Revista de Cultura Teológica https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo <p>A Revista de Cultura Teológica, do Programa de Estudos Pós Graduados em Teologia da PUC/SP, com mais de 20 anos de existência, é um veículo importante de difusão da pesquisa acadêmica na área de Teologia, mas também de Filosofia, destinada a professores e alunos de Teologia e a todos que se interessam por temas teológicos, que a partir deste ano, passa a ter um novo formato, com duas publicações anuais, passando de trimestral para semestral, com a implantação de melhorias necessárias para um Periódico Científico em sua versão eletrônica no Portal de Periódicos da PUC/SP.</p> <p>Qualis A3 pela Capes</p> <p>Prefixo DOI: 10.23925</p> pt-BR Os autores concedem à revista todos os direitos autorais referentes aos trabalhos publicados. Os conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores. culturatelogica@gmail.com (Donizete José Xavier) portalrevistas@pucsp.br (Biblioteca PUC-SP) sáb, 18 mai 2024 09:24:06 -0300 OJS 3.2.1.3 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 Editorial: Crer Apesar de... https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/view/66744 Donizete José Xavier, Glaucio Alberto Faria de Souza Copyright (c) 2024 Revista de Cultura Teológica https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/view/66744 sáb, 18 mai 2024 00:00:00 -0300 Expediente https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/view/66751 Donizete José Xavier Copyright (c) 2024 Revista de Cultura Teológica https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/view/66751 sáb, 18 mai 2024 00:00:00 -0300 Compreender o Universo como Tarefa da Teologia https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/view/66334 <p>A leitura tomista habitual da relação entre as ciências naturais e a teologia fala da integridade e autonomia da natureza e da sua ciência através da distinção entre causalidade primária e secundária. Aqui a reflexão teológica não é diretamente afetada pelas diferentes teorias científicas sobre o início e o fim do universo, conforme notoriamente exposto pelo Abade Lemaître. Tentarei expor alguns esforços de se ir além da distinção tomista, abordando a questão do fim do universo (a questão temporal) e sua finalidade (a questão teológica e moral), propostas coerentistas de cientistas-teólogos recentes, destacando algumas dificuldades em suas posições. Em seguida, passaremos a considerações epistemológicas sobre explicação, interpretação e compreensão nas ciências naturais e humanas, destacando a teologia como ciência da fé vivida. A vivência de base é o estupor diante da imensidão do universo, o enigma de um Deus que ali se esconde e se revela. Esta experiência só pode terminar numa doxologia.</p> Eduardo Rodrigues da Cruz Copyright (c) 2024 Revista de Cultura Teológica https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/view/66334 sáb, 18 mai 2024 00:00:00 -0300 O estudo crítico da história do protestantismo nas Ciências da Religião https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/view/66031 <p>A presença pública das igrejas evangélicas tem despertado interesse acadêmico acerca de suas relações sociais atuais e de suas origens históricas no Brasil. Por meio de uma revisão bibliográfica, o presente artigo objetiva refletir sobre as Ciências da Religião área de investigação crítica dos cristianismos; interrogar as interfaces interdisciplinares das Ciências da Religião no estudo dos protestantismos; problematizar a abordagem de figuras representativas do protestantismo como caminho para a análise de seus contextos; e finalmente, refletir sobre o lugar do dado teológico no interior dos estudos de religião. Para tanto, a trajetória de Richard Shaull (1919-2002), missionário estadunidense, é elegida como caminho de pesquisa que permite o acesso às questões próprias do Brasil das décadas de 1950 e 1960 em suas dimensões histórica, política, social, religiosa e teológica. Como resultado, compreende-se que uma leitura atenta sobre Shaull demonstra a multiplicidade de relações de um sujeito histórico e abre caminhos complementares de investigação que ajudam a pensar o dado religioso em sua complexidade e em recortes temporais específicos, a saber, por meio de Shaull, torna-se possível investigar as relações entre o protestantismo estadunidense e o brasileiro; o desenvolvimento do movimento ecumênico e dos movimentos estudantis e de jovens; a consolidação da responsabilidade social das igrejas no seio do protestantismo ecumênico brasileiro; a história de teologias públicas desenvolvidas em contexto latino-americano, como a Teologia da Revolução; o engajamento social de atores protestantes e sua conexão com as lutas próprias do período; as tensões institucionais e teológicas entre setores antagônicos dentro do protestantismo brasileiro.</p> Jefferson Zeferino Copyright (c) 2024 Revista de Cultura Teológica https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/view/66031 sáb, 18 mai 2024 00:00:00 -0300 Do Kerygma Cristológico enquanto Tradição Histórica e Kerygma Pneumático entre Karl Barth e Rudolf Bultmann https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/view/65881 <p>Constituindo-se o objeto ou conteúdo da pregação neotestamentária, a salvação é disponibilizada pelo <em>kerygma</em> enquanto proclamação do Evangelho que encerra o ato salvífico de Deus e implica uma exortação à conversão que tem como fundamento a pessoa e a obra de Jesus como Cristo e Senhor e Filho de Deus e os fatos soteriológicos da sua morte e ressurreição. Dessa forma, o Prof. Luiz Carlos Mariano Da Rosa, diante da questão envolvendo a primazia seja da tradição histórico-cristológica, seja da prédica pneumático-cristológica, assinala que a pregação converge para a comunicação kerygmática enquanto anúncio público em relação a promessa e as reivindicações do evento salvífico, convergindo para uma tradição que testemunha processos salvíficos a partir da fé, constituindo o Evangelho tradição pneumático-kerygmática. Assim, o artigo se detém no <em>kerygma</em> cristológico como acontecimento que encerra Deus como <em>loquitur</em> em Barth, que consiste em um anúncio envolvendo um acontecimento por se realizar (<em>Ankündigung</em>) em um processo que pressupõe que Deus fala através de uma relação que atribui ao humano a função de anunciar (<em>Ankündigen</em>) tal situação. Sobrepondo-se ao sentido que encerra o <em>kerygma</em> de Jesus como o Messias enquanto conteúdo que se impõe à tradição veterotestamentária sob a acepção de um valor ético-religioso e literário-teológico adicional, a proclamação, de acordo com Bultmann, constitui a mensagem primária e básica que imprime o seu caráter seja em relação à tradição antiga seja no que tange à pregação de Jesus em um processo que mantém todo o passado sob outro princípio interpretativo. Dessa forma, sobrepondo-se aos fenômenos históricos e a sua mera descrição, Bultmann elabora uma construção teológico-filosófica que através do recurso ao pensamento científico e a instauração de uma interpretação existencial encerra a pretensão de assinalar o verdadeiro sentido da mensagem, convergindo para as fronteiras que expõem a situação atual do ser humano e a necessidade de fé enquanto decisão e obediência.</p> Luiz Carlos Mariano Da Rosa Copyright (c) 2024 Revista de Cultura Teológica https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/view/65881 sáb, 18 mai 2024 00:00:00 -0300 Maria e a dignidade humana https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/view/65985 <p>O patrimônio teológico, antropológico e espiritual que a Patrística oferece sobre Maria, mãe de Jesus, é riquíssimo. A antropologia, enquanto ciência que investiga as origens e características dos seres humanos, direciona também a teologia na perspectiva da compreensão do fundamento da dignidade humana que é inerente à vida cristã.&nbsp;&nbsp; A antropologia teológica elaborada por Agostinho de Hipona sobre Maria encontra-se relacionada com a elaboração dos dogmas cristológicos e trinitários e de seu pensamento sobre a Igreja. O presente trabalho tem por objetivo mostrar como Agostinho utiliza o termo pessoa e dignidade humana, a partir da figura de Maria e sua relação tipológica com a Igreja, dando enfoque ao plano de Salvação em Cristo pela Trindade. Ao longo de suas obras, Agostinho elenca algumas atribuições à Igreja associando-as diversas vezes com a Mãe do Senhor, testemunhando, assim, um pensamento profundamente cristocêntrico e tanto uma mariologia eclesiológica como uma eclesiologia mariológica. Agostinho ressalta a excepcional dignidade de Maria, a única a ser ao mesmo tempo virgem e mãe, não somente pelo espírito, mas também em seu corpo.</p> Frei Susin, Luísa de Lucas Copyright (c) 2024 Revista de Cultura Teológica https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/view/65985 sáb, 18 mai 2024 00:00:00 -0300 A Experiência religiosa de Santa Teresinha e a apropriação dos elementos do cotidiano para a expressão do inefável https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/view/65272 <p>Santa Teresinha do Menino Jesus foi uma religiosa carmelita que viveu no contexto da França do final do século XIX. Após uma infância conturbada, ingressa aos 15 anos na Ordem das Carmelitas Descalças, onde permanece até os 24 anos, quando falece vitimada por uma grave pneumonia. Em tão pouco tempo, Teresa de Lisieux alcançou o matrimônio espiritual, o prestígio de uma das santas mais populares de todo o mundo e a coroa de Doutora da Igreja, enquanto perita da <em>Scientia Divini Amoris. </em>Escreveu três manuscritos autobiográficos que, após compilados, ficaram conhecidos como <em>História de uma Alma</em>. Nestas páginas encontra-se a profunda espiritualidade de Teresa que a elevou aos altares e a grandeza doutrinária que a fez a terceira mulher dentre os doutores. Diante do inefável da mística – entendida como encontro do eu com o Outro absoluto –, a fé e o homem buscam o entendimento daquilo que experimenta, e para isso utiliza-se de uma linguagem que seja capaz de tornar factível o inexprimível, realizável apenas por meio do uso da linguagem dos símbolos, ícones, analogias e alegorias. Este estudo verificou a espiritualidade de Santa Teresinha do Menino Jesus e a utilização dos elementos do cotidiano para expressar a sua mística e a doutrina em sua principal obra, a <em>História de uma Alma</em>. Percebeu-se que a carmelita se utiliza grandemente dos elementos de sua vida cotidiana para a transmissão de suas inspirações, principalmente de comparações com as realidades presentes na natureza.</p> Ceci, Alisson Henrique Domingos Copyright (c) 2024 Revista de Cultura Teológica https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/view/65272 sáb, 18 mai 2024 00:00:00 -0300 Pacto Educativo Global: uma síntese das prioridades pastorais do Papa Francisco https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/view/63704 <p>No marco dos 10 anos de pontificado do Papa Francisco (2013-2023), diversos teólogos e vaticanistas fizeram uma espécie de “balanço” ou síntese da contribuição de um papa latino-americano e jesuíta na condução da Igreja. Uma perspectiva deste “balanço” é identificar as prioridades pastorais desde que ele assumiu como bispo de Roma. Neste artigo pretende-se situar o Pacto Educativo Global (PEG) no pontificado do Papa Francisco, identificando as prioridades pastorais, e demostrando como o PEG é mais um elemento no processo de transformar mentalidades em vista de um novo estilo de vida. Em seguida, buscar-se-á analisar os 7 compromissos do PEG como uma síntese das prioridades pastorais do Papa Franscisco ao longo destes 10 anos. Por fim, pretende-se indicar como a educação católica comprometida com o PEG pode colaborar na formação de sujeitos éticos que, a partir de uma nova mentalidade, possam, efetivamente, cooperar na construção de uma sociedade que tenha lugar digno para todos.</p> Guadalupe Corrêa Mota, Carolina Mureb Santos Copyright (c) 2023 Revista de Cultura Teológica https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/view/63704 sáb, 18 mai 2024 00:00:00 -0300 10 anos do pontificado de Francisco https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/view/60456 <p>Era o dia 13 de março de 2013 quando o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio apareceu na sacada da Basílica de São Pedro. Tudo nele falava, seja dele, pessoalmente, seja do seu próprio projeto para a Igreja que, logo nos primeiros discursos, entrevistas e gestos, foi também se mostrando aos poucos. Neste ano, completam-se já 10 anos do pontificado de Francisco que, mais do que deixar uma herança em termos teológicos, representa, em si mesmo, um rumo para a Igreja, como um grande iniciador de processos. Nesse sentido, este artigo procura resgatar brevemente o histórico de sua vida para apontar o quanto, efetivamente, toda sua vivência e formação contribuíram eficazmente para que, hoje, o Papa realize com tanta coragem o seu ministério, como um filho do Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965). Ao mesmo tempo, partindo das análises de Ricoeur (1913-2005), apresenta-se o bispo de Roma como um <em>texto</em>, que deve ser interpretado e vivido, concretamente, pela Igreja, a fim de que esta se compreenda sempre melhor e, à luz do que pedia o Concílio, faça também o seu <em>aggiornamento </em>para o século XXI.</p> Donizete José Xavier, Tiago Cosmo da Silva Dias Copyright (c) 2023 Revista de Cultura Teológica https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/view/60456 sáb, 18 mai 2024 00:00:00 -0300 Atos 16,16-18 e a Pitonisa de Delfo https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/view/65957 <p class="p1">Delfos foi mais que um grande centro religioso que durou por séculos. Foi também um centro de captação de riqueza e de decisões políticas da Grécia antiga. Grandes autoridades dentro e fora da Grécia vinham comumente consultar o oráculo antes de tomar uma importante decisão. E ali, tudo girava em torno da pitonisa, com seus dons sensoriais, e dos sacerdotes que a auxiliavam. O santuário durou até os primeiros séculos da era cristã, quando não mais interessava aos romanos que ali se decidissem os rumos políticos da região. Porém, no meio popular a crença no Deus Apolo e nas suas pitonisas continuava muito forte. Este nos parece ser o contexto que está subjacente em Atos 16,16, onde temos uma pitonisa que participa do anúncio de Paulo e Silas, única vez em todo Novo Testamento. A metodologia a ser usada será o estudo no local (<em>in situ</em>), com o auxílio de bibliografia específica.</p> José Ademar Kaefer Copyright (c) 2024 Revista de Cultura Teológica https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/view/65957 sáb, 18 mai 2024 00:00:00 -0300 Análise exegética de Hebreus 6:4-6 https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/view/64610 <p>Diante das incertezas sobre a autoria da Carta aos Hebreus, torna-se crucial analisar sua mensagem, independentemente de sua autoria controversa. A investigação dos termos gregos em Hebreus 6:4-6 e suas correspondentes palavras hebraicas revela um destaque no termo “ἀδύνατον” (adýnaton) que significa “impossível”, enfatizando a impossibilidade de reconduzir à transformação interior aqueles que caíram. Isso reflete a gravidade da apostasia mencionada, evidenciando que a queda espiritual é uma ameaça contínua na fé, por representar não apenas um erro, mas também uma traição ativa a Cristo e Sua obra. A análise aprofundada desses termos, auxiliada por recursos linguísticos e teológicos, enriquece a compreensão do trecho e destaca a seriedade da apostasia. A apostasia vai além de um mero erro, representando uma ruptura profunda com a fé em Cristo e com a verdade divina. Aqueles que se afastam de Cristo, após receber Sua graça, estão simbolicamente crucificando de novo o Filho de Deus, expondo-o à ignomínia. Isso reforça a ideia de que a apostasia é uma traição ativa e maliciosa, conforme ressoam as palavras de Jesus sobre a blasfêmia contra o Espírito Santo. Em resumo, a análise dos termos teológicos e linguísticos em Hebreus 6:4-6 oferece uma base sólida para uma compreensão mais completa da natureza da apostasia e suas implicações na fé e prática cristãs.</p> Tiago Dias de Souza, Genilton Andrade Pontes Copyright (c) 2024 Revista de Cultura Teológica https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 https://revistas.pucsp.br/index.php/culturateo/article/view/64610 sáb, 18 mai 2024 00:00:00 -0300