“CINECONVERSAS” E FABULAÇÕES CURRICULANTES: O USO DE FILMES E A POTÊNCIA DAS CONVERSAS COMO METODOLOGIA DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/1809-3876.2020v18i4p1623-1644

Palavras-chave:

Currículos, "Cineconversas", Fabulações, Polifonia, Intolerância Religiosa.

Resumo

O artigo resulta, na perspectiva dos estudos com os cotidianos, de conversas entre quatro pesquisadoras que, a partir do filme O pagador de promessas (1962), apresentam questões acerca de polifonia cultural, fabulações curriculantes, “potência do falso”, intolerância religiosa, entre outras. As autoras dialogam com as “cineconversas” e os personagens conceituais como elementos da metodologia de pesquisa utilizada para a formação de professores. Como questões sociais se transformam em questões curriculares? De que maneira o uso do cinema na educação possibilita a criação de novas redes educativas, a partir das redes que formamos e nas quais somos formados? Autores como Nietzsche, Deleuze, Certeau, Maturana, Candeau, Alves, Stam, Guéron, para destacar alguns, fundamentam este texto.

Biografia do Autor

Rosa Helena de Mendonça, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Rosa Helena de Mendonça possui Doutorado em Educação pelo ProPEd/UERJ. Atuou como professora na Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro e na Universidade Estácio de Sá. Coordenou a equipe pedagógica da TV Escola (MEC). Integra o Grupo de Pesquisa ‘Currículos cotidianos, redes educativas, imagens e sons’ (ProPEd/UERJ), como bolsista PNPD/CAPES-FAPERJ,em estágio pós-doutoral. Tem experiência nas áreas de cotidianos, linguagens e currículos, com ênfase nas relações televisão e educação e cinema e educação.

Joana Ribeiro dos Santos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME-RJ) Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC-RJ)

Doutora em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Membro do Grupo de Pesquisa "Currículos cotidianos, redes educativas, imagens e sons" (UERJ). Graduada em História pela Universidade Federal Fluminense. Professora de História das redes municipal e estadual do Rio de Janeiro. Mediadora do curso de Pedagogia (Cederj-UERJ).

Noale Toja, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutoranda em Educação PROPEd/UERJ. Linha de pesquisa "Cotidianos, Redes Educativas e Processos Culturais", junto ao GRPesq "Currículos cotidianos, redes educativas, imagens e sons". Desenvolve projetos nas áreas das artes e tecnologias. Bolsa: FAPERJ.

Maria Morais, Universidade do Estado do Rio de Janeiro Consórcio Cederj- UERJ (Fundação Cecierj)

Doutoranda em Educação PROPEd/UERJ. Linha de Pesquisa "Cotidianos, Redes Educativas e Processos Culturais", junto ao GRPesq "Currículos cotidianos, redes educativas, imagens e sons". Mediadora no curso de Licenciatura em Pedagogia do Cederj/UERJ. Bolsa: FAPERJ.

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Publicado

2020-12-16

Edição

Seção

Dossiê ABdC 2020: Fabulações curriculantes na escola e na universidade