Tempo de Transição da alimentação por sonda gástrica para alimentação por via oral em recém-nascidos pré-termo de uma unidade neonatal do Sistema Único de Saúde
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-2724.2023v35i3e62265Palavras-chave:
Recém-nascido prematuro, Métodos de alimentação, Fonoaudiologia, Comportamento alimentar, Sistema Único de SaúdeResumo
Introdução: A retirada da sonda no recém-nascido pré-termo (RNPT) e o adequado estabelecimento da via oral são importantes para a saúde do bebê, já que favorecem aleitamento materno e alta hospitalar, entretanto, é um desafio nas unidades neonatais. Objetivos: Analisar os fatores associados ao tempo de transição da sonda para via oral em RNPT internados em Unidade Neonatal do Sistema Único de Saúde (SUS). Método: Foi realizado um estudo observacional analítico de coorte, com 45 RNPT que usaram sonda para alimentação no período de dezembro de 2021 a janeiro de 2022 e foram acompanhados pela equipe de Fonoaudiologia do serviço. Foram avaliados: a prontidão do prematuro para alimentação oral; a via oral com a técnica do finger feeding; a mamada e os níveis de habilidade oral. Resultados: Estiveram relacionadas ao maior tempo para transição da sonda para a via oral a idade gestacional ao nascimento inferior a 32 semanas, o peso ao nascimento inferior a 1500 gramas, a ausência de prontidão para via oral e a alta hospitalar em aleitamento artificial. Conclusão: Características do RNPT e da alimentação na avaliação e na alta hospitalar foram associados ao menor tempo de transição da sonda para a via oral. Assim, intervenções que estimulem o alcance da via oral no período de internação podem contribuir para a redução do tempo de transição e para o estímulo do aleitamento materno, favorecendo a saúde do RN, o vínculo mãe-bebê, a alta precoce, propiciando a rotatividade de leitos e, consequentemente, maior oferta aos usuários do SUS.
Downloads
Metrics
Referências
WHO: recommended definitions, terminology and format for statistical tables related to the perinatal period and use of a new certificate for cause of perinatal deaths. Acta Obstet Gynecol Scand. 1977; 56(3): 247-53. PMID: 560099.
França EB, Lansky S, Rego MAS, Malta DC, França JS, Teixeira R et al. Principais causas da mortalidade na infância no Brasil, em 1990 e 2015: Estimativas do Estudo de Carga Global de Doença. Rev Bras Epidemiol. 2017; 20(Suppl 01): 46-60. DOI: https://doi.org/10.1590/1980-5497201700050005.
WHO. Born Too Soon: The Global Action Report on Preterm Birth [homepage na Internet]. Geneva: World Health Organization; 2012 [acesso em 2021 dez 12]. Disponível em: https://www.who.int/pmnch/media/news/2012/201204_borntoosoon-report.pdf.
Caetano LC, Fujinaga CI, Scochi CGS. Sucção não-nutritiva em bebês prematuros: estudo bibliográfico. Rev Lat Am Enfermagem. 2003;11(2): 232-6. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-11692003000200014.
Delgado SE, Halpern R. Amamentação de prematuros com menos de 1500 gramas: funcionamento motor-oral e apego. Pro Fono. 2005; 17(2): 141-52. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-56872005000200003.
Scochi CGS, Gauy JS, Fujinaga CI, Fonseca LMM, Zamberlan NE. Transição alimentar por via oral em prematuros de um Hospital Amigo da Criança. Acta Paulista de Enfermagem. 2010; 23(4): 540-5. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-21002010000400015.
Fujinaga CI, Zamberlan NE, Rodarte MDO, Scochi CGS. Confiabilidade do instrumento de avaliação da prontidão do prematuro para alimentação oral. Pro Fono. 2007; 19(2): 143-50. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-56872007000200002.
Neiva FCB, Leone CR. Efeitos da estimulação da sucção não-nutritiva na idade de início da alimentação via oral em recém-nascidos pré-termo. Rev Paul Pediatr. 2007; 25(2): 129-34. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-05822007000200006.
Wahyuni LK, Mangunatmadja I, Kaban RK, Rachmawati EZK, Harini M, Laksmitasari B, Nugraha B. Factors Affecting Oral Feeding Ability in Indonesian Preterm Infants. Pediatr. Rep. 2022; 14: 233–243. DOI: https://doi.org/10.3390/pediatric14020031
Griffith TT, Bell AF, Vincent C, White-Traut R, Medoff-Cooper B, Rankin K. Oral Feeding Success: A Concept Analysis. Adv Neonatal Care. 2019; 19(1): 21-31. https://doi.org/10.1097/ANC.0000000000000540.
Crowe L, Chang A, Wallace K. Instruments for assessing readiness to commence suck feeds in preterm infants: effects on time to establish full oral feeding and duration of hospitalization. Cochrane Database Syst Rev. 2016(8):1-21. DOI: https://doi.org/10.1002%2F14651858.CD005586.pub3.
Briere CE, McGrath J, Cong X, Cusson R. State of the Science: A contemporary review of feeding readiness in the preterm infant. J Perinat Neonatal Nurs. 2014; 28(1): 51-8. DOI: http://dx.doi.org/10.1097/JPN.0000000000000011. PMid:24476652.
Medeiros AM, Sá TPL, Alvelos CL, Novais DFS. Intervenção fonoaudiológica na transição alimentar de sonda para peito em recém-nascidos do Método Canguru. Audiology - communication research. 2014; 19(1): 95-103. DOI: https://doi.org/10.1590/S2317-64312014000100016.
Fleiss JL. Statistical methods for rates and proportions. 2nd ed. New York: John Wiley and Sons; 1981.
Conceição CM, Coca KP, Alves MRS. Almeida FA. Validação para língua portuguesa do instrumento de avaliação do aleitamento materno LATCH. Acta Paulista de Enfermagem. 2017; 30(2): 210-6. DOI: https://doi.org/10.1590/1982-0194201700032.
Lau C, Smith EO. A novel approach to assess oral feeding skills of preterm infants. Neonatology. 2011; 100(1): 64-70. DOI: https://doi.org/10.1159/000321987.
Otto DM, Almeida ST. Desempenho da alimentação oral em recém-nascidos prematuros estimulados pela técnica treino de deglutição. Audiol, Commun Res. 2017; 22: e1717. DOI: https://doi.org/10.1590/2317-6431-2016-1717.
Nunes JA, Bianchini EMG, Cunha MC. Saturação de oxigênio e frequência cardíaca em prematuros: comparação entre as técnicas de copo e sonda-dedo. Codas. 2019; 31(6): e20180221. DOI: https://doi.org/10.1590/2317-1782/20192018221.
Chalfun G, Mello RR, Dutra MVP, Andreozzi VL, Silva KS. Fatores associados à morbidade respiratória entre 12 e 36 meses de vida de crianças nascidas de muito baixo peso oriundas de uma UTI neonatal pública. Cad Saude Publica. 2009; 25(6): 1399-408. Disponível em: https://www.scielosp.org/pdf/csp/v25n6/22.pdf.
Moura LTL, Tolentino GM, Costa TLS, Aline A. Atuação fonoaudiológica na estimulação precoce da sucção não-nutritiva em recém-nascidos pré-termo. Revista CEFAC. 2009; 11(3): 448-56. DOI: https://doi.org/10.1590/S1516-18462009000700021.
Medeiros AMC, Oliveira ARM, Fernandes AM, Guardachoni GAS, Aquino JPSP, Rubinick ML et al. Caracterização da técnica de transição da alimentação por sonda enteral para seio materno em recém-nascidos prematuros. J Soc Bras Fonoaudiol. 2011; 23(1): 57-65. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S2179- 64912011000100013. PMID: 21552734.
Medeiros AMC, Ramos BKB, Bomfim DLSS, Alvelos CL, Silva TC, Barreto IDC et al. Tempo de transição alimentar na técnica sonda-peito em recém-nascidos baixo peso do Método Canguru. Codas. 2018; 30(2): e20170092. DOI: https://doi.org/10.1590/2317-1782/20182017092.
Yamamoto RCC, Prade LS, Berwig LC, Weinmann ARM, Keske-Soares M. Parâmetros cardiorrespiratórios e sua relação com a idade gestacional e nível de habilidade de alimentação oral de recémnascido pré-termo. Codas. 2016; 28(6): 704-9. DOI: https://doi.org/10.1590/2317-1782/20162014221.
Yamamoto RCC, Prade LS, Bolzan GP, Weinmann ARM, Keske-Soares M. Prontidão para início da alimentação oral e função motora oral de recém-nascidos pré-termo. Revista CEFAC. 2017; 19(4): 503-9. DOI: https://doi.org/10.1590/1982-0216201719411616.
Rocha ALS, Dittz ES. As repercussões no cotidiano de mães de bebês internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal no isolamento social devido à COVID-19. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional. 2021; 29: e2158. DOI: https://doi.org/10.1590/2526-8910.ctoAO2158.
Oliveira FBN, Fernandes CP, Gurgel LG, Fujinaga CI, Almeida ST. Protocolos de avaliação da amamentação e Fonoaudiologia: uma revisão integrativa da literatura. Revista CEFAC. 2019; 21(5): e14018. DOI: https://doi.org/10.1590/1982-0216/201921514018.
Altuntas N, Kocak M, Akkurt S, Razi HC, Kislal MF. LATCH scores and milk intake in preterm and term infants: a prospective comparative study. Breastfeed Med. 2015;10(2): 96-101. DOI: 10.1089/bfm.2014.0042. PMID: 25548967.
Prade LS, Bolzan GP, Weinmann ARM. Influência do estado comportamental nos padrões de sucção de recém-nascidos pré-termo. Audiology - communication research. 2014; 19(3): 230-5. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S2317-64312014000300005.
Lau C. To individualize the management care of high-risk infants with oral feeding challenges: What do we know? What can we do? Front Pediatr. 2020; 8: 296. DOI: 10.3389/fped.2020.00296.
Moreira CMD, Cavalcante-Silva RPGV, Miyaki M, Fujinaga CI. Efeitos da estimulação da sucção não nutritiva com dedo enluvado na transição alimentar em recém-nascido prematuro de muito baixo peso. Revista CEFAC. 2014;16(4): 1187-93. DOI: https://doi.org/10.1590/1982-0216201424212.
Cardoso FS, Pereira DX, Souza DLB, Cavalcanti RVA. Development of oral sensory-motor functions of preterm and low-birth-weight newborns under speech-language pathology care. Rev Logop Foniatr Audiol. 2019; 39(1): 4-10. DOI: https://doi.org/10.1016/j.rlfa.2018.09.004.
Prade LS, Bolzan GP, Berwig LC, Yamamoto RCC, Vargas CL, Silva AMT et al. Relação entre prontidão para início da alimentação oral e desempenho alimentar em recém-nascidos pré-termo. Audiology - communication research. 2016; 21: e1662. DOI: https://doi.org/10.1590/2317-6431-2015-1662.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Flavia Aparecida Felipe de Lima Silva, Nathaly Aparecida da Costa Alves, Amélia Augusta de Lima Friche
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.