Análise perceptivo-auditiva e autopercepção da voz em pastores evangélicos
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-2724.2017v29i4p692-701Palavras-chave:
Fonoaudiologia, Voz, Religiosos, Distúrbios da vozResumo
Objetivo: verificar a associação entre a qualidade da voz e queixa vocal com as variáveis, gênero, idade, tempo de ministério, horas de trabalho, parâmetros vocais e autopercepção vocal em pastores evangélicos. Método: estudo descritivo, analítico de delineamento transversal. Amostra de 52 religiosos, entre 20 a 69 anos; 38 homens e 14 mulheres, média de 8 horas de trabalho, entre 1 a 32 anos de ministério. Foram incluídos pastores ou pastoras, entre 20 a 69 anos, em exercício ministerial e excluídos pastores gagos ou que estivessem resfriados. Procedimentos: gravação das vozes dos participantes, com a emissão da vogal sustentada /a/, dos dias da semana e a leitura de um trecho aleatório do livro de salmos da Bíblia Sagrada. Em seguida, três fonoaudiólogas especialistas em voz, e por consenso, realizaram análise perceptivo auditiva da voz. Houve também aplicação de um questionário com identificação dos dados sociodemográficos e autopercepção da voz e de aspectos da fala em público. Foi realizada análise descritiva dos dados e os testes de associação Qui Quadrado de Pearson e Exato de Fisher. O nível de significância adotado foi de p≤0,05 (5%). Resultados: a qualidade vocal foi avaliada como alterada em 47,2% da amostra, com grau de alteração leve 41,5%. Os demais parâmetros vocais pitch, articulação, loudness, ressonância, velocidade de fala foram considerados adequados na maioria da amostra. 78,85% dos pastores mostrou uma boa autopercepção da fala em público, 52% autoperceberam a voz como razoável e a maioria, 76,9%, relatou queixas vocais de cansaço e rouquidão após o uso da voz; quase todos os pastores (92,5%) disseram que são capazes de manter a atenção e influenciar o ouvinte ao falar em público. Houve associação das queixas vocais com o gênero masculino (p<0,001), faixa etária de 39 a 58 anos (p<0,001) e com profissionais que utilizavam a voz de 5 a 8 horas por dia (p<0,001). As demais variáveis não se associaram com as queixas. Houve associação da qualidade vocal alterada (p<0,034) com a faixa etária de 39 a 58 anos, grau de alteração vocal leve (p<0,001) com a ressonância alterada (p<0,001), pitch (p <0,003) e autopercepção da fala em público (p<0,001) adequados. Conclusão: a maioria dos pastores evangélicos apresenta relato de queixas vocais de cansaço vocal e rouquidão após o uso da voz profissional, mais incidente no sexo masculino, entre 39 a 58 anos, nos pastores que usam a voz de 5 a 8 horas por dia. Quase metade deles apresenta qualidade de voz alterada, associada a esta mesma faixa etária, com alteração da ressonância. Pitch e autopercepção da fala em público adequados.
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Copyright (c) 2017 Fernanda Bernadeth de Souza, Anna Carolina Ferreira Marinho, Letícia Caldas Teixeira
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