Disfonia

retrato de um grupo populacional na cidade de Guarulhos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/2176-2724.2022v34i4e56561

Palavras-chave:

Disfonia, Voz, Laringe, Laringoscopia

Resumo

Introdução: A disfonia causa impacto na qualidade de vida e no mercado de trabalho, sendo sintoma importante para triagem de neoplasia laríngea. Objetivo: Realizar avaliação estatística de um grupo populacional da cidade de Guarulhos com queixa de disfonia. Método: Trata-se de um estudo transversal com utilização de amostra correspondente a 2.564 exames, videolaringoscópicos ou nasofibrolaringoscópicos, de pacientes acima de 5 anos de idade, no município de Guarulhos da região metropolitana de São Paulo, pelo mesmo médico otorrinolaringologista e pelo mesmo fonoaudiólogo, entre os meses de abril de 2011 e abril de 2012. Avaliaram-se as alterações no diagnóstico da voz, levando em consideração idade e sexo dos pacientes. Foram descritos os sexos das pessoas segundo diagnósticos com uso de frequências absolutas e relativas e verificou-se a existência de associação entre sexo e diagnóstico através do uso de teste da razão de verossimilhanças (Kirkwood e Sterne, 2006). As idades foram descritas, segundo diagnósticos, com uso de medidas resumo (média, desvio-padrão (DP), mediana, mínimo e máximo), e foram comparadas as idades entre os diagnósticos, com uso de teste análise de variâncias (ANOVA) seguido de comparações múltiplas de Tukey (Neter et al., 1996). Os testes foram realizados com nível de significância de 5%. Resultados: Há maior frequência de homens com diagnóstico de neoplasias ou câncer que nos demais diagnósticos. Dos 2.564 exames, 477 apresentaram laringite crônica, sendo 69% do gênero feminino; 279 disfonia funcional, 63,4% do gênero feminino; 137 alterações estruturais mínimas (AEM), 69,3% do gênero feminino; 36 disfunções neurológicas, sendo igualmente divididos entre os gêneros; e 12 apresentaram neoplasias, sendo 83,3% do masculino. Conclusão: Verificou-se maior número de alterações benignas no gênero feminino. Neoplasias e disfunções neurológicas predominaram no gênero masculino. A disfonia funcional e as AEM ocorrem em pacientes abaixo dos 40 anos, enquanto as demais ocorrem até em idades avançadas, acima dos 50 anos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Ieda Millas, Universidade Nove de Julho

Graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (1998), Mestrado em Medicina (Otorrinolaringologia) pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (2006) e Doutorado em Medicina (Otorrinolaringologia) pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (2010). Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Cirurgia Otorrinolaringológica, atuando principalmente na área de Rinologia. Professora Doutora do Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cervico-Facial da Faculdade de Medicina da UNINOVE em São Paulo.

Fernanda Fidalgo Dias, Universidade Nove de Julho

Graduação em Enfermagem pela UNG – Universidade de Guarulhos, conclusão em 2013.

Pós graduação em Saúde pública com ênfase em Estratégia de Saúde da Família pelo Centro Universitário São Camilo, conclusão em 2020.
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

Abr. 2020 até o momento- Fundação ABC - UBS São Mateus 1
Cargo: Enfermeira
Principais atividades: Assistência à saúde da mulher, pré natal, coleta de citologia oncótica, assistência à saúde do adulto e da criança, supervisão da sala de vacina, supervisão da equipe de enfermagem.

Fev. 2019 até Abr. 2020 - Fundação ABC - US Jardim Alvorada
Cargo: Enfermeira
Principais atividades: Assistência à saúde da mulher, pré natal, coleta de citologia oncótica, assistência à saúde da criança, supervisão da sala de vacina, supervisão da equipe de enfermagem.

Fev. 2016 até Ago. 2018 – Instituto Paulista de Ensino e Pesquisa em Oftalmologia - IPEPO
Instituto da Visão – Itaquera
Cargo: Enfermeira Responsável Técnica
Principais atividades: Atendimento ao público no setor ambulatorial; organização do fluxo de atendimento da unidade; controle e abertura de agendamento de consultas médicas; supervisão da equipe de enfermagem ; consulta de enfermagem; prescrição da assistência de enfermagem; orientação cirúrgica pré e pós operatória; realização de escalas de trabalho; controle e planejamento de compra de materiais, insumos e equipamentos

Márcia Helena Moreira Menezes, Plenavox fonoaudiologia e consultoria

Fonoaudióloga Clínica, graduada pelo Centro Universitário São Camilo (1994), Mestrado em Distúrbios da Comunicação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP (1999), Doutora em Ciências - Área de Concentração: Otorrinolaringologia, pela Faculdade de Medicina da USP. Entre 1996 e 2014 foi professora do curso de Fonoaudiologia da Universidade Guarulhos, responsável pelas aulas e estágios na área de voz e fluência. Há 20 anos ministra cursos de extensão, treinamentos e palestras sobre voz clínica e voz profissional. É sócia-diretora da Plenavox Fonoaudiologia e Consultoria em Comunicação Verbal, onde realiza atendimento clínico e consultoria no seguimento corporativo. Tem experiência na área de Fonoaudiologia, com ênfase em voz, atuando principalmente nos seguintes temas: voz clínica, voz profissional, oratória, fisiologia do exercício vocal, vibração sonorizada de língua, técnica vocal e fadiga vocal.

Daniela Imbrosio Cantisano, Universidade Nove de Julho

Possui o ensino médio completo pelo Colégio de AaZ (Rio de Janeiro-RJ). Atualmente cursa Medicina, na Universidade Nove de Julho (UNINOVE). Foi monitora de Anatomia em 2017.1 e monitora de Fisiologia em 2017.2. Participou da Liga Acadêmica de Medicina do Esporte e Exercício viculada à esta instituição (gestão de 2019.1 a 2020.2), participando da diretoria como coordenadora dos ambulatórios (gestões entre 2019.2 a 2020.2). Participa da Liga Acadêmica de Otorrinolaringologia vinculada à esta instituição (gestão de 2021.1 e 2021.2). Tem interesse na área de Otorrinolagingologia. Possui fluência em inglês e conclusão do curso de inglês em 2014. Realizou TOEFL Junior obtendo escore bronze como pontuação. Tem como hobbie tocar violão e meditar.

 

 

Ana Luiza Vieira Soares, Universidade Nove de Julho

Ensino Médio Completo. Tem experiência na área de Medicina como estudante, com ênfase em Medicina Faz parte da Liga de Infectologia da Uninove Vergueiro desde 2018.2. Fez parte da diretoria científica da Liga de Infectologia da Uninove Vergueiro em 2019.2 a 2020.1 e Secretária em 2020.2 a 2021.1 Faz parte da Liga de Otorrinolaringologia da Uninove Vergueiro desde 2020.2 a 2021.1 como titular e vice presidente da Liga de Otorrinolaringologia 2021.2. Participou do I Simpósio de ligas acadêmicas COVID-19 da Uninove Vergueiro como Diretora Geral Faz parte da Liga de Oftalmologia da Uninove Vergueiro desde 2021.1. Fez curso de Libras em 2021.1.

Referências

Souza LF. Perfil epidemiológico dos pacientes com disfonia do Hospital Universitário da UFSC [TCC]. 2014. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2014.

Fortes FSG, Imamura R, Tsuji DH e Sennes LU. Perfil dos profissionais da voz com queixas vocais atendidos em um centro terciário de saúde. Rev Bras Otorrinolaringol. 2007; 73(1): 27-31.

De Melo ECM, Mattioli FM, Brasil OCO, Behlau M, Pitaluga ACA, De Melo DM. Childhood dysphonia: Epidemiological aspects. Rev Bras Otorrinolaringol. 2001; 67(6): 80477.

Freitas MR, Pela S, Gonçalves MLR, Fujita RR, Pontes PAL, Weckx LLM. Disfonia crônica na infância e adolescência: estudo retrospectivo. Braz J Otorhinolaryngol. 2000; 66(5): 480-4.

Tratado de otorrinolaringologia, 117 Disfonia: Classificação, Diagnóstico e Tratamento| Shirley Shizue Nagata Pignatari, Wilma Terezinha Anselmo-Lima.

Wünsch V. The epidemiology of laryngeal cancer in Brazil. São Paulo Med J. 2004; 122(5): 188-94.

Hoffman HT, Karnell LH, Funk GF, Robinson RA, Menck HR. The National Cancer Data Base report on cancer of the head and neck. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 1998; 124(9): 951-62.

Altman KW. Vocal fold masses. Otolaryngol Clin North Am. 2007 Oct; 40(5): 1091-108.

Watts SL, Brewer EE, Fry TL. Human papillomavirus DNA types in squamous cell carcinomas of the head and neck. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1991; 71(6): 701-7.

Vaezi MF, Qadeer MA, Lopez R, Colabianchi N. Laryngeal cancer and gastroesophageal reflux disease: a case-control study. Am J Med.; 119(9): 768-76.

Tulunay OE. Laryngitis--diagnosis and management. Otolaryngol Clin North Am. 2008; 41(2): 437-51.

Woodson G. Management of neurologic disorders of the larynx. Ann Otol Rhinol Laryngol. 2008; 117(5): 317-26.

Behlau M, Pontes P. Avaliação e tratamento das disfonias. São Paulo: Lovise; 1995.

Ramig L, Halpern A, Spielman J, Fox C, Freeman K. Speech treatment in Parkinson’s disease: Randomized controlled trial (RCT). Mov Disord. 2018; 33(11): 1777-91.

Sulica L, Louis E. Essential voice tremor. In: Merati AL, Bielamowicz SA, eds. Textbook of laryngology. San Diego, CA: Plural Publishing; 2006.

Behlau M, Gasparini G. Classification Manual for Voice Disorders-I - CMVD-I. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2007; 12(1): 72-5.

Braga JN, Oliveira DSF, Atherino CCT, Schott TCA, Silba JC. Nódulos vocais: análise anátomo-funcional. Rev CEFAC. 2006; 8(2): 223-9.

Paul BC, Chen S, Sridharan S, Fang Y, Amin MR, Branski RC. Diagnostic accuracy of history, laryngoscopy, and stroboscopy. Laryngoscope. 2013; 123(1): 215-9.

Guimaräes V de C, Viana MA do DESR, Barbosa MA, Paiva ML de F, Tavares JAG, de Camargo LA. Vocal care: Question of prevention and health. Cienc e Saúde Coletiva. 2010; 15(6): 799-803.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). XXXX [internet]. 2020 [citado em: 2020 ago 30]. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/XXXX/XXXX/XXXX/pesquisa/23/25888.

Lima MFB. Sintomas vocais, alterações da qualidade vocal e laríngea em professores: análise de instrumentos [Dissertação]. 2008. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; 2008.

Costa B, Cielo CA, Siqueira MA. Lesões de borda de pregas vocais e tempos máximos de fonação. Rev CEFAC. 2009; 11(1): 134-41.

Cielo CA, Gonçalves BFT, Lima JPM, Christmann MK. Afecções laríngeas, tempos máximos de fonação e capacidade vital em mulheres com disfonia organofuncional. Rev CEFAC. 2012; 14(3): 481-8.

Menoncin LCM, Jurkiewicz AL, Silvério KCA, Camargo PM, Wolff NMM. Alterações musculares e esqueléticas cervicais em mulheres disfônicas. Arq Int Otorrinolaringol. 2010; 14(4): 461-6.

Levy D, de Almeida LM, Szklo A. The Brazil SimSmoke policy simulation model: the effect of strong tobacco control policies on smoking prevalence and smoking-attributable deaths in a middle income nation. PLoS Med. 2012; 9(11): e1001336.

Instituto Nacional do Câncer (INCA). Câncer de laringe. 2016 [citado em 2021 nov 20]. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-laringe.

Publicado

2023-06-14

Como Citar

Millas, I., Dias, F. F., Menezes, M. H. M., Cantisano, D. I., & Soares, A. L. V. (2023). Disfonia: retrato de um grupo populacional na cidade de Guarulhos. Distúrbios Da Comunicação, 34(4), e56561. https://doi.org/10.23925/2176-2724.2022v34i4e56561

Edição

Seção

Artigos