Gafanhotos na Bíblia Hebraica

Suas dimensões socioambientais e teológicas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/rct.i105.61571

Palavras-chave:

Gafanhoto, Bíblia e ecologia, leitura verde

Resumo

A literatura bíblica, além de refletir sobre Deus e o ser humano, pensa detidamente nos seres não humanos, isto é, o ar, a água, o solo, o calor, os vegetais e os animais. Ora admira a beleza desses seres e o funcionamento do ecossistema, ora contempla aquelas forças no meio da natureza que, às vezes, ameaçam o ser humano em sua sobrevivência. Vislumbra-se o quanto um propósito específico acompanha a existência de cada ser. Assim, a natureza, compreendida como criação divina, torna-se palavra de Deus. Ou seja, os seres abióticos, a flora e a fauna permitem experiências e ganham conotações simbólicas que aproximam o ser humano ao mistério da vida e, com isso, à esperança de que Deus irá salvar sua criação. Nesta investigação, visa-se ao inseto vulgarmente chamado de gafanhoto. O que a Bíblia Hebraica, ao mencioná-lo cinquenta e cinco vezes, traz de reflexão socioambiental e teológica para seus ouvintes-leitores?

Biografia do Autor

Matthias Grenzer, PUC-SP

Doutor em Teologia pela Faculdade de Teologia e Filosofia St. Georgen em Frankfurt, Alemanha. Professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP). Contato: mgrenzer@pucsp.br.

Leonardo Agostini Fernandes, PUC-Rio

Doutor em Teologia pela Pontofícia Universidade Gregoriana – IT. Professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUCRJ). Contato: laf2007@pucrio.br

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Publicado

2023-09-16