Distúrbio de voz relacionado ao trabalho em professores da educação básica
revisão de escopo
DOI:
https://doi.org/10.23925/2176-2724.2025v37i1e68494Palavras-chave:
Professores Escolares, Voz, Disfonia, FonoaudiologiaResumo
Introdução: o Distúrbio de Voz Relacionado ao Trabalho é definido como qualquer forma de desvio vocal relacionado à atividade profissional que interfira na atuação do trabalhador. Objetivo: mapear a ocorrência das disfonias no professor da educação básica e sua associação com as características laborais. Métodos: a revisão de escopo foi realizada nas bases PubMed/MedLine, Lilacs, Scopus, Web of Science e Embase, além da literatura cinzenta, visando responder à pergunta norteadora “Quais características vocais e fatores associados ao distúrbio vocal são apresentados por professores da educação básica?”. A atualização da busca foi realizada em julho de 2024, utilizando descritores e termos livres relacionados ao professor, às questões de trabalho e a voz. A seleção foi realizada por dois juízes de modo independente, sendo que na fase 1 foi realizada a leitura de títulos e resumos, e na fase 2, a leitura dos trabalhos na íntegra. Resultados: foram incluídos 20 estudos, os quais indicaram ocorrência de disfonia nos professores de 7% a 97%, sendo 15,6% afastados do trabalho por problemas de voz, relatando sintomas de rouquidão, fala com esforço e tensão. Os principais fatores de risco apresentados pelos professores foram ambiente de trabalho, salas ruidosas, poeira, giz, estresse, esforço vocal, tensão, carga horária excessiva e grande número de alunos em sala de aula, além de associar ao sexo feminino e com o estresse (transtornos mentais). Conclusão: a literatura registra importante ocorrência de disfonia em professores da educação básica em vários países, e os principais fatores de risco são o ambiente laboral e suas atividades ocupacionais.
Downloads
Metrics
No metrics found.
Referências
Abbaszadeh S, Jahangiri M, Hassanipour S. Work-related health problems among primary and secondary school teachers: A cross-sectional study. Shiraz E-Med. 2019 May; 20(6): e83771.
Abou-Rafée M, Zambon F, Badaró F, Behlau M. Fadiga vocal em professores disfônicos que procuram atendimento fonoaudiológico. CoDAS. 2019 Out; 31(3): e20180120
Alves LP, Araújo LTR, Neto JAX. Prevalência de queixas vocais e estudo de fatores associados em uma amostra de professores de ensino fundamental em Maceió, Alagoas, Brasil. Rev Bras Saúde. 2010 Jun; 35 (121): 168-75.
Brisson V, Fournier C, Pelletier A, Joyal M, Defoy L, Tremblay P. Vocal health and vocal health knowledge among occupational voice users in the province of Quebec. J Voice. 2024 May; 38(3): 799.e15-799.e27. doi: 10.1016/j.jvoice.2021.12.016.
Cercal GCS, Paula AL, Novis JMM, Ribeiro APDL. Vocal fatigue in professors at the beginning and end of the school year. Codas. 2019 Dec 13; 32(1): e20180233. doi: 10.1590/2317-1782/20192018233.
Chen BL, Cheng YY, Lin CY, Guo HR. Incidence of Voice Disorders among Private School Teachers in Taiwan: A Nationwide Longitudinal Study. Int J Environ Res Public Health. 2022 Jan 20;19(3):1130. doi: 10.3390/ijerph19031130.
De Alvear RB, Barón FJ, Arquero AGM. School teachers’ vocal use, risk factors, and voice disorder prevalence: guidelines to detect teachers with current voice problems. Folia Phoniatr Logop. 2011; 63: 209-15.
de Oliveira Bastos PRH, Hermes EC. Effectiveness of the Teacher’s Vocal Health Program (TVHP) in the Municipal Education Network of Campo Grande, MS. J Voice. 2018 Nov; 32(6): 681-8.
De Souza CL, Carvalho FM, Araújo TM, Reis EJFB, Lima VMC, Porto LA. Fatores associados a patologias de pregas vocais em professores. Rev Saúde Pública. 2011 Jan; 45(5): 914-21.
Devadas U, Bellur R, Maruthy S. Prevalence and Risk Factors of Voice Problems Among Primary School Teachers in India. J Voice. 2016 Jan; 31(1): 117.e1-117.e10.
Di-Giusto C, Martín-Palacio ME, García-Rodríguez MS, Sánchez-Sánchez FJ, de la Fuente-Anuncibay R, Avilés-Dávila AF, et al. Effective Personality as a Protective Factor in Teachers’ Occupational Health. Int J Environ Res Public Health. 2022 Mar 2;19(5): 2907. doi: 10.3390/ijerph19052907.
El Dalatony MM, Gabr HM, Hafez TA, Abd-Ellatif EE. Prevalence and risk factors of benign laryngeal lesions among teachers. Egyptian J Occup Medicine. 2021 Jan; 44(1):129-44.
Escalona E. Prevalencia de síntomas de alteraciones de la voz y condiciones de trabajo en docentes de escuela primaria: Aragua-Venezuela. Salud Trab(Macaray) 2006 Jul; 14(2): 31-54.
Faham M, Ahmadi A, Drinnan M, Saadatmand N, Fatahi E, Jalalipour M. The effects of a voice education program on VHI scores of elementary school teachers. J Voice. 2016 Nov; 30(6): 755.e1-755.e11. doi: 10.1016/j.jvoice.2015.09.009.
Fahmy VF, Elokda EE, Abdelhamid MA, Momen M. Frequency and Risk Factors of Voice Problems among Teachers. J Medicine 2020 Mar;113(1): 63.
Fillis MMA, Andrade SM, González AD, Melanda FN, Mesas AE. Frequência de problemas vocais autorreferidos e fatores ocupacionais associados em professores da educação básica de Londrina, Paraná, Brasil. Cad Saúde Pública. 2016 Jan; 32(1): e00026015.
Fuess VLR, Lorenz MC. Disfonia em professores do ensino municipal: prevalência e fatores de risco. Rev Bras Otorrinolaringol. 2006 Nov/Dez; 69(6): 807-12.
Granjeiro RC, Oliveira LCC, Dias MA, Oliveira CF, Oliveira GMGF. Videolaryngoscopy findings of the vocal health program in dysphonic teachers in the Federal District, Brazil. Int Arch Otorhinolaryngol. 2021 Aug 30; 26(2): e243-e249. doi: 10.1055/s-0041-1733929.
Hermes EGC, Bastos PRHO. Prevalence of teacher’s voice symptoms in municipal network education in Campo Grande-MS. Rev CEFAC. 2015 Set-Out; 17(5):1541-55.
Herndon NE, Sundarrajan AS, Sivasankar MP, Huber JE. Respiratory and Laryngeal Function in Teachers: Pre-and Postvocal Loading Challenge. J Voice. 2017 Nov; 33(3): 302-9.
Karjalainen S, Brännström JK, Christensson J, Sahlén B, Åhlander VL. A Pilot Study on the Relationship between Primary-School Teachers’ Well-Being and the Acoustics of their Classrooms. Int J Environ Res Public Health. 2020 Jan;17(6): 2083.
Laukkanen AM, Ilomaki I, Leppänen K, Vilkman E. Acoustic Measures and Self-reports of Vocal Fatigue by Female Teachers. J Voice. 2006; 22(3): 283-89.
Lee SY, Lao XQ, Yu IT. A Cross-sectional Survey of Voice Disorders among Primary School Teachers in Hong Kong. J Occup Health. 2010; 52(6): 344-52.
Lee YR, Kim HR, Lee S. Effect of teacher’s working conditions on voice disorder in Korea: a Nationwide survey. A Occup Env Medicine. 2018; 30(1): 30-43.
Lee SA, Choi HJ, Kim B, Lee H, Lee AK, Lee JG, et al. Voice Handicap Index and Vocal Characteristics of Teachers. Korean J Otorhinolaryngol-Head Neck Surg. 2012; 55(2):101-6.
Limoeiro FMH, Ferreira AEM, Zambon F, Behlau M. Comparação da ocorrência de sinais e sintomas de alteração vocal e de desconforto no trato vocal em professores de diferentes níveis de ensino. CoDAS 2019Set; 31(2): e20180115.
López JM, Catena A, Montes A, Castillo ME. Effectiveness of a Short Voice Training Program for Teachers: A Preliminary Study. J Voice. 2017 Jan; 31(6): 697-706.
Luchesi KF, Mourão LF, Kitamura S, Nakamura HY. Problemas Vocais no Trabalho: prevenção na prática docente sob a óptica do professor. Saúde Soc. 2009 Jan;18(4):673-81.
Marçal CCB, Peres MA. Alteração vocal auto-referida em professores: prevalência e fatores associados. Rev Saúde Pública. 2011Jun; 45(3): 503-11. https://doi.org/10.1590/S0034-89102011005000025
Mangena MC, Matlala SF. Teachers’ Lived Experiences of Workplace Violence and Harassment Committed by Learners from Selected High Schools in Limpopo Province, South Africa. Healthcare (Basel). 2023 Sep 21;11(18): 2602. doi: 10.3390/healthcare11182602.
Munier C, Farrell R. Working conditions and workplace barriers to vocal health in primary school teachers. J Voice. 2015; 30(1): 127.e31-41.
Munier C, Kinsella R. The prevalence and impact of voice problems in primary school teachers. Occup Medicine. 2008; 58(1): 74-6.
Penha PBDC, Lima Filho LMA, Ferreira LP, Almeida AAF, Lopes LW, Lima Silva MFB. Effectiveness of a Blended-Learning Intervention in Teachers’ Vocal Health. J Voice. 2023 Jul; 37(4): 635.e1-635.e13. doi: 10.1016/j.jvoice.2021.03.012.
Pino KMM, Rocha FJC, Duran SPG, Molina CCM, Galleguilos VAS. Contexto Ocupacional, Abuso Y Mal Uso Vocal En Profesores De La Ciudad De Iquique. Cien Trab. 2018 May-Ago; 20 (62): 116-20.
Nusseck M, Richter B, Spahn C, Echternach M. Analysing the vocal behaviour of teachers during classroom teaching using a portable voice accumulator. Logopedics Phoniatrics Vocology. 2017 Jan; 43(1):1-10.
Ostadi M, Abnavi F, Memarian A, Ahmadi P, Darooifard A, Janghorban P. A comparative study of voice related quality of life and voice handicap indices administered to elementary school teachers with voice disorder in Isfahan. MEJDS. 2017 Apr; 7(3): 1396.
Palheta Neto FX, Rebelo Neto OB, Ferreira Filho JSS, Palheta ACP, Rodrigues LG, Silva FA. Relação entre as condições de trabalho e a autoavaliação em professores do ensino fundamental. Int Arch Otorhinolaryngol. 2008 Jun;12(2): 230-8.
Petrović-Lazić M, Babac S, Tatović M, Ivanković Z. Voice analysis before and after vocal tiredness. Vojnosanit Pregled. 2011 Jan; 68(3): 209-13.
Petter V, Oliveira PABO, Fischer OD. Relación entre disfonía referida y potenciales factores de riesgo en el trabajo de profesores de la enseñanza fundamental, Porto Alegre – RS. Salud Trab(Macaray). 2006 Jul;14(2): 5-12.
Provenzano LCFA, Sampaio TMM. Prevalência de disfonia em professores do ensino público estadual afastados de sala de aula. Rev CEFAC. 2010 Jan-Fev;12(1): 97-108.
Rezende BA, Abreu MNS, Assunção AA, Medeiros AM. Factors Associated With the Limitation at Work Because ofthe Voice: Study With Teachers of Basic Education In Brazil. J Voice. 2020 Nov 17: S0892-1997(20)30415-X.
Rossi-Barbosa LA, Barbosa MR, Morais RM, de Sousa KF, Silveira MF, Gama AC, et al. Self-Reported acute and chronic voice disorders in teachers. J Voice. 2015 Aug;30(6): 755.e25-755.e33
Thibeault SL, Merrill RM, Roy Nelson, Gray SD, Smith EM. Occupational risk factors associated with voice disorders among teachers. AEP. 2004 Nov;14(10): 786-92.
Russell A, Oates J, Greenwood KM. Prevalence of voice problems in teachers. J Voice. 1998 Jan;12(4): 467-79.
Santos SMD, Maia EG, Claro RM, Medeiros AM. Limitação do uso da voz na docência e a prática de atividade física no lazer: Educatel Brasil 2015-16. Cad Saud Publica. 2018; 35(0).
Sathyanarayan M, Boominathan P, Nallamuthu A. Vocal health practices among schoolteachers: a study from Chennai. India J Voice. 2018 Apr; 33(5): 812.e1-812.e7.
Seifpanahi S, Izadi F, Jamshidi AA, Torabinezhad F, Sarrafzadeh J, Sobhani-Rad D, et al. Prevalence of voice disorders and associated risk factors in teachers and nonteachers in Iran. J Voice. 2015; 30(4): 506.e19-23.
Sisto R, Annesi D, Nataletti P, Sanjust F, Moschetto A, Cerini L. Vocal effort in teachers: dose measurements and classroom acoustic parameters. Occup Environ Med. 2018; 75(2): 515-650.
Tanzariello A, Tanzariello MG, Abbate S, Muraca G, Saffioti G, Giorgianni C. Phonation alteration in a group of teachers. Giornale Italiano di Medicina del Lavoro ed Ergonomia 2004; 26(4):142-4.
Tenor AC, Cyrino EG, Garcia VL. Investigaçäo da percepçäo vocal de professores de pré-escolas da rede municipal de ensino de Botucatu-SP. Salusvita 1999 Jan;18(2):107-16.
Vertanen-Greis H, Loytyniemi E, Uiti J. Voice disorders are associated with stress among teachers:a cross-sectional study in Finland. J Voice. 2018 Aug; 34(3): 488.e1-488.e8.
Yeung HT. Perceptions of environmental barriers to effective voice use in teaching: a qualitative study [dissertation]. The University of Hong Kong. 2008.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Camila de Castro Corrêa, Bruna de Oliveira Silva, Quézia Teixeira Dias, Giovanna de Sabóia Bastos Reis, Larissa Thaís Donalonso Siqueira

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.