A análise de textos conexos nas escrituras cristãs
DOI:
https://doi.org/10.23925/rct.i34.70871Resumo
Na Bíblia, livro rico em nuances literárias, nota-se uma vasta gama de recursos utilizados pelos escritores para construir e apresentar seus textos. Um exemplo claro é o uso de menções diretas, como em Atos 2:16-17, onde é citado textualmente o profeta Joel (2:28-29). Além disso, o escritor bíblico recorre a menções indiretas, como em Hebreus 11, que constrói uma rica combinação a partir de várias passagens anteriores, demonstrando a habilidade em estabelecer conexões entre diferentes partes da Escritura. Atualmente, diversos estudos têm sido publicados com o objetivo de mapear e sistematizar esses recursos, propondo-se os qualificar como citação, alusão e eco. No entanto, as classificações e interpretações dessas ocorrências são variadas e, por vezes, divergentes. Nesse contexto, surge a questão: há, no texto bíblico, evidências teológicas que atestam a ocorrência de todos esses recursos? Esta pesquisa busca refletir sobre o tema, revisitando o debate atual sobre as possíveis indicações de citações, alusões e ecos. O estudo será conduzido com base no método de interpretação gramático-histórico-canônico, em conjunto com o método de pesquisa de revisão bibliográfica. Esforços serão feitos para (1) recapitular as propostas de definição da intratextualidade bíblica e seu contraste em relação às propostas mais recentes de intertextualidade da Bíblia, evidenciando a importância dessa diferenciação para a sua interpretação; (2) descrever as principais propostas de abordagens para o estudo de textos paralelos, explorando suas possíveis caracterizações teológicas; e (3) revisitar as principais propostas de catalogação das ocorrências destacáveis de textos paralelos nas Escrituras.
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