Sensus fidei, sinais dos tempos, sinodalidade
mediações do método sinodal
DOI:
https://doi.org/10.23925/rct.i34.72862Palavras-chave:
Sensus fidei, Sinais dos tempos, Sinodalidade, Epistemologia eclesial, Método sinodalResumo
O artigo investiga como a Igreja pode reconhecer a verdade da fé no tempo presente a partir de um discernimento comunitário que articula tradição, escuta histórica e participação eclesial. Propõe-se uma abordagem teológico-metodológica centrada na tríade sensus fidei, sinais dos tempos e sinodalidade, compreendendo essas categorias como mediações espirituais e operativas do agir eclesial. O objetivo do artigo é explicitar as mediações do método sinodal, visando à inclusão de todo o povo de Deus no discernimento e na missão da Igreja, em vista de uma Igreja plenamente sinodal. A reflexão apoia-se em documentos magisteriais recentes, na tradição do Vaticano II, no documento O sensus fidei na vida da Igreja (2014), e dialoga com categorias filosóficas como a dialética hegeliana (Volksgeist e Zeitgeist) e os princípios metodológicos da Evangelii Gaudium. A estrutura do artigo compreende três eixos: o sensus fidei como critério espiritual e epistêmico, os sinais dos tempos como mediação histórico-pastoral e a sinodalidade como método de participação e missão. A conclusão articula esses elementos com quatro núcleos interpretativos, sustentando que a sinodalidade é hoje o caminho privilegiado para o discernimento da fé, configurando uma epistemologia eclesial encarnada, dialogal e orientada pelo Espírito.
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