A ternura: o grande projeto revolucionário

Autores

  • Luis Fretto Pontifícia Universidade Católica do Paraná
  • Waldir Souza Pontifícia Universidade Católica do Paraná http://orcid.org/0000-0002-4332-2822

DOI:

https://doi.org/10.23925/rct.i94.44490

Palavras-chave:

Violência, Barbárie, Ternura, Revolução, Ideologias

Resumo

Vive-se numa época em que a humanidade está habituada as notícias cruéis e desumanas, na qual prevalece a produção e o comércio de armas, gerando vários tipos de violências. Enfim, tornou-se um lugar onde impera a lei do mais forte, a barbárie, uma lei que distribui inumanidade, adequada ao molde dos egoísmos particulares. Em múltiplas faces ideológicas que prometem soluções rápidas, a violência se torna explícita numa sociedade frágil e totalmente vulnerável. Porém, se existe na sociedade o lado assustador da violência, também aparece a profunda solidariedade e cooperação que são continuamente destacadas no convívio social. Este artigo apresenta um elemento próprio ao ser humano, a ternura, que, a partir de sua conscientização, apresenta-se como solução harmoniosa e afetiva nas diferentes divergências referentes ao âmbito da convivência humana. Nessa perspectiva, propõe-se um projeto revolucionário, “que possa colocar as pessoas de novo no centro”, renovando a esperança de um futuro feliz, fruto da amabilidade, gentileza e civilidade. O objetivo deste artigo é expressar com clareza a relevância da “ternura” como elemento primordial de justiça, que sabe distinguir o bem do mal e que nos impulsiona, por meio da solidariedade, ao resgate da dignidade do outro atingido pela fragilidade humana. A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa bibliográfica. Analisou-se o sentimento da ternura a partir de um estudo antropológico, cujos conteúdos, somados a experiência da fé, lançam luzes sobre o valor teológico. Espera-se que a sociedade do terceiro milênio evidencie, no lugar de uma cultura da violência alimentada pelo egoísmo e a morte, uma cultura da ternura, de amor e de vida. Somente assim, sob a condição do reencontro com o sentido da ternura, poder-se-á inverter o triunfalismo das ideologias, do iluminismo, pelo sentido da hospitalidade, da valorização, da diferença, do respeito amoroso da natureza e do ambiente.

Biografia do Autor

Luis Fretto, Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Mestrando em teologia (PUCPR, 2017...). Especialista em Ensino de Filosofia e Sociologia (FACEL, 2013). Graduado em Teologia (PUCPR, 2017). Licenciado em Filosofia (CLARETIANO, 2012). Bolsista CAPES.

 

Waldir Souza, Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Professor no Bacharelado em Teologia da PUCPR das disciplinas Teologia Fundamental, Antropologia Teológica e Teologia Moral. Professor no PPG em Teologia da PUCPR da disciplina de Tópicos de Teologia e Bioética. Membro do Grupo de Pesquisa Teologia e Bioética e da Linha de Pesquisa Teologia e Sociedade. Projetos de Pesquisa: 1.Bioética, ciência e espiritualidade; 2. Bioética e Teologia e suas interconexões com as questões sociais; 3. A Ética nas Biotecnologias. Múltiplas perspectivas. Professor no PPG em Bioética da PUCPR da disciplina Tópicos de Bioética e os cuidados no final da vida. Linha de Pesquisa Bioética Clínica e Humanização; Fundamentos da Bioética. Membro do Comitê de Ética e Pesquisa no Uso de Animais (CEUAs) da PUCPR.

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Publicado

2019-12-24

Edição

Seção

Artigos