A velocidade e legibilidade da escrita manual de disléxicos em tarefas de cópia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/2176-2724.2021v33i2p315-321

Palavras-chave:

Dislexia, Escrita Manual, Desenvolvimento Infantil, Aprendizagem, Estudantes

Resumo

Objetivo: comparar a velocidade e a legibilidade da escrita manual de escolares disléxicos e com bom desempenho acadêmico em duas tarefas de cópia. Métodos: Participaram 64 sujeitos, sendo 7 disléxicos provenientes de um centro especializado em reabilitação, com idade entre 9 anos e 13 anos e 1 mês (GI), e 57 sujeitos com bom desempenho acadêmico (GII), pareados com GI. Como procedimento, foram utilizadas duas tarefas de cópia do Detailed Assessment of Speed of Handwriting (DASH), denominadas de Melhor Cópia e Cópia Rápida de uma frase. Ambas as tarefas consistem em escrever uma frase com a melhor caligrafia durante dois minutos. Foram consideradas a quantidade de palavras escritas, quantidade de palavras legíveis escritas e quantidade de palavras ilegíveis escritas. Resultados: Os resultados revelaram que os disléxicos apresentaram desempenho inferior aos escolares com bom desempenho acadêmico nas duas tarefas solicitadas. Na Tarefa 1 apresentaram uma quantidade inferior de palavras legíveis/minuto (GI – 7,79; GII – 12,72) e quantidade superior de palavras ilegíveis/minuto (GI – 1,64; GII – 0,04). Já na Tarefa 3, GI apresentou 7,64 PLPM e 4,29 PIPM, enquanto GII apresentou 16,39 PLPM e 0,07 PIPM. É possível acrescentar que os disléxicos perderam a qualidade da escrita, apresentando índices maiores de PIPM na Tarefa 3, quando comparados na Tarefa 1. Conclusão: Por meio deste estudo foi possível confirmar a hipótese de que o desempenho em velocidade e legibilidade da escrita de disléxicos é inferior ao dos escolares com bom desempenho acadêmico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Natália Lemes dos Santos, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Filosofia e Ciências, Marília, São Paulo

Fonoaudióloga. Mestranda em Fonoaudiologia pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"- FFC/UNESP- Marília-SP. Membro do Laboratório de Investigação dos Desvios de Aprendizagem (LIDA) do Departamento de Fonoaudiologia- FFC/UNESP. Membro do Grupo de Pesquisa do CNPq "Linguagem, Aprendizagem, Escolaridade" da Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista- FFC/UNESP.

Monique Herrera Cardoso, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Filosofia e Ciências, Marília, São Paulo

Fonoaudióloga. Doutora em Educação pelo Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Estadual Paulista ´Júlio de Mesquita Filho´ –FFC/ Unesp – Marília-SP. Membro do Laboratório de Investigação dos Desvios de Aprendizagem (LIDA) do Departamento de Fonoaudiologia- FFC/UNESP. Membro do Grupo de Pesquisa do CNPq "Linguagem, Aprendizagem, Escolaridade" da Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista- FFC/UNESP.

Simone Aparecida Capellini, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Filosofia e Ciências, Marília, São Paulo

Fonoaudióloga. Livre-docente em Linguagem Escrita. Departamento de Fonoaudiologia e Programas de Pós-Graduação em Educação e em Fonoaudiologia, Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” –FFC/ Unesp – Marília-SP. Coordenadora do Laboratório de Investigação dos Desvios de Aprendizagem (LIDA) do Departamento de Fonoaudiologia-FFC/UNESP- Marília-SP. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvoolvimento Científico e Tecnológico -CNPq.

Referências

Ziviani J, Wallen M. The development of graphomotor skills. In: Henderson A, Pehoski C., editores. Hand function in the child: foundations for remediation. St Louis, MO: Mosby Elsevier; 2006. p. 217-38.

Bosga-Stork IM, Bosga J, Meulenbroek RGJ. Dysgraphic handwriting development and inclusive education: the role of interdisciplinary counseling. Open J Soc Sci. 2015; 3: 35-47.

Graham S, Berninger V, Weintraub N, William S. Development of handwriting speed and legibility in Grades 1-9. J educ res. 1998; 92: 42-52.

Simons J, Probst M. Reliability of the Detailed Assessment of Speed of Handwriting on Flemish Children. Pediatr phys ther. 2014; 26(3): 318-24.

Luria AR. O desenvolvimento da escrita na criança. In: Vigotskii LS, Luria AR, Leontiev AN, organizadores. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone/Editora Universidade de São Paulo. 1988; 143-90.

Martins MRI, Bastos JA, Cecato AT, Araujo MLS, Magro RR, Alaminos V. Screening for motor dysgraphia in public schools. J pediatr. 2013; 89: 70-4.

Schneck CM, Amundson SJ. Prewriting and handwriting skills. In: CASE-SMITH, J. (Ed.). Occupational therapy for children. 6th ed. St. Louis, MI: Mosby; 2010. p. 555-80.

Feder KP, Majnemer A. Handwriting development, competency, and intervention. Dev med child neurol. 2007; 49: 312-17.

Racine MB, Majnemer A, Shevell M, Snider L. Handwriting performance in children with attention deficit hyperactive disorder (ADHD). J child neurol. 2008; 23: 399-406.

Kushki A, Schwellnus H, Ilyas F, Chau T. Changes in kinetics and kinematics of handwriting during a prolonged writing task in children with and without dysgraphia. Res dev disabil. 2011; 32: 1058-64.

Medwell J, Wray D. Handwriting: what do we know and what do we need to know? Literacy, 2007; 41:10-5.

Overelde A, Van Bommel I, Bosga I, Van Cauteren M, Halfwerk B, Smits-Engelsman B, et al. Motorische schrijfproblemen bij kinderen. Nederlands Tijdschrift voor Fysiotherapie. Koninklijk Nederlands Genootschap voor Fysiotherapie Evidence Statement. 2011; 121: 1-65.

Lam SS, Au RKC, Leung HWH, Li-Tsang CWP. Chinese handwriting performance of primary school children with dyslexia. Res dev disabil. 2011; 32(5): 1745-56.

Mousinho R, Navas AL. Mudanças apontadas no DSM-5 em relação aos transtornos específicos de aprendizagem em leitura e escrita. Revista debates em psiquiatria. 2016; 38-46.

Lyon GR, Shaywitz SE, Shaywitz BA. A definition of dyslexia. Ann dyslexia. 2003; 53: 1-15.

American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Health Disorders. 5th Edition. Arlington, VA: American Psychiatric Publishing; 2013.

Chan DW, Ho CSH, Tsang SM, Lee SH, Chung KKH. Exploring the reading-writing connection in Chinese children with dyslexia in Hong Kong. Read Writ. 2006; 19: 543-61.

Tan LH, et al. Reading depends on writing, in chinese. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of American. 2005; 102: 8781-85.

Berninger VW, Nielsen KH, Abbott RD, Wijsman E, Raskind W. Writing problems in developmental dyslexia: Under-recognized and undertreated. J sch psychol. 2008; 46: 1-21.

Borella E, Chicherio C, Re AM, Sensini V, Cornoldi C. Increased intraindividual variability is a marker of ADHD but also of dyslexia: a study on handwriting. Brain cogn. 2011; 77(1): 33-9.

Van Hoorn JF, Maathuis CG, Peters LH, Hadders-Algra M. Handwriting, visuomotor integration, and neurological condition at school age. Dev med child neurol. 2011; 52: 941-47.

Pagliarini E, Guasti MT, Toneatto C, Granocchio E, Riva F, Sarti D, et al. Dyslexic children fail to comply with the rhythmic constraints of handwriting. Hum mov sci. 2015; 42: 161-82.

Sumner E, Connelly V, Barnett AL. Children with dyslexia are slow writers because they pause more often and not because they are slow at handwriting execution. Read Writ. 2013; 26(6): 991-1008.

Barnett AL, Henderson SE, Scheib B, Schulz J. Detailed Assessment of Speed of Handwriting (DASH). United Kingdom: Person; 2007.

Cardoso MH. Adaptação Cultural do Detailed Assessment of Speed of Handwriting (DASH) para escolares de ensino público. Marília: UNESP, Faculdade de Filosofia e Ciências; 2014. 118 f.

Cardoso MH, Henderson S, Capellini S A. Translation and cultural adaptation of Brazilian Detailed Assessment of Speed of Handwriting: conceptual and semantic equivalence. Audiol Commun Res. 2014; 19(4): 321-6.

Cheng-Lai A, Li-Tsang CW, Chan AH, Lo AG. Writing to dictation and handwriting performance among Chinese children with dyslexia: Relationships with orthographic knowledge and perceptual-motor skills. Res dev disabil. 2013; 34(10): 3372-83.

Martlew M. Handwriting and spelling: Dyslexic children’s abilities compared with children of the same chronological age and younger children of the same spelling level. British Journal of Educational Psychology. 1992; 62: 375–390.

Capellini SA, Coppede AC, Vale TR. Função motora fina de escolares com dislexia, distúrbio e dificuldades de aprendizagem. Pró-fono revista de atualização científica. 2010; 22(3): 201-8.

Nicolson RI, Fawcett AJ. Automaticity: A new framework for dyslexia research? Cognition. 1990; 35: 159–182.

Publicado

2021-05-22

Como Citar

Santos, N. L. dos, Cardoso, M. H., & Capellini, S. A. (2021). A velocidade e legibilidade da escrita manual de disléxicos em tarefas de cópia. Distúrbios Da Comunicação, 33(2), 315–321. https://doi.org/10.23925/2176-2724.2021v33i2p315-321

Edição

Seção

Artigos