O simbolismo em Romano Guardini

Autores

  • Felipe Sérgio Koller Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
  • Marcio Luiz Fernandes Pontifícia Universidade Católica do Parana https://orcid.org/0000-0002-0944-1676

DOI:

https://doi.org/10.23925/rct.i96.50321

Palavras-chave:

Símbolo. Romano Guardini. Teologia da liturgia. Teoria do conhecimento. Fenomenologia da experiência religiosa

Resumo

O artigo, metodologicamente pautado numa análise bibliográfica, apresenta como o filósofo e teólogo Romano Guardini (1885-1968) compreendeu a noção de símbolo. Para tanto, percorre os textos “O espírito da liturgia”, “Os sentidos e o conhecimento religioso” e “O fim dos tempos modernos”. Autor de uma obra ao mesmo tempo vasta e permeada de uma profunda unidade, Guardini trabalhou no horizonte de uma fenomenologia simbólica atenta à dimensão intersubjetiva do conhecimento, oferecendo uma visão que recusa o dualismo e apontando o caminho da percepção do espiritual sempre e apenas através do material. Com isso, o simbólico emerge como um traço que caracteriza um novo momento para o ser humano, com a falência da modernidade. A contribuição de Guardini sobre o tema abre perspectivas para os campos da fenomenologia da experiência religiosa, da teologia fundamental e da teologia da liturgia, bem como dialoga com a antropologia, a arte, a educação e a ecologia.

Biografia do Autor

Felipe Sérgio Koller, Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

Mestre em Teologia pela PUCPR. Doutorando em Teologia, na area de Concentração Ético-social, do Programa de Pós-Graduação em Teologia da Pontificia Universidade Católica do Paraná.

Marcio Luiz Fernandes, Pontifícia Universidade Católica do Parana

Doutor em Psicologia pela USP e Professor Adjunto do Programa de Pós-Graduação em Teologia da PUCPR;  do Studium Theologicum de Curitiba. Membro do Grupo de Pesquisa Tempo, Memória e Pertencimento do IEA.

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Publicado

2020-10-12

Edição

Seção

Artigos