto de junção do individual ao coletivo, do longo tempo e do quotidiano, do inconsciente e do intencional do estrutural e do conjuntural, do marginal e do geral. (Seu) nível é aquele do quotidiano e do automático, é o que escapa aos sujeitos particulares da história... (FRANCO, J. 1996, p.149)
Transmitida pela tradição oral e posteriormente registrada de diferentes maneiras e formas, da iconografia à escrita, a palavra “apocalipse” (revelação) ou o sentido e seu significado sempre permearam os livros sagrados e profanos de culturas diferentes na história. Estas revelações, geralmente, são profecias e têm uma conotação apocalíptica escatológica. Dos livros sagrados da Bíblia, do Antigo e Novo Testamento, encontramos passagens sobre o fim precedido de maldições, castigos e lamúrias e, Deus tomado de sua ira para punir o homem pecador e errante. Segundo o livro de Deuteronômio:
⁴⁵Essas maldições todas virão sobre ti e te perseguirão e te atingirão, até que sejas exterminado, porque não obedeceste à voz de Iahweh teu Deus, observando seus mandamentos e estatutos que ele te ordenou. ⁴⁶Elas serão um sinal e um prodígio contra ti e a tua desobediência, para sempre. (Dt 28, 45-46)
Há também, no livro do Apocalipse de João, o último livro do Novo Testamento, uma passagem denominada “As sete pragas das sete taças”. Em uma passagem do capítulo 16, Cristo revela a João: “Ouvi depois uma voz forte que vinha do templo, dizendo aos sete Anjos: “Ide e derramai pela terra as sete taças do furor de Deus”” (Ap 16,1).
O conceito do termo escatologia vem do grego antigo (eschaton, εσχατος, "último", junto ao sufixo -λόγια, "estudo"), significa o “estudo das últimas coisas”. Segundo essa concepção, o crítico literário Sérgio Rodrigues afirma que escatologia significa: “...teoria acerca das coisas que hão de suceder depois do fim do mundo; teoria sobre o fim do mundo e da humanidade” (RODRIGUES, 2014, n.p). Esses acontecimentos estão para a história e filosofia do cristianismo intrinsecamente ligado ao reino consumado, à ressurreição dos mortos e à criação do novo milênio originado da Parúsia (segunda vinda de Cristo). Portanto, trataremos o termo escatologia de acordo com a Teologia Cristã, segundo o Dicionário Crítico de Teologia:
De maneira geral, a escatologia trata do fim e do cumprimento da criação. O cumprimento aqui não significa apenas um acabamento (no tempo) e um termo (no espaço), mas tematiza a esperança cristã: tudo o que Deus criou para chamar a uma “plenitude da vida” não só não volta para o nada, mas acede em sua totalidade e em cada uma de suas partes à plenitude interior e durável de sua essência, ao ser admitido a participar da vida eterna de Deus. (LACOSTE, 2004, p. 620)
Como fica claro, o cumprimento não significa literalmente o fim das coisas, pois se acrescenta a esta definição a esperança cristã junto ao que pode tornar-se pleno na realização da vida, e se esta ação pode ser entendida no presente, então já estamos participando do “Dei Verbum”. Pode-se projetar no futuro as ações do presente, desde que estas estejam de acordo com o que Deus orienta ao ser humano. Para Lutero, o verbo se define na relação e movimento entre o Deus e Jesus Cristo, em que esta comunicação constitui o ser humano consumado pelo amor. Conforme o Dicionário de Lutero:
Nos diversos estágios da teologia de Lutero, o ser de Deus pode ser definido como movimento entre Pai e o Filho, como a palavra... (o movimento é a essência do próprio Deus)... ou como evento da comunicação. O ser da criatura humana é igualmente constituído pela comunicação do amor e visa à consumação. (LEPPIN; LUDORFF, 2021, p. 400)
A partir dessa ideia, pensar a escatologia ou o futuro que está por vir é pensar na relação e comunicação do ser humano com Deus, sua palavra como essência do amor absoluto que rege a humanidade e a orienta para o futuro. A definição de escatologia, segundo o Dicionário de Lutero:
Porque “a vinda do Reino de Deus a nós” ocorre de duas maneiras: primeiro aqui [...] mediante a palavra e a fé; em seguida, na eternidade, pela revelação” ela aparece por meio da “revelação”, visto que o ser humano não se torna nada além do que sempre já é como possibilidade e agora é in actu (de fato): criatura da comunicação amorosa da palavra de Deus. (LEPPIN; LUDORFF, 2021, p. 406)
Pensar com base nessas definições leva-nos a uma reflexão sobre dois movimentos: uma escatologia que está em realização e uma escatologia que já é realizada, em que ambas convidam o ser humano em toda sua trajetória a participar, por intermédio do “Dei Verbum”, do cumprimento das promessas de Deus. Jürgen Moltmann reflete a escatologia sob o ponto de vista da Teologia Protestante, porém, o resgate que faz sobre a essência da escatologia está intimamente ligado a toda tradição cristã, em que o termo “esperança” permeia as reflexões conforme a promessa divina que outrora já se cumpriu, a vinda de Cristo, morte e ressurreição que, pela fé e pela esperança se cumpre e se cumprirá. Segundo Moltmann:
Na realidade, a escatologia é idêntica à doutrina da esperança cristã, que abrange tanto aquilo que se espera como o ato de esperar, suscitado por esse objeto. O cristianismo é total e visceralmente escatologia, e não só como apêndice; ele é perspectiva, e tendência para frente, e, por isso mesmo, renovação e transformação do presente. (MOLTMANN, 2005, p. 30)
Se o cristianismo é a renovação e transformação do presente, ele já é o futuro enraizado na promessa de Deus. O novo no futuro só pode estar nas mudanças do presente, e estas ocorrem quando o ser humano compreende o significado das promessas reveladas como verdade. É a esperança daquilo que se confia e, para isso, a fé é o caminho para acreditar que existe verdade na justiça de Deus, e em seu reino vindouro, conforme Moltmann:
A fé reconhece a irrupção desse futuro amplo e livre no evento de Cristo; a esperança que aí se inflama mede os horizontes que se abrem para uma existência antes fechada. A fé une o ser humano a Cristo, a esperança abre essa fé para o vasto futuro de Cristo. Por isso, a esperança é a “companheira inseparável” da fé. (MOLTMANN, 2005, p.35)
Dessa maneira, fé e esperança se complementam e devem ser compreendidas juntas, em reciprocidade. Devem também ser à base dos objetivos futuros na aliança entre os seres humanos e destes com Deus. A fé possibilita a esperança de pensar o que Deus possa já ter criado, mas que ainda nos aguarda em um futuro que, só iremos alcançá-lo quando no fundo de nossas ações realizarmos o bem sem distinção política, religiosa ou qualquer outra causa que desequilibre o ser humano de sua natureza.
Esperança é essência em seu sentido mais profundo de tudo o que possa existir no futuro, a partir do tempo presente. Se há esperança, é porque se confia. Não teria sentido a esperança sem a confiança, e confiar é ter fé. Desde os tempos mais remotos da humanidade, o ser humano confiou sua existência sobrevivendo à sua própria natureza, até o momento em que lhe foi revelada a comunhão com Deus.
No Antigo Testamento, essa revelação é registrada nos cinco primeiros livros, especificamente em Êxodo, capítulo 20, versículos 3-17 e Deuteronômio, capítulo 5, versículos 7-21. São as leis abraâmicas que sustentaram como base as religiões monoteístas: judaísmo, cristianismo e islamismo, que serviram como parâmetro para a lei civil e penal ao longo da nossa história, tanto no Ocidente como no Oriente. Em um contexto geral, os primeiros mandamentos bíblicos prenunciam a ordem dentro de um conjunto de valores que estavam se formando nas grandes civilizações do passado e que, posteriormente, foram se consolidando mediante cada cultura em seu tempo e em seu espaço. Há, portanto, um sentido da palavra esperança; espera-se o homem justo vivendo entre os justos.
Esperança é sentir, é acreditar, e a fé é a força que move inquietamente a alma de cada homem com o objetivo de torná-lo um ser humano. Essa busca é realizada quando esse desejo se encontra em comunhão com o verdadeiro sentido de humanidade. O Catecismo da Igreja Católica (CIC), é um compêndio dogmático da Teologia Católica com mais de quatro séculos, correspondente a documentos pós-conciliares. Foi oficialmente apresentado para a Igreja e para o mundo no ano de 1992, completando no ano de 2022, trinta anos. Publicado em 1997, o CIC, é de grande importância para estudos e orientações da Igreja Católica, conforme o mesmo: “A virtude da esperança responde à aspiração de felicidade colocada por Deus no coração de todo homem... O impulso da esperança preserva do egoísmo e conduz à felicidade da caridade” (CIC, 1993, p. 489-490). A partir deste conceito o ser humano pode se reconhecer na pluralidade humana, dando sentido ao encontro com o outro e com a própria vida, em todo meio ambiente que emana a graça da vida.
Jürgen Moltmann encontrou a esperança na fé por intermédio da dor e do amor em Cristo crucificado e ressuscitado. A promessa e a realidade cristã são uma projeção de futuro, uma esperança segura, pois elas já se realizam no momento da ressurreição de Cristo. Se procurarmos uma definição de Moltmann para o termo esperança, não acharemos uma resposta objetiva em apenas uma obra, mas sim, em toda trajetória de vida e da obra do teólogo. São várias as passagens sobre definição de esperança, dentre elas, uma de grande relevância segundo Moltmann:
fé é o prius, mas a esperança detém o primado. Sem o conhecimento de Cristo pela fé, a esperança se torna uma utopia, que paira em pleno ar; sem a esperança, entretanto, a fé decai, torna-se fé pequena e finalmente fé morta. Por meio da fé, o ser humano entra no caminho da verdadeira vida, mas somente a esperança o conserva nesse caminho. Dessa forma, a fé em Cristo transforma a esperança em confiança e certeza; e a esperança torna-se fé em Cristo ampla e dá-lhe vida. (MOLTMANN, 2005, p.35)
É Cristo, para Moltmann, quem nos une nas promessas de Deus e toda história de esperança da humanidade que, pela fé e esperança, nos faz continuar e acreditar na prosperidade e na mudança de um futuro que Deus espera dos homens. Moltmann acrescenta: “O Deus que aí se fala, não é o Deus intramundano ou extramundano, mas o “Deus da Esperança”” (MOLTMANN, 2005, p.30). Com o “Deus da Esperança”, essa mudança tem de acontecer, porque Deus espera que isso aconteça. Só há promessa de Deus porque há confiança de seu cumprimento pela humanidade. Conforme Moltmann: “Assim, a promessa cria para o ser humano um espaço único de liberdade para obediência ou desobediência, para esperança ou conformismo. A promessa preside a esse espaço de tempo, o qual evidentemente corresponderá àquilo que se espera que aconteça” (MOLTMANN, 2005, p. 140).
Se a desigualdade e a injustiça ainda são permissíveis, provavelmente há um descumprimento que ignora um futuro que possa ser diferente do presente em que estamos acostumados a viver. No prefácio da terceira edição do livro “Teologia da Esperança”, o autor descreve os passados dez anos de sua primeira edição e define a esperança de uma maneira associada mais a uma Teologia Social. Para ele:
A esperança do futuro de Deus para o mundo todo, ameaçado de morte, é experimentada hoje novamente como a força vital da existência e comunidades cristãs. Por essa razão, ela também é o interesse que orienta a busca de conhecimento da teologia cristã. Vivemos da esperança e morremos devido às frustrações. Por isso, a fé cristã hoje é inapelavelmente desafiada a assumir a “responsabilidade pela esperança.” (MOLTMANN, 2005, p.27)
Esse trecho foi escrito em 1977, passaram-se mais de 45 anos e o esperar e caminhar teológico de Moltmann ainda persiste como todo o ser humano de boa fé em Deus. Moltmann sempre escreveu com seu olhar teológico voltado para o futuro, porém, não se trata de uma esperança que promete paz, ela busca a paz. O caminho de quem busca a verdade no cristianismo é turbulento, conforme Moltmann: “Paz com Deus significa inimizade com o mundo, pois o aguilhão do futuro prometido arde implacavelmente na carne de todo presente não realizado” (MOLTMANN, 2005, p.37). Assim, o teólogo não ilude com fantasias utópicas, é esperançoso de mudanças, pois muito do que escreve é orientação para significativas mudanças, influenciando outras correntes teológicas cristãs, com o objetivo de ensinar e fazer ensinar a ressignificação da esperança na ressurreição de Cristo. Segundo Moltmann: “Qualquer ação é sementeira da esperança. Assim, também o amor e a obediência são sementeiras do futuro em direção à ressurreição. Na obediência dos que foram vivificados no Espírito está o caminho da vivificação do corpo mortal” (MOLTMANN, 2005, p. 268-269). Dessa maneira, retomamos a importância da revelação da palavra de Deus e de suas promessas junto ao papel da igreja como missionária, mas principalmente, a missão que cada ser humano, na realidade, liberdade e no amor de Deus, tem como cuidado, preservação e transmissão da palavra de Deus, dando significado em suas ações.
No sentido comum, missão é o ato de uma pessoa executar uma ordem ou um simples pedido de alguém. Como missão cristã se compreende o ato relacionado à ideologia, filosofia e teologia ligado aos princípios do cristianismo, em que Jesus é o grande missionário, o filho em missão da palavra de Deus, o mensageiro que faz reviver as promessas do Pai para todos os seus filhos. Segundo o CIC: “Jesus significa em hebraico, “Deus salva”. No momento da Anunciação, o anjo Gabriel lhe atribuiu, como nome próprio, o nome de Jesus, que exprime, ao mesmo tempo, sua identidade e sua missão” (CIC, 1993, p. 121-122).
As primeiras comunidades cristãs eram orientadas pela “Didaqué”, um pequeno livreto que instruía sobre a dogmática cristã. Foi escrito no primeiro século depois de Cristo, é o primeiro registro que reúne a partir de fontes orais e escritas a tradição das primeiras comunidades cristãs. Próximo aos evangelhos do Novo Testamento, a Didaqué é um livro de catequese que instrui para os caminhos de uma vida cristã. Assim, ela chama todos a compartilhar a missão de Cristo na formação das comunidades sob a instrução de um missionário. Conforme a Didaqué: “Meu filho, lembre-se dia e noite daquele que anuncia a palavra de Deus para você e honre-o como se fosse o próprio Senhor...” (DIDAQUÉ, 1989, p.13). O Novo Testamento é o registro da missão e amor de Nosso Senhor Jesus Cristo, aos fiéis, religiosos ou leigos, orienta e conduz aos caminhos do Messias e do messianismo, conforme o CIC: “A inciativa dos cristãos leigos é particularmente necessária quando se trata de descobrir, de inventar meios para impregnar as realidades sociais, políticas e econômicas com as exigências da doutrina e da vida cristãs” (CIC, 1993, p.258).
A missão cristã é uma reafirmação da vida em Cristo e por Cristo, enfrentando os problemas de nosso tempo e a partir destes buscando reafirmar-nos na promessa divina. Não podemos pensar o futuro do ser humano sem um engajamento, que nos faz chegar até nossos dias, por intermédio da fé. O Antigo Testamento refere-se a um único povo, porém, não há distinção entre gentios e judeus, quando a “Boa Nova” mensagem de Jesus, convida-nos a comunhão com Deus Pai, o chamado à missão torna-se universal. Conforme Moltmann: “O chamamento do evangelho se dirige a todos os seres humanos e lhes promete um futuro escatológico universal. Esse chamamento se faz “em público” e, por isso, deve também apresentar em público sua esperança no futuro do ser humano” (MOLTMANN, 2005, p.359).
A partir dessa definição, entendemos que o chamado é a missão e seu objetivo é o futuro. Assim como foi no passado, é no tempo presente. Deus chama o ser humano e este atende o chamado quando é despertada sua sensibilidade para a graça que é a vida, toda manifestação de vida. Sente-se, o ser humano, capaz e responsável por mudar as coisas que podem ser mudadas. Muitas vezes, a missão requer do missionário uma retomada de consciência do seu tempo, compreendendo as palavras de Deus para os problemas que envolvem a humanidade e seu destino. Segundo o documento do Concílio do Vaticano II (1962 – 1965), a “Unitatis Redintegratio” escreve: “Hoje, em muitas partes do mundo, mediante o sopro da graça do Espírito Santo, empreendem-se, pela oração, pela palavra e pela ação, muitas tentativas de aproximação daquela plenitude de unidade que Jesus Cristo quis” (UR n.04)
O ser humano se descobre vocacionado e, a partir daí, ele não é mais único, ele é parte de um todo e se sente seguro de suas ações, porque ele é um instrumento de Deus. Segundo a Bíblia: “Pois Deus não é injusto. Não pode esquecer a vossa conduta e o amor que manifestastes por seu nome, vós que servistes e ainda serves os santos.” (Hb 6,10). Conforme Moltmann:
O ser humano chega ao conhecimento de si mesmo descobrindo a discrepância entre a missão divina e seu próprio ser, experimentando quem ele é de fato e quem ele deve ser, mas não pode ser por si mesmo. Por isso, a resposta dada à pergunta do ser humano sobre si mesmo e sobre seu ser humano soa dessa maneira: “Eu estarei contigo”. Com isso, não se diz ao ser humano quem ele era e quem propriamente ele é, mas quem ele será, e pode ser, na história e no futuro para o qual o leva a missão (MOLTMANN, 2005, p.357-358).
O ser humano experimenta a confiança de Deus e, a partir dessa relação, toma para si ser missionário do seu futuro, um ser humano aberto às novas possibilidades enraizadas não mais a meras filosofias, mas à sua própria história de superação, fé e esperança. Do passado ao presente e para o futuro, o ser humano é convidado a ser e a orientar a humanidade, possibilitando torná-la o que não foi. Não é, mas pode vir a ser. Uma humanidade que possa compreender o verdadeiro sentido da religião, no que toca o ser humano sobre o próprio ser e no que diz respeito ao cuidado da casa comum que Deus cria para que haja harmonia, amor e vida. O Papa Francisco define a casa comum descrevendo-a como:
Todo o universo material é uma linguagem do amor de Deus, do seu carinho sem medida por nós. O solo, a água, as montanhas: tudo é carícia de Deus. A história da própria amizade com Deus desenrola-se sempre em um espaço geográfico que se torna um sinal muito pessoal, e cada um de nós guarda na memória lugares cuja lembrança nos faz muito bem (LS, 2015, p.68-69).
Diante desse convite tão especial, cabe ao ser humano comunicar-se com toda esta natureza que nos é doada na graça da vida, cabe ao ser humano administrar e preservar toda vida em conjunto com um mundo teologal: “A esperança é a virtude teologal pela qual desejamos como nossa felicidade o reino dos céus e a vida eterna, pondo nossa confiança nas promessas de Cristo...” (CIC, 1817, 1993, p.489). Em conjunto também com as necessidades de nosso tempo, em que a missão do ser humano seja o conhecer, compreender e agir por intermédio de sua missão, que é continuar a vida. O tempo presente é um resultado das ações humanas, sejam elas boas ou ruins. Escolhemos o mundo em que queremos viver e deixar para a prosperidade, convictos na revelação da “Economia Divina”, como promessa e cumprimento da vontade de Deus, pelos seus filhos.
O ser humano é resultado de conquistas positivas, mas que se fez por intermédio de muitas falhas. No mundo atual, o conceito de liberdade está ganhando cada vez mais espaço nos meios de comunicação. Porém, estamos vivendo em um mundo onde, mesmo com chances para nos unirmos em prol dos menos favorecidos, acabamos muitas vezes nos distanciando do outro, lançando-o à margem do convívio social.
Cultura do cancelamento, negacionismo, revanchismo promovidos pelos shows da realidade estão constantemente em alta, patrocinados por grandes marcas em canais aberto e particulares, em que não se poupam esforços para elevar a inferioridade, a mentira e o mais absoluto sentimento de indiferença. É um mundo de ressignificações, porém, oposto a tudo o que ele deveria ressignificar à vida do ser humano. A exclusão social, principalmente aos menos favorecidos, acaba criando um estado de fragilidade em toda estrutura social, tornando o mundo favorável a disseminação multifacetada da violência, negando qualquer possibilidade de esperança por um mundo melhor. Desta maneira, a missão cristã pode acabar esgotando-se na sua prática, tornando-se um processo reversível apenas a sua própria teoria.
Este artigo é uma reflexão a partir do pensamento de Jürgen Moltmann, uma ressignificação da própria missão de Jesus em nosso tempo e das promessas de Cristo para o futuro. Portanto, responde e coloca a necessidade da esperança junto à missão cristã nos tempos em que vivemos, pois a responsabilidade e missão do Ser Humano com relação ao futuro, é a vida em todas as suas formas e manifestações que deve ser mantida e preservada. Essas ressignificações acordam no ser humano a essência do cristianismo, que é acreditar, ter fé e depositar nela todas as nossas esperanças diante de nosso tempo e dos problemas que extrapolam o direito, a liberdade e a integridade do ser humano.
Dar sentido à vida repleta de dor e sofrimento que ainda assola o mundo em pleno século XXI, só pode ser por intermédio daqueles que outrora venceram os seus próprios desafios que, assim como Cristo - carregando no ombro o peso da cruz -, não abandonaram a sua missão porque nela acreditaram e assim enalteceram a atitude e a coragem dos que seguiram pelo mesmo caminho. Quando conhecemos a história de Moltmann, refletimos a partir dela tantas outras histórias que nos aproximam da força e persistência pela vida, por mais que as chances de sobrevivência sejam escassas, como aconteceu em um momento de sua existência. Moltmann em seus registros bibliográficos, sempre privilegia um espaço para alguma referência autobiográfica, o que nos leva a pensar o quanto Moltmann quer que sua experiência seja vivida em nome da esperança por ele estar vivo e, principalmente, pela fé em Deus que o faz viver. A sua missão é propagar a graça da vida, que ele não cansa de agradecer por ser protagonista, e sua história de vida e esperança são frutos da superação do caos da Segunda Guerra e do pós-guerra, onde a humilhação, o sofrimento e a dor foram enfrentados com as mesmas atitudes e coragem de Cristo e de tantos seres humanos que fizeram de suas vidas um exemplo para o caminhar da humanidade.
Reafirmar a esperança junto à missão cristã, segundo Moltmann, é reafirmar a nossa experiência com Deus, principalmente quando estamos passando por momentos difíceis. As religiões têm um papel preponderante na comunicação das revelações e promessas de Deus, delas a responsabilidade de influenciar a missão e o cumprimento da palavra divina. Precisamos de união com as diferentes formas de professar a fé em Cristo mediante o respeito, direito e a liberdade de ser humano, pois não há nenhum povo na história que escapou da estupidez e violência da verdade cega.
Se em Jesus buscamos o nosso alicerce, em tempos, onde o desequilíbrio parece cada vez mais veemente, é nele também que Moltmann se apoiou e se apoia resistindo e ressignificando a graça da vida, diante de tudo o que está ou possa estar morto, inspirando e orientando aos que ao teólogo dão ouvidos e o compreendem como missionário da esperança. Este faz-nos unir na verdade de Cristo, pois Deus recapitula a história e a salvação de seus filhos por intermédio de quem propaga a palavra, sem proselitismos ou fundamentalismos.
Moltmann escreve a sua principal obra em tempos de grandes mudanças históricas e sociais, como a abertura da Igreja Católica no Concílio Vaticano II, onde afirma-se a Igreja-Povo de Deus, e o surgimento das diferentes correntes teológicas, como a Teologia da Libertação, que foi influenciada dentre outras teologias a própria Teologia da Esperança.
Jürgen Moltmann sempre escreveu a partir do horizonte de Cristo ressuscitado, fazendo-nos entender que esse horizonte quando nos é alcançado é resultado do cumprimento da vontade de Deus, percorrendo os caminhos para o encontro do Cristo ressuscitado. O cristianismo não é mórbido ou está só para o seu tempo; ele é a voz do ser humano e de toda natureza que sofre, quando interpela a violência e exige dela uma resposta. Moltmann é a voz que faz ressignificar a revelação de Deus, escrevendo com a experiência que teve e tem em vida, o que é por si só, uma grande influência a quem lê e busca pelo verdadeiro significado da vida, que é o amor a ela junto a Deus.
Desde as primeiras comunidades cristãs, a confraternização e a partilha eram a forma e a maneira de sentir o amor realizado pela confiança e fé em Cristo, revivia-se a comunhão da última ceia, mas reviam-se também todas as passagens de Cristo na alegria dos encontros, na prosperidade e nos momentos, onde Cristo era e agia com coragem e integridade, pois ele sempre estava com o Pai. Somos e podemos reagir a tudo o que nos é indiferente ou que ainda nos diverge como seres humanos, ressignificar as coisas, dar nova vida a elas e apoiar-se na história e na vida de pessoas que mostram o quanto a fé pode superar qualquer obstáculo sem barganha ou escambo, pois nos é doada a vida de graça e pela graça de Deus.
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