JOGOS DIGITAIS E AS FUNÇÕES EXECUTIVAS NA INFÂNCIA: ALTERNATIVAS À DIVERSIFICAÇÃO DO CURRÍCULO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/1809-3876.2019v17i3p1373-1392

Palavras-chave:

Jogos Digitais, Funções Executivas, Escola, Currículo.

Resumo

Os jogos digitais, por apresentarem características como desafios progressivos, regras e feedback, criam experiências que podem contribuir com o aprimoramento das funções executivas. Essas funções integram um conjunto de habilidades cognitivas importantes à aprendizagem, bem como são fundamentais para o sucesso escolar e a inserção social e profissional dos sujeitos. Assim, este trabalho tem o objetivo de sistematizar evidências científicas relacionadas às contribuições do uso dos jogos digitais para o exercício das funções executivas, visando discutir as possibilidades e a importância de sua integração no currículo escolar. Nesse sentido, realiza-se uma pesquisa bibliográfica por meio de levantamento da literatura e de revisão sistemática em base de dados. Desse modo, pretende-se ampliar a discussão e a reflexão sobre as inúmeras possibilidades de diversificação curricular para um desenvolvimento mais integral e holístico dos alunos, o qual contemple, de maneira intencional, o aprimoramento das funções executivas pelo uso dos jogos digitais.

Biografia do Autor

Daniela Karine Ramos, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutora em Educação e professora no Programa de Pós-Graduação e do Departamento de Metodologia de Ensino da Universidade Federal de Santa Catarina

Referências

ALMEIDA, Maria Elizabeth B.; SILVA, Maria da Graça M. Currículo, tecnologia e cultura digital: espaços e tempos de web currículo. Revista e-curriculum, v. 7, n. 1, p. 1- 19, 2011.

BOOT, Walter R. et al. The effects of video game playing on attention, memory, and executive control. Acta psychologica, v. 129, n. 3, p. 387-398, 2008. DOI: 10.1016/j.actpsy.2008.09.005

BUCKNER, Elizabeth; KIM, Paul. Mobile innovations, executive functions, and educational developments in conflict zones: a case study from Palestine. Educational Technology Research and Development, v. 60, n. 1, p. 175-192, 2012.

CASTELLAR, Elena Núnez et al. Cognitive abilities, digital games and arithmetic performance enhancement: a study comparing the effects of a math game and paper exercises. Computers & Education, v. 85, p. 123-133, 2015.

CENTER ON THE DEVELOPING CHILD AT HARVARD UNIVERSITY. Construindo o sistema de “Controle de Tráfego Aéreo” do cérebro: como as primeiras experiências moldam o desenvolvimento das funções executivas. Estudo n. 11. Tradução para o português realizada pela Fundação Maria Cecília Souto Vidigal. 2011.

DIAMOND, Adele, LEE; Kathleen. Interventions shown to aid executive function development in children 4 to 12 years old. Science, v. 333, n. 6045, p. 959–964, 2011.

DIAMOND, Adele. Activities and programs that improve children’s executive functions. Current Directions in Psychological Science, v. 21, n. 5, p. 335–341, 2012.

DOVIS, Sebastiaan et al. Improving executive functioning in children with ADHD: training multiple executive functions within the context of a computer game. A randomized double-blind placebo controlled trial. PloS one, v. 10, n. 4, p. e0121651, 2015.

DYE, Matthew W. G.; BAVELIER, Daphne. Differential development of visual attention skills in school-age children. Vision Research, v. 50, p. 452–459, 2010. Disponível em: http://www.bcs.rochester.edu/people/daphne/VisionPDF/DyeBavelier2010.pdf. Acesso em: 1 out. 2011.

EICHENBAUM, Adam; BAVELIER, Daphne; GREEN, C. Shawn. Video games: play that can do serious good. American Journal of Play, v. 7, n. 1, p. 50, 2014.

FENG, Jing; SPENCE, Ian; PRATT, Jay. Playing an Action Video Game Reduces Gender differences in spatial cognition. Psychological Science, v. 18, p. 850-855, 2007.

GOODMAN, Gail et al. The transfer effects of working memory training on executive functioning skills of children with attention difficulties. Archives of Clinical Neuropsychology, v. 30, n. 6, p. 535-535, 2015.

GREEN, Joanne. Neuropsychological evaluation of the older adult: a clinician's guidebook. San Diego, CA: Academic Press, 2000.

HUIZINGA, Joahan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 1996.

LI, Renjie et al. Reducing backward masking through action game training. Journal of Vision, v. 10, n. 14, p. 1–13, 2010. Disponível em: http://www.journalofvision.org/content/10/14/33, doi:10.1167/10.14.33. Acesso em: 1 out. 2012.

LIBÂNEO, José C. A didática e as exigências do processo de escolarização: formação cultural e científica e demandas das práticas socioculturais. In: Anais do III Encontro Estadual de Didática e Prática de Ensino (EDIPE), Anápolis, 2009. Disponível em: www.ceped.ueg.br/ocs20/dociiiedipe/texto_libaneo_iiiedipe.pdf. Acesso em: 10 mar. 2012.

LOPEZ-ROSENFELD, Matías et al. Mate Marote: a flexible automated framework for large-scale educational interventions. Computers & Education, v. 68, p. 307-313, 2013.

MACKEY, Allyson P. et al. Differential effects of reasoning and speed training in children. Developmental science, v. 14, n. 3, p. 582-590, 2011.

MILLER, David J.; ROBERTSON, Derek P. Using a games console in the primary classroom: Effects of ‘Brain Training’ programme on computation and self-esteem. British Journal of Educational Technology, v. 41, n. 2, p. 242–255, 2010.

MOREIRA, Flávio B.; CANDAU, Vera M. Indagações sobre currículo: currículo, conhecimento e cultura Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007.

MURRAY, Janet H. Hamlet no Holodeck: o futuro da narrativa no ciberespaço. São Paulo: Editora Unesp, 2003.

NOUCHI, Rui et al. Brain training game boosts executive functions, working memory and processing speed in the young adults: a randomized controlled trial. PLoS ONE, v. 8, n. 2, 2013. e55518. DOI: 10.1371/journal.pone.0055518.

ODA, Juliano Y.; SANT’ANA, Débora M. G.; CARVALHO, Jaqueline. Plasticidade e regeneração funcional do sistema nervoso: contribuição ao estudo de revisão. Arq. Ciênc. Saúde Unipar, v. 6, n. 2, p. 171-176, 2002.

OEI, Adam C.; PATTERSON, Michael D. enhancing cognition with video games: a multiple game training study. PLoS ONE, v. 8, n. 3, 2013.

OLIVEIRA-SOUZA, Ricardo; MOLL, Jorge; IGNÁCIO, Fátima A.; TAVAR-MOLL, Fernanda. Cognição e funções executivas. In: LENT, Robert. Neurociência da mente e do Comportamento. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. p. 287-302.

PALAUS, Marc; MARRON Elena M.; VIEJO-SOBERA Raquel; REDOLAR-RIPOLL Diego. Neural basis of video gaming: a systematic review. Frontiers in human neuroscience, v. 11, 2017.

PÉREZ GÓMEZ, Angel I. As funções sociais da escola: da reprodução à reconstrução crítica do conhecimento e da experiência. In: GIMENO SACRISTÁN, J.; PÉREZ GÓMEZ, Angel I. Compreender e transformar o ensino. 4. ed. Porto Alegre: ArtMed, 1998. p. 13-26.

PETTY, Ana Lucia; SOUZA, Maria Thereza C. C. Executive functions development and playing games. Online Submission, 2012.

PRENSKY, Mark. Não me atrapalhe mãe, eu estou aprendendo. São Paulo: Phorte, 2010.

PRENSKY, Mark. Aprendizagem baseada em jogos digitais. São Paulo: SENAC, 2012.

RAMOS, Daniela K. Jogos cognitivos eletrônicos: contribuições à aprendizagem no contexto escolar. Ciências & Cognição (UFRJ), v. 18, p. 19-32, 2013.

RIVERO, Thiago S.; QUIRINO, Emanuel H. G.; STARLING-ALVES, Isabella. Videogame: seu impacto na atenção, percepção e funções executivas. Neuropsicologia Latinoamericana, v. 4, p. 38-47, 2012. ROSAS, Ricardo, et al. Beyond Nintendo: design and assessment of educational video games for first and second grade students. Computers & Education, v. 40, n. 1, p. 71-94, 2003.

RUEDA, M. Rosario; CHECA, Puri; COMBITA, Lina M. Enhanced efficiency of the executive attention network after training in preschool children: immediate changes and effects after two months. Developmental Cognitive Neuroscience, v. 2, p. S192-S204, 2012.

SALEN, Katie; ZIMMERMAN, Eric. Regras do jogo: fundamentos do design de jogos. v. 1. São Paulo: Blucher, 2012.

SANTAELLA, Lucia, FEITOZA, Mirna. Introdução. In: SANTAELLA, Lucia, FEITOZA, Mirna (org.). Mapa do jogo: a diversidade cultural dos games. São Paulo: Cengage Learning, 2009. p. 9-15.

SCHUYTEMA, Paul. Design de games: uma abordagem prática. São Paulo: Cengage Learning, 2008.

SHIN, Namsoo et al. Effects of game technology on elementary student learning in mathematics. British Journal of Educational Technology, v. 43, n. 4, p. 540–560, 2012.

SIGMAN, Mariano et al. Neuroscience and education: prime time to build the bridge. Nature Neuroscience, v. 17, n. 4, abr. 2014.

WATERS, Allison M. et al. Look for good and never give up: a novel attention training treatment for childhood anxiety disorders. Behaviour research and therapy, v. 73, p. 111-123, 2015.

Downloads

Arquivos adicionais

Publicado

2019-09-28

Edição

Seção

Artigos