A inter e transdisciplinaridade em Francisco: filosofia, poesia e teologia


Editorial


A riqueza  do  Magistério  do  Papa  Francisco  provoca  os  seres  humanos  para  a  adoção  de  um  novo  estilo  de  viver.  Para  tanto,  ele  se  pauta  numa  base  epistemológica  Inter e transdisciplinar, cujas raízes estão fincadas nos veios filosóficos, poéticos e teológicos. Tudo isso em vista da construção de um novo humanismo cristão qualificado. Neste desafio está presente um sinuoso processo de formação humana integral a que somos desafiados a forjar. Busca-se  com  esse  Dossiê  apresentar  e  contemplar,  desde  o  ponto  de  vista  epistemológico,  considerando os vieses da Filosofia, Poesia e Teologia, que o pensamento  do  Papa Francisco  é  constituído  por  um  autêntico método teológico que se configura por um diálogo sempre aberto e sem reservas. Recentemente,  Francisco  nos  brindou  com  uma  Carta Apostólica, na forma de Motu Proprio, a theologian promovendam. Nesta, o Papa chama-nos a atenção para não nos esquecemos que a Teologia deve ser capaz de Interpretar o Evangelho no terreno comum da nossa existência  à  luz  da  Encarnação  do  Verbo  Eterno,  que  tanto nos ensinou sobre este novo jeito de viver evidenciado em Jesus de Nazaré. Para Francisco, “a Teologia está chamada a Interpretar profeticamente o presente e a vislumbrar novos itinerários para o futuro, à luz da Revelação” (1). Num contexto de Inter e transdisciplinaridade, a reflexão teológica deve abrir espaço para um “repensar epistemológico e metodológico, uma vez que está chamada a ‘uma corajosa revolução cultural’” (4). Como a inteligência da fé, a Teologia deve servir ao objeto principal da Igreja, a salvação de todos, à fraternidade universal. Nesse sentido, para Francisco, a Teologia deve “envolver-se em uma cultura do diálogo e do encontro entre as diversas tradições”(4), pois é sua tarefa “descobrir ‘a marca trinitária que faz do cosmos em que vivemos uma teia de relações” (4). E, no quadro de uma autêntica ecologia dos saberes, é fundamental “que haja lugares, incluindo instituições, para viver e experimentar a colegialidade e a fraternidade teológica”. A Teologia deve desenvolver um método indutivo, partindo da realidade e atenta aos “sinais dos tempos”, discernindo-os à luz do caráter agápico da Revelação de Deus em seu Filho Jesus Cristo (8). Sendo assim, a Inter e a transdisciplinaridade favorecem uma melhor compreensão do objeto de estudo da Teologia. Segundo Francisco, a Teologia dever “fazer uso de novas categorias desenvolvidas por outras formas de conhecimento, a fim de penetrar e comunicar as verdades da fé e transmitir o ensinamento de Jesus nas linguagens de hoje, com originalidade e consciência crítica (5); deve ainda, envolver-se num diálogo profícuo e dinâmico “dentro da comunidade eclesial e na consciência da dimensão sinodal e de comunhão essencial do fazer Teologia” (5), pois uma Igreja sinodal, missionária em ‘saída’ só pode corresponder a uma Teologia em saída” (3). Nesse sentido, para Francisco, “a renovada missão da Teologia se pauta na atenção constante “ao caráter científico da reflexão teológica, ao diálogo transdisciplinar com outros saberes científicos, filosóficos, humanísticos e artísticos, com crentes e não crentes” (9). Daí a importância de se criar “uma comunidade acadêmica de partilha da fé e do estudo, que tece uma rede de relações com outras instituições de formação, educativas e culturais, e que saiba penetrar, com originalidade e espírito de imaginação, nos lugares existenciais de elaboração de conhecimentos, profissões e comunidades cristãs (9). Por isso, a Teologia deve assumir a sua feição corporal de Teologia do povo, deve redescobrir sua importância de ser um selo pastoral, colocando-se a serviço da evangelização (8).  Se  a  Inter  e  transdisciplinaridade  em  Francisco  Interpela-nos  para  uma Teologia do povo, é mister recordar que, para o Papa que veio do fim do mundo, como se encontra na Gaudium et spes, “é dever de todo o povo de Deus e, sobretudo, dos pastores e teólogos, com a ajuda do Espírito Santo, saber ouvir, discernir e Interpretar as várias linguagens do nosso tempo, e julgá-las à luz da palavra de Deus” (Gaudium et spes, 4). Os documentos e discursos do Papa Francisco testemunham sua preocupação com as feridas expostas da humanidade, pois para ele, como o pensar teológico tem implicações pastorais, e o “o encontro entre a Doutrina e a pastoral não é opcional, é constitutivo de uma Teologia que se compreende eclesial”. A Teologia bergogliana, de fato, é indutiva, pois a sua reflexão tem como ponto de partida questionamentos que nascem da realidade concreta e histórica, lendo nelas os sinais dos tempos.  O Dossiê se propõe a apresentar, em linhas gerais, a Inter e transdisciplinaridade em Francisco. A partir dos quatro artigos Interdisciplinares descortina-se uma Teologia mais Interessada na ação pastoral do que na especulação. O primeiro artigo Francisco  e  Lutero:  dois  filhos  da  revolução,  apresentado por Walece Alexsander Alves Cruz, descreve que, ao escolher o nome Francisco, Jorge Mário Bergoglio enunciava seu programa de pontificado. Para o autor, Francisco é um projeto de Igreja, uma forma de pensar a existencialidade cristã. Carrega o espírito profético que denuncia as estruturas injustas no interior da Igreja e da sociedade. Intenciona erradicar as tensões que fragmentam a solidariedade humana e milita pela esperança (ou utopia) de uma sociedade onde sejamos todos irmãos. Martinho Lutero situa-se entre as personagens mais revolucionárias da história. Não é acaso sua alcunha de “protestante”. Para o reformador alemão, é intrínseco ao espírito cristão a contestação contra toda as estruturas injustas da sociedade. O artigo se debruça sobre um aspecto fulcral do pontificado de Francisco, seu profetismo. Nesse sentido, objetiva evidenciar o profetismo de Lutero e Francisco e apontar como a tradição católica e protestante se encontram no devir profético que deve mover os cristãos. Na sequência, Fernando Oliveira Amorim e Gustavo Barijan, em As  justiças  socioambiental  e  restaurativa  no  pensamento  de  Francisco:  a  terra como sujeito de dignidade e de direitos, ressaltam que o Papa Francisco vem exortando a comunidade humana sobre a intensificação do processo de degradação socioambiental que atinge todas as criaturas do planeta. Francisco alerta para o fato de que a humanidade pode estar diante de um limiar irreversível de degradação  ambiental.  Esta  pode  ser  a  última  oportunidade  que  a  humanidade  tem para salvaguardar o planeta a partir de uma ação conjunta, afirma Francisco. Os autores, oriundos da Arquitetura Urbanística e do Direito, observam que na Carta EncíclicaLaudato si’, Francisco exorta a comunidade humana a um cuidado urgente para com a casa comum a partir de um repensar dos modelos de desenvolvimento  socioeconômico.  Na  Carta  Encíclica  Fratelli  tutti,  reforça a urgência em se viver a fraternidade como instrumento de diálogo e de consequente transformação, pois acredita que será possível salvar a humanidade de uma catástrofe ambiental, senos preocuparmos com a casa comum e com todos as criaturas que nela habitam. Mas este processo de mudança de paradigma exige um diálogo profundo com práticas concretas. Neste contexto, por ocasião da realização da COP28, apresenta sua Exortação Apostólica Laudate Deum. Nela, exorta a humanidade a um agir contínuo e consciente em prol do bem comum, sob a ótica da responsabilidade de proteger toda a criação como um dom sagrado. Para tanto, se faz necessário um pensar que leve em consideração a justiça restaurativa dialogando com a justiça socioambiental. O terceiro artigo, Entre a oposição e a comunhão com o Papa Francisco. Os  caminhos  eclesiais  na  concepção  de  uma  identidade  extrovertida,  de  Marchini Lancieri Welder e Wagner Lopes Sanches, ressalta que as frequentes reações ao papado de Francisco se embasam, sobretudo, em uma eclesiologia tradicionalista, na qual as referências identitárias estão fundamentadas na pertença institucional mais do que na adesão ao Evangelho. O artigo dos cientistas da religião busca entender as opções eclesiológicas do Papa Francisco, na perspectiva da ‘Igreja em saída’, do diálogo da comunidade eclesial com a realidade na qual está inserida e na busca de uma identidade extrovertida. Assumindo a revisão bibliográfica acerca do conceito de identidade, torna-se possível a compreensão de diferentes perspectivas identitárias. Enquanto os críticos do magistério de Francisco assumem perspectivas introvertidas, o Papa propõe uma Igreja que constrói sua identidade nas relações que estabelece com todos os “membros da grande família humana”. Por fim, o último artigo intitulado Laudate Deum: Um novo jeito de ensinar em tempos de crise global, de João Décio, teólogo e cientista da religião, assevera que a sua reflexão visa recepcionar a Exortação Apostólica Laudate Deume interrogar sobre seus significados histórico e metodológico. O inesperado documento social justifica-se como especificação e atualização da Encíclica Laudato si, de 2015, portanto, ainda recente, em termos de magistério social. A reflexão quer afirmar a originalidade metodológica da Exortação, como aplicação pronta e ágil da metodologia dos sinais  dos  tempos  lançada  pelo  Vaticano  II,  em  sintonia com as mudanças rápidas dos tempos atuais com suas urgências e apelos ecológicos, sociais e políticos. O documento aplica de modo exemplar o que define a Doutrinas Social da Igreja como critérios de discernimento e diretrizes de ação. A chegada inusitada da Exortação está vinculada à urgência ecológica da realidade planetária e à falência política das soluções bem como ao modo franciscano de se posicionar perante a realidade: esta, sempre superior à ideia.A Seção Livre da presente Edição traz os seguintes artigos, autores e suas respectivas propostas:Aspectos  e  tendências  da  Teologia  Prática  no  contexto  Brasileiro  e Latino-americano, de autoria de Dionata Rodrigues de Oliveira, apresenta uma abordagem (histórica, sociológica, filosófica, antropológica?) sobre o desenvolvimento da Teologia Prática no contexto de Brasil e da América Latina. Há consciência da dificuldade de construir tal relato, pela amplitude e complexidade dessa realidade, e a própria imprecisão do entendimento da área, inclusive o conceitual. Reconhece-se, porém, a necessidade da reflexão e do debate sobre esta importante área da Teologia para o contexto em questão. O artigo é composto por quatro partes: a) Apresentação de elementos contextuais relevantes para a Teologia Prática no contexto latino-americano. b) discorre-se sobre o permanente desafio de conceituar a Teologia Prática como disciplina teológica. c) Apresenta-se alguns dos desenvolvimentos relevantes da disciplina. d) Aponta desafios atuais e futuros para a Teologia Prática nessa realidade. Juventude, subjetividade e o futuro da Igreja, de autoria de René Dentz, tem por objetivo refletir que, desde a Conferência de Aparecida, há uma indicação da necessidade da Igreja se conectar com temas antropológicos contemporâneos, sobretudo no que tange à subjetividade e suas demandas. A pandemia do Covid19, ao contrário, intensificou tendências narcisistas. Mergulhada na cultura do ressentimento, a nossa subjetividade se mostrou demasiadamente individualista, não permitindo abertura ao outro, com o qual constantemente rivaliza. Ou seja, não é possível pedir ajuda, fazer um apelo. É uma atitude não muito aplaudida, pois revela uma “fraqueza”, uma dimensão vulnerável. A subjetividade contemporânea não consegue transformar dor em sofrimento, pois há pouca possibilidade de diálogo e interlocução. Dessa maneira, o sujeito é jogado em um abismo, não encontra sentido. Seu corpo, então, se apega a sentidos imediatos, espaciais, fora das temporalidades que nos permitem vivenciar alteridades e nossa própria humanidade. Como se situa a juventude nesse contexto? Como podemos pensar a relação entre os jovens e o futuro da Igreja?A cremação diante da crença cristã na ressurreição do corpo, de autoria de Renato Alves de Oliveira, tem por objetivo abordar a prática da cremação, que consiste na queima do corpo, reduzindo-o a cinzas, diante da profissão de fé na ressurreição do corpo. Um corpo reduzido a condição de cinzas pode ressuscitar? A cremação é contrária à fé na ressurreição do corpo? O artigo apresenta o desenvolvimento histórico da prática e dos métodos da cremação, os diversos argumentos favoráveis à cremação, na atualidade, e a evolução da posição da Igreja Católica diante de tal prática. Também demonstra os aspectos teológicos do corpo e expõe os fundamentos da crença cristã na ressurreição do corpo. Por fim, o artigo confronta a prática da cremação com a crença da ressurreição do corpo. A metodologia usada no texto é bibliográfica em diálogo com antropólogos, arqueólogos, filósofos e teólogos que tratam do tema em questão. A fragmentação do pensamento e o sucesso da “evangelização” nas redes sociais: contribuições da Teologia narrativa para o fenômeno do religioso nas redes sociais, de autoria de Alzirinha Alves de Oliveira, constata que é um fato inegável que as novas tecnologias de comunicação impactam diretamente os processos de comunicação. Notadamente, com o advento da comunicação por imagens digitais, o fenômeno dos Influenciadores Digitais (IDs) se consolidou numa grande pluralidade de temas, entre os quais os  religiosos. Nessa esteira, com a pretensão de realizar um processo de Evangelização, identificam-se os Influenciadores Digitais de Inspiração Católica (IdCat’s). À luz dessa dinâmica, a autora propõe neste artigo a reflexão teológica que tem por objetivo ampliar a compreensão da dinâmica de atuação nas redes sociais e a levantar elementos e questões acerca da consolidação ou não do processo de Evangelização neste ambiente, tomando em consideração os elementos metodológicos e hermenêuticos da Teologia Narrativa.Charles Fox Parham. Sua confusa e heterodoxa escatologia, de Magno Paganelli, apresenta o pensamento escatológico de Charles Fox Parham, a partir de sua obra Uma Voz Clamando no Deserto, publicada no Brasil. A leitura da referida obra nos levou a elencar os diferentes pontos doutrinários que estampam o seu pensamento e demonstram, indelevelmente, quão distante ele está do modo como a escatologia de caráter pentecostal, conforme é notória nas diferentes denominações que professam o pentecostalismo se definem, posicionam e defendem. Diante disso, o presente artigo elencou os pontos conforme surgem na obra apontada e procura deixar claros quais são os pontos de divergência e oposição ao consenso escatológico pentecostal, digamos, majoritário. Concluiu-se que o pensamento de Charles Parham apresentado no referido texto é de caráter heterodoxo, ou mesmo herético, nos pontos que trata.O temor a Deus: libertação em religações em tempos de libertinagem, de  autoria  de  Milagros  Elena  Rodrígues,  analisa  que,  em  tempos  de  ataques  à  natureza da vida, e apostasia, de completa devassidão na humanidade, em colonialidade global, o temor de Deus é urgente como escudo de proteção e salvação no fim dos tempos. A partir de uma hermenêutica ecosófica e diatópica abrangente, um transmétodo que promove a análise nas Sagradas Escrituras, cumpre-se o objetivo de sustentar o temor de Deus como libertação nas religações em tempos de libertinagem. A Revelação cristã como manifestação da Trindade, de autoria de Tiago de Fraga Gomes, tem como pressuposto epistemológico a Revelação cristã, seu conteúdo e sua dinâmica histórico-salvífica. A Revelação, ou Palavra de Deus à humanidade, é a primeira realidade cristã: o fato primordial, o Mistério primário, a primeira categoria propriamente teológica. A Revelação é uma ação trinitária; é manifestação do Pai e do Filho e do Espírito Santo. A fecundidade espiritual  da  Trindade  expande-se  no  Verbo  que  é  proferido  e  no  Espírito  que  é expirado. O eterno adentra a história. O Pai, pela ação conjunta do Verbo e do Espírito, se revela à humanidade, atraindo-a a si. O próprio Amor (1Jo 4,8) motiva o encontro de autodoação recíproca e a dinâmica de expressão e resposta entre Deus e a humanidade. Tendo em vista que o Mistério imanente de Deus se  revela  na  Economia  temporal,  a  presente  pesquisa  percorrerá  o  itinerário  da ação trinitária nos lugares de sua manifestação na Criação, na História, na Encarnação e na Igreja.A Esperança junto à missão cristã: segundo Jürgen Moltmann, de autoria de Waldir Souza, ressalta que o significado do termo “esperança” junto a “missão cristã” se complementa no elo da fé entre o ser humano e Deus. Para o autor, a obra “Teologia da Esperança”, do teólogo alemão Jürgen Moltmann, é importante para que esta ressignificação dos termos “esperança” e “missão cris-tã” seja compreendido em um mundo de constantes conflitos políticos, religiosos e sociais. Assim, cabe a pergunta: qual a necessidade de a esperança junto à missão cristã nos tempos em que vivemos? Em uma breve descrição sobre a vida e a obra de Jürgen Moltmann, situamos como o teólogo contribuiu com uma vasta bibliografia no campo da Teologia Social e Sistemática. Moltmann é referência para estudos acadêmicos na área de educação e humanidades bem como para assuntos que estão intrinsecamente ligados às questões atuais, dentre eles, crises socioambientais. Em vista disso, foi utilizado analiticamente o método dedutivo em uma pesquisa qualitativa correspondente ao referencial bibliográfico. O caminhar teológico de Moltmann convida-nos e sugere-nos ressignificações da palavra amor, missão cristã, esperança e fé em Deus, para que possamos enfrentar tudo o que possa ir contra a liberdade e o direito à toda graça que nos permite viver e esperançar-nos de um futuro mais digno e justo em busca do equilíbrio humano e espiritual.Encerra-se a Seção Livre com o artigo As menções ao ‘livro da vida’ na  Bíblia, de autoria de Kevin Vinicius Felix Oliveira, em que os autores ressaltam que a Bíblia cita outros livros, dentre eles o “Livro da Vida”, uma de suas menções recebe papel considerável no livro do Apocalipse (Ap 21:27). O artigo tem por objetivo recapitular os principais textos da Bíblia que mencionam tal livro, observando-se possíveis apontamentos contextuais sobre sua natureza, significado e funções teológicas.Por fim, Irineu Claudino Sales apresenta-nos nesta edição, uma recensão da obra “Obstáculos à sinodalidade: entre a preservação e a renovação”, do autor brasileiro João Décio Passos, publicado pela Edições Paulinas, 2023, na Coleção Igreja em saída.

Boa leitura para todos (as).

Prof. José Aguiar Nobre
Prof. Donizete José Xavier
Organizadores do Dossiê

Referências

FRANCISCO, Papa. Lettera Apostolica in forma di Motu Proprio del Sommo Pontefice. As theologian  promovendam. Disponível em: https://www.vatican.va/content/francesco/it/motu_proprio/documents/20231101-motu-proprio-ad--theologiam-promovendam.html. Acesso 19/12/2023.CONCÍLIO VATICANO II. Gaudium et Spes, 4. In: VIER; KLOPPENBURG (eds.). Compêndio etc. 22ª ed. Petrópolis, 1987, p. 145.